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Estado de Minas POL�TICA

Bolsonaro v� Moro sem a 'caneta' de juiz e poder


postado em 09/08/2019 07:37

O presidente Jair Bolsonaro defendeu na quinta-feira, 8, que o governo n�o d� prioridade � principal proposta do ministro da Justi�a, S�rgio Moro, o pacote anticrime, para n�o atrapalhar medidas econ�micas em discuss�o no Congresso. Em um recado ao auxiliar, que j� foi tratado como "superministro", o presidente afirmou que Moro precisa ter "paci�ncia", pois n�o tem mais a "caneta na m�o" como na �poca em que era magistrado. A declara��o surpreendeu at� mesmo aliados e acentuou o desgaste do ex-juiz da Lava Jato, que tem sofrido derrotas sucessivas na C�mara.

"O Moro est� vindo de um meio onde ele decidia com uma caneta na m�o. Agora, n�o temos como decidir de forma unilateral e temos que governar o Brasil", disse Bolsonaro pela manh�, ao deixar o Pal�cio da Alvorada. "O ministro Moro vem da Justi�a, mas n�o tem poder, n�o julga mais ningu�m. Entendo a ang�stia dele, de querer que o projeto v� para frente, mas n�s temos que combater a�, diminuir o desemprego, fazer o Brasil andar."

Segundo a reportagem apurou, a declara��o surpreendeu o ministro, que passa por um momento de fragilidade ap�s ter supostas mensagens trocadas com integrantes da Lava Jato divulgadas pelo site The Intercept Brasil. De acordo com a publica��o, as conversas sugerem conluio do ent�o juiz do caso com procuradores. Moro nega irregularidades e tem afirmado n�o ser poss�vel atestar a autenticidade do que foi divulgado.

Bolsonaro j� havia indicado descontentamento com o auxiliar em outros epis�dios. No m�s passado, o presidente advertiu publicamente Moro ao afirmar que o ministro n�o poderia destruir provas da Opera��o Spoofing, que investiga a invas�o de aparelhos de autoridades.

O presidente tamb�m n�o garantiu a perman�ncia de Roberto Leonel no comando do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Leonel foi coordenador da Receita Federal na Lava Jato e assumiu o cargo a pedido de Moro.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Leonel criticou a decis�o do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que atendeu a um pedido do senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, e suspendeu investiga��es no Pa�s.

A pr�pria transfer�ncia do �rg�o do Minist�rio da Justi�a para o da Economia - decidida pelo Congresso, mas com aval do Pal�cio do Planalto - j� havia sido considerada um desprest�gio a Moro. Agora, a ideia no governo � vincular o Coaf ao Banco Central.

'Patrim�nio'

De acordo com auxiliares de Bolsonaro, mesmo que movimenta��es recentes de Moro tenham desagradado ao Pal�cio, o presidente sabe o peso pol�tico e o apoio popular que o ex-juiz tem. Moro � considerado um "patrim�nio" no combate � corrup��o e pe�a fundamental no governo. Por isso, assessores afirmam n�o haver qualquer inten��o de "frit�-lo".

Numa tentativa de contornar o mal-estar causado pelas declara��es da manh�, � noite Bolsonaro levou Moro para a sua "live" semanal e pediu que o ministro explicasse o seu pacote anticrime. O convite ao ministro foi feito em cima da hora. Na transmiss�o ao vivo, o presidente afirmou que iria procurar parlamentares para que analisem a proposta, mas evitou dizer que daria prioridade. "Vamos tratar desse assunto com a velocidade e responsabilidade que n�s todos poderemos ter", disse Bolsonaro.

Pacote

Ao aceitar ser ministro, Moro abandonou 22 anos de carreira na magistratura pela possibilidade de, segundo ele, aperfei�oar a legisla��o de combate � corrup��o no Pa�s. Seu pacote anticrime, apresentado ao Congresso em fevereiro, re�ne algumas das bandeiras da Lava Jato, como a pris�o ap�s condena��o em segunda inst�ncia.

Para o relator do pacote na C�mara e l�der da bancada da bala, deputado Capit�o Augusto (PL-SP), a falta de prioridade �s propostas de Moro causa estranheza. "Fiquei surpreso, n�o estava esperando isso. Estamos aguardando o ano todo a nossa vez, e est�vamos achando que seria agora", afirmou.

O recado de Bolsonaro acontece menos de uma semana ap�s Moro ter pedido a Maia, em caf� da manh�, para acelerar a discuss�o das propostas. Em fevereiro, quando o ministro apresentou suas medidas, o presidente da C�mara decidiu criar um grupo de trabalho para analisar previamente a jun��o das propostas a outros projetos que j� tramitavam na Casa. A iniciativa irritou Moro, que chegou a trocar farpas publicamente com Maia.

Desde ent�o, o pacote anticrime foi desidratado no colegiado. Pontos cruciais da proposta, como a pris�o ap�s condena��o em 2� inst�ncia e o chamado "plea bargain", foram rejeitados.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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