
Pressionado pela repercuss�o negativa de ataque pessoal � ex-presidente do Chile Michele Bachelet e ap�s recuar sobre revis�o do teto de gastos, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se recusou, na manh� desta quinta-feira (5), a falar com a imprensa na sa�da do Pal�cio do Alvorada.
Bolsonaro atende jornalistas quase diariamente, pela manh�, quando deixa a resid�ncia oficial. Em frente ao Alvorada, tamb�m faz selfies e recebe afagos de apoiadores.
O presidente justificou a recusa ao afirmar que a imprensa n�o havia destacado a��es do governo feitas no dia anterior (quarta-feira, 4). "Aten��o. Ontem estive em Goi�nia o evento, na verdade, foi em An�polis recebendo o KC-390, orgulho da empresa aeron�utica brasileira. Nem uma linha foi publicada na capa dos jornais. � tarde criamos aten��o para m�es do zika v�rus. Como voc�s s� querem not�cia ruim, v�o arranjar em outro lugar, n�o vai ser comigo." Ap�s a fala, Bolsonaro foi aplaudido por apoiadores, aos brados de "mito, mito, mito...", e seguiu ao Pal�cio do Planalto.
Teto de gastos
Minutos antes de se recusar a falar com a imprensa, Bolsonaro havia recuado sobre revis�o do teto de gastos. "Ceder ao teto � abrir uma rachadura no casco do transatl�ntico", escreveu o presidente nas redes sociais. "Devemos sim reduzir despesas, combater fraudes e desperd�cios", completou.
O teto pro�be que as despesas cres�am em ritmo superior � infla��o. No dia anterior, no entanto, Bolsonaro havia dado aval � proposta de mudan�a na regra. Ele orientou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a elaborar estudos para que ajustes sejam propostos ao Congresso, segundo o porta-voz da Presid�ncia, o general Ot�vio R�go Barros.
O presidente foi pessoalmente ao Minist�rio da Economia conversar com o ministro Paulo Guedes sobre o assunto. O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Junta de Execu��o Or�ament�ria (JEO) havia discutido mudan�as no teto por press�o da Casa Civil e dos militares, mas Guedes rejeitou propor altera��es.
Chile
Al�m de recuo sobre o teto, o presidente foi criticado na quarta-feira pelo presidente do Chile, Sebasti�n Pi�era, tido como aliado. Pi�era condenou as declara��es feitas pelo presidente brasileiro sobre a ex-presidente chilena Michelle Bachelet e seu pai, Alberto Bachelet, v�tima da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
"N�o compartilho a alus�o feita pelo presidente Bolsonaro a uma ex-presidente do Chile e, especialmente, num assunto t�o doloroso quanto a morte de seu pai", disse Pi�era em pronunciamento no Pal�cio de La Moneda.
Bolsonaro afirmou na quarta Michele Bachelet, atual comiss�ria dos Direitos Humanos das Na��es Unidas estava "defendendo direitos humanos de vagabundos". Ele tamb�m atacou o pai da ex-presidente do Chile, morto durante a ditadura militar chilena em decorr�ncia de torturas sofridas no c�rcere.
"Senhora Michelle Bachelet, se n�o fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 73, entre eles o seu pai, hoje o Chile seria uma Cuba. Acho que n�o preciso falar mais nada para ela. Parece que quando tem gente que n�o tem o que fazer, como a senhora Michelle Bachelet, vai l� para cadeira de direitos humanos da ONU. Passar bem, dona Michelle", disse o presidente.
Alberto Bachelet foi um brigadeiro-general chileno da For�a A�rea do Chile que se op�s ao golpe de 1973 do general Augusto Pinochet. Ele foi preso e submetido a tortura por v�rios meses at� sua morte, em 1974.