
A declara��o dada nesta ter�a-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, de que n�o pretende submeter seu filho Eduardo ao fracasso, numa refer�ncia ao processo de indica��o de seu nome para ocupar a embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos, � um reflexo da resist�ncia de parte do Senado Federal � vontade pessoal do mandat�rio em al�ar seu filho a um dos postos mais cobi�ados do Itamaraty.
"Ao resistir ao nome de Eduardo, o Senado manda um recado a Bolsonaro de que n�o ser� um mero carimbador das vontades do presidente da Rep�blica", avalia o cientista pol�tico, professor e pesquisador da FGV Marco Ant�nio Carvalho Teixeira.
Carvalho Teixeira destaca que al�m da quest�o "um tanto folcl�rica e inusitada" de Bolsonaro indicar o pr�prio filho para a embaixada nos Estados Unidos, que pode ter pesado na atual resist�ncia de parte dos senadores, as recentes declara��es grosseiras e verborr�gicas do mandat�rio com a quest�o externa - cr�ticas � possibilidade do kirchnerismo voltar ao poder na Argentina e � suspens�o de repasses da Alemanha e Noruega ao Fundo Amaz�nia - tamb�m acenderam o sinal amarelo.
"N�o se pode lidar com esse padr�o beligerante nas quest�es externas, tanto que a palavra chave para isso � diplomacia, que se fia na arte da negocia��o", emenda.
O cientista pol�tico acredita que a soma desses fatores, aliado ao fato da divulga��o pela imprensa do suposto acerto feito entre Bolsonaro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para a indica��o de dois nomes para o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade), tamb�m contribu�ram para aumentar as resist�ncias ao nome de Eduardo Bolsonaro.
Segundo o professor da FGV, caso a resist�ncia se confirme e o nome de Eduardo n�o passe pela Casa, ou nem seja indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, isso evidenciar� a postura fr�gil do mandat�rio, que n�o conseguir� jogar a favor de seus pr�prios interesses. "Ser� um nocaute para o pr�prio governo e para Bolsonaro. E se confirmar, creio que ele n�o ter� for�as para cumprir o que havia prometido (e depois voltou atr�s) de indicar Eduardo para ser o novo chanceler, no lugar de Ernesto Ara�jo no Itamaraty."