
A medida foi vista internamente como um gesto de "purifica��o" do partido, que tenta se associar ainda mais � imagem do presidente da Rep�blica. Al�m de "filtrar" novos filiados, o partido quer "enquadrar" os que n�o seguirem � risca as diretrizes do partido.
Ainda n�o est� definido como e quem far� o pente-fino nos nomes que poder�o concorrer pelo PSL. Um grupo do partido defende a contrata��o de uma consultoria externa especializada em compliance, enquanto outro quer a cria��o de uma esp�cie de conselho, formado por nomes da pr�pria sigla. Compliance � um termo empresarial que se refere a uma s�rie de regras adotadas para certificar que funcion�rios est�o agindo em conformidade com a legisla��o e os c�digos de �tica da empresa.
"� uma medida para dar uma cara de novo ao PSL. A gente tem de saber quem est� vindo se candidatar pelo partido. Temos de saber se ele � ficha-limpa, qual o passado pol�tico dele. Se n�o, daqui a pouco, vamos ver um esquerdista querendo se lan�ar s� porque o partido cresceu e virou vi�vel", afirmou a deputada federal Carla Zambelli (SP).
No in�cio do m�s, o presidente do partido, o deputado Luciano Bivar (PE), se reuniu com Bolsonaro no Pal�cio do Planalto a portas fechadas. L�, o dirigente do PSL foi cobrado a "enquadrar" os deputados do partido que discordam do governo. O presidente disse ainda a Bivar que era necess�rio afinar o discurso da bancada e cobrou "unidade". Em troca, Bolsonaro sinalizou ficar na sigla at� 2022.
"N�s somos um partido do governo. O presidente � nosso filiado. Ent�o, � �bvio que o partido tem de manter seus filiados e seus partid�rios em cima das orienta��es do governo. Quem n�o estiver satisfeito que...", afirmou Bivar, fazendo com as m�os o sinal de sair.
Antes de Bolsonaro se filiar, o partido era considerado nanico e elegeu apenas um deputado em 2014. No ano passado, foram 52.
Al�m da defesa do bolsonarismo, o candidato ter� de assumir a pauta conservadora nos costumes, ser a favor da reforma do Estado e condenar o aborto e a chamada "ideologia de g�nero". Os filiados passam tamb�m por uma investiga��o do seu passado pol�tico e pelas publica��es feitas em redes sociais.
"N�o poder� ter liga��o com a esquerda. Do PT, jamais", afirmou o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP). Questionado sobre o caso do apresentador Jos� Luiz Datena, cotado para disputar a Prefeitura de S�o Paulo pelo partido, mas que j� foi filiado ao PT, Tadeu disse que a regra vai prever exce��es. "Hoje, ele � declaradamente de direita."
As mudan�as representam o fortalecimento das alas ideol�gicas e militares, que, desde o in�cio do governo, cobravam uma maior fidelidade dos deputados ao governo e a Bolsonaro. O pr�prio l�der da bancada na C�mara, Delegado Waldir (GO), j� criticou abertamente o presidente.
Expuls�o
A expuls�o de Frota j� estava sendo articulada desde o m�s passado. O PSL recebeu tr�s pedidos contra o parlamentar, protocolados pela deputada Carla Zambelli, pelo senador Major Ol�mpio (SP) e pelo pr�prio Bivar, que iniciou o processo interno ap�s o encontro com Bolsonaro. Com a expuls�o, o PSL ficou com a segunda maior bancada da C�mara - 53 deputados, um a menos do que o PT.
Terceiro deputado mais votado do PSL em S�o Paulo, com 155 mil votos, Frota foi eleito com base na defesa enf�tica de Bolsonaro e em ataques ao PT. Ap�s a elei��o, as cr�ticas passaram a ser feitas tamb�m ao pr�prio presidente e ao governo.
A situa��o do parlamentar na sigla se agravou ap�s ele afirmar que Bolsonaro � a sua "maior decep��o" e que a indica��o de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para a embaixada brasileira em Washington representa a "velha pol�tica". O deputado tamb�m entrou em disputa pelo comando de diret�rios do PSL em S�o Paulo.
No s�bado, o parlamentar desativou seus perfis nas redes sociais. A medida foi vista como uma "preven��o" aos ataques que poderia vir a sofrer com a expuls�o. No Facebook, Frota tinha 1,1 milh�o de seguidores. No Twitter, somava 170 mil. Procurado, o deputado n�o quis se manifestar.