De sa�da do Pal�cio da Alvorada para o evento de inaugura��o de trecho da Ferrovia norte-sul em An�polis (GO), o presidente Jair Bolsonaro comparou Ad�lio Bispo, que esfaqueou o presidente em setembro do ano passado, ao prefeito de Santo Andr� (SP) assassinado por "queima de arquivo".
Bolsonaro tamb�m afirmou que n�o h� quebra de decoro em sua fala sobre o assassinato de Fernando Santa Cruz no per�odo militar. Comentou, ainda, sobre a reforma da Previd�ncia, a indica��o de seu filho Eduardo para a embaixada brasileira em Washington e sobre o novo contingenciamento de quase R$ 350 milh�es no or�amento do Minist�rio da Educa��o.
"A defesa de Ad�lio fez a op��o de pass�-lo por maluco, mas ele tem a chance de falar agora", disse o presidente, afirmando que est� disposto a conversar com ele "ou com algum familiar". Bolsonaro afirmou ter preocupa��o que Ad�lio tenha o mesmo destino do ent�o prefeito da cidade de Santo Andr�, no ABC Paulista, assassinado em janeiro de 2002. "Estou dando uma chance porque ele est� condenado, ent�o tem que ser r�pido porque o caso Celso Daniel foi muito r�pido, foram nove v�timas executadas por queima de arquivo no processo todo", disse Bolsonaro. O presidente ainda associou o ataque de que foi v�tima e o assassinato de Celso Daniel "� esquerda".
Previd�ncia
Bolsonaro afirmou que teve um caf� da manh� "calmo e tranquilo" com o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) no qual foi criada a expectativa de que a reforma da Previd�ncia seja aprovada em segundo turno j� na semana que vem, quando o Congresso retorna do recesso.
Caso Santa Cruz
O presidente disse, tamb�m, que n�o h� quebra de decoro em suas falas sobre a morte de Fernando Santa Cruz, pai do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. "N�o tem quebra de decoro, quem age dessa maneira perdeu o argumento. A hist�ria tem dois lados e n�o pode valer um lado s�", disse.
Bolsonaro ainda repetiu que "n�o tem verdade nenhuma" nas revela��es da Comiss�o da Verdade, criada pela ent�o presidente Dilma Rousseff para apurar crimes cometidos durante a ditadura militar. "Algu�m acredita que o PT est� preocupado com a verdade? Quando falaram em 'comiss�o da verdade' todo mundo riu do nome".
Embaixada
O presidente tamb�m foi questionado por um rep�rter se espera receber em breve a resposta formal do pedido de agr�ment sobre seu filho Eduardo Bolsonaro. "Precisa disso? Se eu falo 'eu te amo' e voc� diz que quer casar, para que assinar papel? Vamos pra lua-de-mel logo", falou, exaltando o elogio do presidente americano, Donald Trump, a Eduardo feito ontem no gramado da Casa Branca, em Washington.
"O agr�ment �s vezes nem precisa mandar, apesar de estar l� na Conven��o de Viena. Eu j� conversei com o (presidente do Senado Federal) Davi Alcolumbre (DEM-AP), j� conversei com senadores, est� tudo acertado", comentou, afirmando que t�o logo recomecem as atividades legislativas, formalizar� a indica��o.
A Conven��o de Viena sobre Rela��es Diplom�ticas estabelece que o Estado que envia um embaixador dever� certificar-se de que a pessoa que pretende nomear conta com o agr�ment (acordo) do Estado que receber� o diplomata. A Conven��o de Viena garante ao Estado receptor o direito de n�o aceitar a indica��o. Por esse motivo, de acordo com o site do Itamaraty, "o costume internacional � que todo o procedimento se fa�a de forma sigilosa: assim evita-se que, em caso de recusa, crie-se constrangimento tanto para as rela��es bilaterais quanto para a pessoa indicada. Somente em caso de aprova��o o pedido e a concess�o de agr�ment tornam-se p�blicos.
Contingenciamento
Por fim, Bolsonaro afirmou que n�o � adepto de contingenciamento, mas que "entre a cr�tica e o impeachment, eu fico com o contingenciamento". Na noite de ter�a-feira, 30, o governo publicou edi��o extra no Di�rio Oficial da Uni�o na qual distribui entres �rg�os do Executivo o contingenciamento de R$ 1,4 bilh�o anunciado semana passada.
"� um corte pequeno em um or�amento superestimado, de quase R$ 200 bilh�es. Se tem lei, tenho que seguir a lei, n�o sou ditador nem o 'Dilmo' de cal�a comprida", afirmou, fazendo refer�ncia ao crime de pedalada fiscal pelo qual a ex-presidente Dilma Rousseff teve seu mandato cassado em 2016.
No novo contigenciamento, o minist�rio mais atingido foi o da Cidadania, que teve mais R$ 619,166 milh�es congelados. No total, a pasta tem contingenciados R$ 1,3 bilh�o de um or�amento total de R$ 4,9 bilh�es no ano. Em seguida, a tesourada foi maior na Educa��o, com R$ 348,471 milh�es contingenciados. O minist�rio tem R$ 6,1 bilh�es contingenciados de um or�amento de R$ 25 bilh�es - os cortes na Educa��o foram alvos de protestos no in�cio do ano.
O Minist�rio da Economia teve mais R$ 282,574 milh�es contingenciados, e o Turismo, R$ 100 milh�es. Tamb�m foram atingidos os minist�rios da Ci�ncia, Tecnologia e Comunica��o (R$ 59,78 milh�es), Agricultura (R$ 54,69 milh�es), Rela��es Exteriores (R$ 32,8 milh�es), Meio Ambiente (R$ 10,1 milh�es) e Sa�de (R$ 6,993 milh�es).
POL�TICA