
“Os empres�rios se omitiram. Os empres�rios participaram desse processo imoral. Grandes empres�rios contribu�ram para destruir esse pa�s. O pa�s foi destru�do. O buraco que nos colocaram � um neg�cio que n�o tem tamanho, (provocando) uma crise nacional”, afirmou Souto, fazendo refer�ncia ao esquema de corrup��o na Petrobras, investigado pela Opera��o Lava-Jato.
As empreiteiras que prestavam servi�os para a estatal brasileira do petr�leo, foram acusadas de forma��o de cartel, superfaturamento de obras e pagamento de propinas a pol�ticos em troca de contratos. De acordo com a Lava-Jato, o esquema foi liderado pela Construtora Odebrecht, sendo investigadas outras grandes empreiteiras como Camargo Corr�a, OAS, Andrade Gutierrez, Iesa, Mendes J�nior, Galv�o Engenharia, UTC, Queiroz Galv�o e Engevix.
Nesta sexta-feira, foi confirmado que o ex-presidente da empreiteira OAS L�o Pinheiro, que acusa o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no caso do apartamento triplex, teve o acordo de colabora��o homogada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Pinheiro est� preso desde setembro de 2016 e j� foi condenado por cinco a��es penais da Lava-Jato em Curitiba.
Humberto Souto abordou a quest�o quinta-feira � noite, na abertura da 24ª Feira Nacional da Ind�stria, Com�rcio e Servi�os de Montes Claros (Fenics), diante da presen�a do governador Romeu Zema e v�rios empres�rios, al�m de deputados federais, deputados estaduais e outras lideran�as.
O ex-ministro do TCU disse que muitos empres�rios se corromperam porque “foram obrigados” a isso por “pol�ticos que quebraram o pa�s”. “Acredito que (os empres�rios corrompidos) fizeram isso porque foram for�ados dentro de uma conting�ncia – ou davam 10% (de comiss�o) ou n�o recebiam o dinheiro da obra. O neg�cio era dessa maneira. N�o podemos nem condenar as pessoas”, comentou.
Humberto Souto salientou que, assim como os pol�ticos, “os empres�rios precisam dar exemplo exemplo de trabalho e compromisso com o desenvolvimento do pa�s. � isso que precisamos fazer”. Ele citou os pr�prios empres�rios que realizam investimentos em Montes Claros – e presentes na solenidade de abertura da feira, como exemplos de corre��o.
Mas, ele tamb�m chamou aten��o dos gestores p�blicos e outros integrantes da classe politica para se evitar a corrup��o. “Temos que ter a consci�ncia (da necessidade) da gest�o correta. E n�o exigir o pagamento de comiss�o em obras”. Nesse sentido, citou o seu pr�prio exemplo a sua conduta na frente da prefeitura de Montes Claros, onde, ap�s sanar as finan�as p�blicas, executa um pacote de diversas obras em andamento e tem dinheiro em caixa. “� simples, o que pode (fazer), pode. O que n�o (fazer), n�o pode. � n�o empregar parentes, n�o ter empreguismo e n�o fazer politicagem”, recomendou.
O prefeito de Montes Claros destacou ainda que os empres�rios t�m “import�ncia fundamental” no crescimento do pa�s. “Somente a economia de mercado pode resgatar o desenvolvimento do pa�s”, enfatizou Souto.
Ao discursar logo ap�s Humberto Souto, o governador Romeu Zema disse que o prefeito e ex-ministro do TCU “deu uma aula” sobre a boa gest�o p�blica. Zema aproveitou a “deixa” da fala do seu antecessor na ordem dos discursos e disse que nas �ltimas d�cadas, o pa�s teve grandes perdas econ�micas porque “o estado no Brasil privilegiou um pequeno grupo e esqueceu que o governo de estado existe para representar o povo e devolver a ele pelo menos um m�nimo de dignidade em termos de sa�de, educa��o, seguran�a e infraestrutura. E isso o sistema politico do Brasil deixou de fazer privilegiar alguns grandes empres�rios”.
O governador salientou que “crescimento exige responsabilidade”, afirmando que “tivemos um crescimento falso na economia brasileira”. “O que se viu foi uma intromiss�o gigantesca do estado na economia. Aquilo que se via na economia, em que o desemprego chegou a quase zero em 2011 e 2012 n�o era crescimento.
Era um incha�o. Era a mesma coisa em que, uma pessoa, para melhorar o desempenho f�sico tomasse anabolizante. A�, ela melhora o desempenho f�sico em um ano, dois ou tr�s anos; mas, depois, vai ter problemas card�acos, renais e de impot�ncia. Ent�o, o que aconteceu no Brasil foi isso: um incha�o na economia e estamos pagando o pre�o por isso”, relatou Zema.
Ele disse ainda que o Governo do Estado est� buscando o resgate da economia mineira, atraindo investimentos e “facilitando a vida de quem trabalha em termos tribut�rios, ambientais e sanit�rios, sem destruir o meio ambiente, sem permitir sonega��o e sem permitir a produ��o de alimentos inadequados”. Segundo Romeu Zema, as a��es implementadas j� eram resultados e nos primeiros sete meses de sua gest�o � frente do Executivo Mineiro foram gerados 99,4 mil vagas de empregos no Estado.