
Pela manh�, o ministro foi ao Arquivo Nacional, no centro da cidade. L�, ele frustrou as expectativas dos servidores que desde quinta-feira passada organizavam o evento. Com um "tour" previsto para durar de 9h30 at� 16h, a agenda foi apressada sem nenhuma justificativa aos organizadores. O ministro deixou o pr�dio hist�rico do Arquivo por volta de 12h. Ele n�o falou com a imprensa em nenhum dos compromissos.
Moro chegou cercado de forte aparato policial, composto por quatro carros e 12 policiais militares em motos, e foi recebido pela diretoria do Arquivo e jornalistas. Sorridente ao chegar, fechou a cara ao ser perguntado sobre as manifesta��es ocorridas no domingo em todo o Pa�s contra o projeto de lei que limita o abuso de autoridade, considerado pelos manifestantes uma resposta � Opera��o Lava Jato. Perguntado pela reportagem se falaria sobre as manifesta��es, Moro se limitou a dizer que n�o daria declara��es � imprensa.
Ele vetou a presen�a dos jornalistas durante toda a visita, o que fez os servidores do Arquivo improvisarem um isolamento com faixas amarelas. Foi assim que conseguiu ter acesso, sem ser incomodado, �s exposi��es do andar t�rreo. Tamb�m mandou isolar a �rea do segundo andar para visitar uma exposi��o especialmente montada para ele com documentos que n�o costumam ser exibidos por causa do risco de deteriora��o, como a carta da Lei �urea e a Constitui��o de 1824.
At� mesmo o fot�grafo do Arquivo foi interrompido por Moro ap�s tirar algumas fotos. Segundo pessoas que estavam pr�ximas ao ministro, ele se mostrou irritado e pediu ao profissional que parasse. "Agora j� chega", teria dito segundo um servidor que acompanhou a visita.
O ministro percorreu v�rios pr�dios do �rg�o onde est� o acervo, o cofre com documentos digitalizados, a sala de consultas frequentada pelos pesquisadores e o Sal�o Nobre, onde foram expostos os documentos mais raros. Depois, almo�ou com os anfitri�es e saiu por uma pequena porta dos fundos a um passo de dist�ncia do carro que j� o esperava com a porta aberta, fugindo mais uma vez dos cerca de vinte profissionais da imprensa que o aguardavam durante toda a manh�.
Ao chegar � superintend�ncia da Pol�cia Federal, tamb�m no centro, voltou a se blindar. Passou cerca de 1 hora dentro da sede do �rg�o. Ao descer sorridente do pr�dio, cumprimentou agentes e entrou no carro que o aguardava no estacionamento. Saiu sem falar com a imprensa.
A ida de Moro ao Rio se deu num contexto de declara��es de Bolsonaro que parecem "fritar" o ministro. No �ltimo fim de semana, por exemplo, o presidente respondeu a um coment�rio em sua p�gina no Facebook dizendo que Moro, ent�o juiz federal, n�o estava com ele durante a campanha do ano passado. O respons�vel pelo coment�rio pedia que Bolsonaro "cuidasse bem" do ministro.