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Estado de Minas POL�TICA

Proposta de corrente majorit�ria do PT esbarra no discurso 'Lula Livre'


postado em 12/09/2019 15:05

Com um discurso em defesa de uma grande frente democr�tica, inclusive com setores do centro, para enfrentar o governo Jair Bolsonaro, a corrente majorit�ria do PT Construindo um Novo Brasil (CNB) venceu o Processo de Elei��es Diretas (PED) realizado no �ltimo domingo, dia 8.

Com 87% dos votos apurados at� a noite desta quarta-feira, 11, a CNB tinha 52% dos votos contra 13% da segunda colocada, a chapa composta pelas correntes Democracia Socialista (DS) e Milit�ncia Socialista.

O discurso de unidade defendido pela CNB, no entanto, esbarra na centralidade que a liberta��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ganhou durante o pr�prio PED. Cerca de tr�s mil das aproximadamente cinco mil chapas inscritas em todo o Brasil tinham "Lula Livre" no nome, inclusive quatro das nove nacionais.

A tese vencedora "Lula livre para mudar o Brasil" usa as mensagens entre integrantes da Lava Jato reveladas pelo The Intercept Brasil para argumentar que a opera��o tinha como objetivo criminalizar o PT, derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff e tirar Lula do jogo eleitoral.

"J� n�o se trata de provar mais nada. A condena��o fraudulenta de Lula tornou-se evidente. Cabe aos tribunais superiores reconhecerem a sua inoc�ncia e libert�-lo, resgatando a credibilidade da justi�a brasileira e o estado de direito", diz a tese.

Segundo dirigentes petistas, o PED deixou claro que a defesa do "Lula Livre" � unanimidade hoje no partido. "� um ponto de unidade no PT. Ningu�m no partido defende nada diferente disso", afirmou o l�der do PT na C�mara, Paulo Pimenta (RS).

Obst�culo

A insist�ncia em colocar o "Lula Livre" na pauta de manifesta��es e eventos realizados em conjunto com outras for�as pol�ticas tem, algumas vezes, sido um obst�culo para que o PT participe de articula��es para unificar a centro-esquerda como frente de oposi��o ao governo Bolsonaro.

Duas semanas atr�s, por exemplo, o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad, segundo colocado na elei��o presidencial do ano passado, e o ex-ministro Aloizio Mercadante, deixaram de ir ao ato de lan�amento da frente ampla Direitos J�, no Teatro da Universidade Cat�lica de S�o Paulo (Tuca) por que os organizadores se recusaram a incluir o "Lula Livre" na pauta do evento.

A rea��o foi uma saraivada de cr�ticas de outros setores da centro-esquerda que, nas redes sociais, acusaram o PT de sectarismo. "N�o temos pretens�o de que partidos de fora do nosso campo defendam o Lula Livre, mas tamb�m n�o vamos deixar de levar essa pauta onde quer que a gente v�", disse Pimenta.

Segundo ele, isso n�o impede que o PT tenha forte atua��o em conjunto com os demais partidos da centro-esquerda no Congresso. "O partido trabalha o tempo inteiro no sentido de construir frentes", afirmou o parlamentar.

A tese vencedora defende que o PT deve "construir uma maioria consistente na sociedade - que n�o seja apenas eventual, conjuntural, mas que se afirme como verdadeira hegemonia democr�tica de ideias e valores se queremos chegar novamente ao governo federal com efetiva sustenta��o para promover as mudan�as imediatas e hist�ricas".

O texto tamb�m defende a unidade em n�vel internacional por meio do fortalecimento do Foro de S�o Paulo, entidade que re�ne dezenas de partidos e organiza��es de esquerda - algumas envolvidas em luta armada - do continente.

"Nesse sentido, o fortalecimento do Foro de S�o Paulo, como um dos principais instrumentos de articula��o dos partidos de esquerda e progressistas latino-americanos � estrat�gico para nossa atua��o no pr�prio continente", diz o texto que tem entre seus autores Monica Valente, secret�ria executiva do Foro.

Gleisi

O resultado parcial do PED confirma o favoritismo da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), da CNB, para ser reconduzida � presid�ncia do PT por mais dois anos. A elei��o de domingo tamb�m vai definir os 800 delegados que v�o participar do 7� Congresso Nacional do PT, em novembro, onde ser� escolhida a nova dire��o nacional.

Os principais advers�rios de Gleisi, por enquanto, s�o dois colegas de bancada na C�mara: Pimenta e Paulo Teixeira (PT-SP). Os dois integram a chapa Resist�ncia Socialista, corrente nova surgida a partir dos mandatos parlamentares e que estava em terceiro lugar, com 10% dos votos apurados at� a noite de quarta-feira. O professor de hist�ria Valter Pomar, da Articula��o de Esquerda, que teve 5%, tamb�m deve concorrer.

Den�ncias

Embora ainda faltassem 13% dos votos para serem apurados, os petistas comemoraram o resultado do processo. Foram 310 mil filiados votando, 20 mil a mais do que os 290 mil que participaram do PED de 2017.

A exemplo de anos anteriores, foram registradas v�rias den�ncias de fraudes e irregularidades no processo. Em S�o Lu�s (MA), houve confus�o e a apura��o foi interrompida quando candidatos constataram que algumas urnas tinham mais c�dulas do que o n�mero de assinaturas nas listas de vota��o.

No Rio de Janeiro, o ex-deputado Wadih Damous usou palavras duras como "pr�ticas esp�rias", "fisiologismo" e "coronelismo" para denunciar supostas irregularidades. "Recebemos relatos dos mais diversos pontos de vans despejando pessoas", disse ele.


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