(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Glenn Greenwald: 'Se corruptos ser�o soltos, n�o � culpa nossa'

S�cio e cofundador do The Intercept, site que deu in�cio � s�rie de reportagens baseadas nos di�logos vazados de procuradores da Lava Jato e de Sergio Moro, foi o entrevistado do programa Roda Vida, da TV Cultura, na noite dessa segunda (2)


postado em 03/09/2019 08:31 / atualizado em 03/09/2019 10:29



Entrevistado do Programa Roda Viva - exibido na noite dessa segunda-feira (2) na TV Cultura -, o jornalista e advogado Glenn Greenwald reafirmou a autenticidade das mensagens vazadas pelo site The Intercept

Segundo Greenwaldao contr�rio do que afirmam o ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, S�rgio Moro, e do coordenador da for�a-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, as conversas n�o foram adulteradas. Teriam, inclusive, passado pela per�cia de especialistas em Nova York, bem como rigorosos m�todos de apura��o e compara��o.  

"A autenticidade desse arquivo n�o est� mais em d�vida. Esse jogo c�nico que o Moro e Dallagnol estavam fazendo no come�o acabou. A quest�o � como vamos fortalecer o combate � corrup��o. Sabemos que temos o ministro da Justi�a e o coordenador que usavam m�todos completamente corruptos, n�o em casos isolados, mas o tempo todo", disse o s�cio do The Intercept aos jornalistas do Roda Viva. 

Outro argumento citado por Glenn para defender a veracidade dos di�logos foi o caso da procuradora Jerusa Viecili, da for�a-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, que pediu desculpas ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT)  por meio de sua conta no Twitter em 27 de agosto. Ela foi citada em uma das reportagens da s�rie Vaza Jato, que mostrou que membros do Minist�rio P�blico Federal (MPF) zombaram da morte da esposa de Lula, Marisa Let�cia, em 2017. O grupo de procuradores tamb�m teria ironizado os pedidos do ex-presidente para acompanhar o enterro de seu irm�o, Genival In�cio da Silva, morto em janeiro deste ano; e do neto, que morreu em abril. 




"Estamos fortalecendo a Lava Jato"

O norte-americano recha�ou ainda a ideia de que Vaza-Jato veio para minimizar os casos de corrup��o revelados pela opera��o Lava Jato. Greenwald chegou a afirmar que era um defensor da for�a-tarefa, mas mudou seu ponto de vista depois de ter acesso �s mensagens trocadas entre ex-juiz federal S�rgio Moro e os procuradores do caso.

"� imposs�vel combater a corrup��o com corruptos ou m�todos corruptos. Ent�o, acredito, sem d�vida, que o trabalho jornal�stico que estamos fazendo n�o est� enfraquecendo a Lava jato, est� fortalecendo a Lava jato e o combate � corrup��o, porque est� levando mais integridade e mais credibilidade".

Questionado sobre as discuss�es em torno da �tica de se publicar material obtido por meios ilegais, Glenn  disse que a imprensa tem o dever de divulgar conte�dos que classificou como de amplo interesse p�blico. "Isso � a hist�ria dos jornalistas n�o s� aqui mas em todo o mundo democr�tico. O p�blico tem o direito de saber que essas pessoas poderosas fizeram nas sombras", defendeu. 

"N�o � nosso papel perguntar de onde vem a informa��o"


(foto: TV Cultura/Divulgação)
(foto: TV Cultura/Divulga��o)

Ele ressaltou, no entanto, que nunca pagou por qualquer tipo de informa��o. "Nunca pagamos nenhum centavo para nenhuma fonte, inclusive a fonte que passou essa informa��o para a gente", afirmou. 

Outro ponto da discuss�o foi a investiga��o policial sobre os hackers que invadiram os celulares dos envolvidos nos di�logos da Vaza Jato. Greenwald disse n�o interromperia a s�rie de reportagens caso a pol�cia chegasse � conclus�o de que os hackers receberam dinheiro para a obten��o e divulga��o das conversas vazadas. 

"Absolutamente n�o. O jornalismo mais importante e mais premiado muitas vezes vem de fonte que cometeu crime. N�o � o papel dos jornalistas perguntar de onde vem a informa��o. Isso n�o tem nada a ver com o fato de que essa informa��o tem que ser publicada", disse.

Tamb�m foi t�pico da entrevista os  poss�veis impactos da s�rie de reportagens baseadas nos di�logos vazados - como o anulamento da condena��o do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine - e o efeito cascata que decis�o, que pode alcan�ar 43 r�us na Lava Jato. 

"Se corruptos ser�o soltos, n�o � culpa nossa"

Sobre um poss�vel efeito cascata que pode alcan�ar 143 r�us na Lava Jato ap�s o STF (Supremo Tribunal Federal) anular a condena��o imposta por Moro ao ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine, Greenwald disse n�o ver essa possibilidade como responsabilidade ou um saldo final das reportagens que t�m sido publicadas.

"Em todos os pa�ses, h� a mesma regra. Se o Estado comete a��es ilegais ao condenar, o processo � injusto. Se corruptos ser�o soltos, isso n�o � culpa nossa, que estamos revelando isso, mas dos ju�zes e dos procuradores."
















receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)