A Pol�cia Federal indicou que o empres�rio Walter Faria, dono do grupo Petr�polis, repatriou irregularmente, em 2017, R$ 1.393.800.399,02, utilizando o Regime Especial de Regulariza��o Cambial e Tribut�ria (RERCT). Ele � alvo de um mandado de pris�o preventiva na 62� fase da Opera��o Lava Jato, batizada de Rock City.
A PF suspeita que os "valores seriam provenientes da pr�tica de 'caixa dois' na empresa". Segundo a Pol�cia Federal, a opera��o teria como origem um esquema de sonega��o tribut�ria "que contava com a burla de medidores de produ��o de cerveja, a qual era ent�o vendida diretamente a pequenos comerciantes em esp�cie, sendo os valores ent�o entregues � Odebrecht".
De acordo com o policial federal respons�vel pela investiga��o, Tiago Javarotti, o empres�rio ainda n�o pode ser considerado foragido porque, para tanto, � preciso ter certeza que o alvo do mandado tenha conhecimento da expedi��o. "N�o conseguimos alcan��-lo em casa porque ele saiu antes, mas n�o usamos a express�o foragido".
O procurador Robson Pozzobon, por sua vez, explicou que o requerimento da pris�o preventiva de Faria tem o objetivo de garantir a ordem p�blica, o cumprimento da ordem penal e fazer com que o dinheiro, produto de crime, seja recuperado.
"Estamos falando de dinheiro direta e indiretamente envolvido em casos de corrup��o da ordem de bilh�es, � isso que motiva o mandado de pris�o do empres�rio. Nesse caso, h�, ainda, tamb�m, a verifica��o de uma movimenta��o muito recente no sentido de retirar dinheiro de uma offshore em um pa�s para outra offshore em outro pa�s, al�m de opera��es com doleiros conhecidos da Lava Jato, ent�o nos parece que h� tentativa de dissipa��o do patrim�nio auferido", disse em coletiva de imprensa.
De acordo com os procuradores, Faria tinha pelo menos 38 offshores e usou a lei de repatria��o de divisas para tentar regularizar R$ 1,4 bilh�o. O total representa 1% de todo dinheiro que foi repatriado e a Receita Federal diz que o dinheiro � de origem il�cita.
Assim que for encontrado, dizem os procuradores, Faria ser� levado a Curitiba para a tomada de depoimento sobre as acusa��es.
Esquema
O esquema desbaratado pela Opera��o Lava Jato em sua 62� fase envolveu R$ 340 milh�es, transacionados entre os grupos Petr�polis e Odebrecht.
Deste total, a maior parte (R$ 208 milh�es) foram usados para pagamentos em esp�cie no Brasil. Recursos il�citos transformados em doa��es eleitorais somaram R$ 121 milh�es. No bra�o estrangeiro, por meio de opera��es com offshores, foram R$ 106 milh�es.
"O grupo Petr�polis agiu como banco de propina da Odebrecht, realizando a gest�o, a disponibiliza��o e a destina��o de valores a pagamentos il�citos. Tanto para pagamentos il�citos no Pa�s, em esp�cie, tanto para doa��es eleitorais", comentou o procurador Felipe Camargo.
De acordo com o procurador, parte das transa��es era feita pelos operadores Julio Camargo e Jorge Luz. Para o procurador Roberson Pozzobon, os dois grupos agiram como se houvesse uma "joint venture criminosa".
Defesas
"O Grupo Petr�polis informa que seus executivos j� prestaram anteriormente todos os esclarecimentos sobre o assunto aos �rg�os competentes. Informa tamb�m que sempre esteve e continua � disposi��o das autoridades para o esclarecimento dos fatos"
A reportagem busca contato com a defesa do empres�rio Walter Faria. O espa�o est� aberto para manifesta��es de defesa.
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