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Estado de Minas POL�TICA

Ministro de Bolsonaro � confrontado por imprensa estrangeira sobre clima


postado em 14/09/2019 10:14

O ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, foi pressionado pela imprensa estrangeira sobre suas posi��es a respeito de mudan�as clim�ticas e sobre a mensagem que o presidente Jair Bolsonaro levar� sobre a Amaz�nia na abertura da Assembleia-Geral das Na��es Unidas (ONU), no pr�ximo dia 24. Uma entrevista coletiva do chanceler brasileiro em Washington teve questionamentos sobre prote��o ambiental e sobre a nega��o da gravidade da mudan�a clim�tica. Nas respostas, ele teve dificuldade em explicar as medidas de apoio dos Estados Unidos para a Amaz�nia.

A primeira pergunta, feita por jornalista do Los Angeles Times - 3� maior jornal americano - foi por que o ministro falava em medidas de desenvolvimento da Amaz�nia e n�o de prote��o da floresta. Durante a entrevista a rep�rteres brasileiros e estrangeiros, no National Press Club, Ara�jo afirmou que o Brasil quer discutir "formas de impulsionar o desenvolvimento sustent�vel na Amaz�nia com participa��o de estrangeiros e institui��es internacionais. Esse, segundo ele, � o mote de suas reuni�es em Washington com as presid�ncias do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Na sequ�ncia, a jornalista perguntou sobre o fato de o chanceler brasileiro negar que as mudan�as clim�ticas sejam um problema grave. O chanceler afirmou que o "melhor jeito de defender a floresta amaz�nica � o desenvolvimento da regi�o" e voltou a dizer que existe "uso ideol�gico" da mudan�a clim�tica e que o Brasil foi v�tima desse tipo de "histeria", no debate sobre as queimadas na Amaz�nia.

"Toda a conversa sobre questionar a soberania brasileira sobre a Amaz�nia vem desse tipo de histeria, na qual voc� sup�e que h� uma enorme crise clim�tica (...) ent�o talvez isso possa nos levar a intervir externamente na Amaz�nia, por exemplo. Vemos muito como isso funciona. Tiram as coisas de propor��o e algumas pessoas ao redor do mundo defendem medidas que s� podem ser contempladas em um estado de emerg�ncia", disse Ara�jo.

"Como o qu�?", questionou a jornalista.

"Como intervir na soberania de um pa�s, por exemplo", respondeu Ara�jo.

"Intervir como?"

"Bem, limitando a soberania sobre seu territ�rio, que tem sido sugerido por alguns l�deres no mundo", disse Ara�jo.

"Voc� poderia nomear quem?", pediu a jornalista.

"Teve um artigo na (revista) Foreign Policy advogando por isso", finalizou Ara�jo.
Um artigo na revista Foreign Policy inicialmente intitulado como "Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amaz�nia" n�o foi escrito por um l�der mundial, mas pelo professor americano da Universidade Harvard, Stephen Walt. O t�tulo do artigo foi posteriormente alterado.

Durante a semana, Ishaan Tharoor, do jornal americano The Washington Post, havia criticado Ara�jo nas redes sociais ap�s assistir uma apresenta��o do ministro na capital americana na qual o brasileiro atacava o "climatismo". Na entrevista desta sexta, o jornalista perguntou se o Brasil levaria o mesmo discurso � ONU.

Ara�jo afirmou que o Brasil quer enfatizar qual � a "real situa��o da Amaz�nia", repetindo que as queimadas est�o na m�dia, e que o fato de o tema chamar aten��o � em raz�o da "ideologia" do governo Bolsonaro. "Governos de esquerda faziam qualquer coisa. Governos como o nosso atraem esse tipo de aten��o negativa", respondeu o ministro. "� o tipo de coisa que desejamos expor", disse.

Modelo de coopera��o por meio de ONGs n�o � eficiente, diz ministro

Ao falar sobre coopera��o internacional para Amaz�nia, o ministro afirmou que "modelos hoje de coopera��o atrav�s de ONGs" n�o s�o eficientes e enalteceu a parceria com os americanos, mas teve dificuldade de explicar as duas medidas coordenadas com os EUA para coopera��o no combate �s queimadas e preserva��o da Amaz�nia.

"Nos EUA, nos parece que � algo mais pr�ximo daquilo que concebemos como estilo mais eficiente de coopera��o, que no caso � um fundo investimentos para projetos a partir da biodiversidade, que criem iniciativas de desenvolvimento sustent�vel", disse ele.

Um diplomata da comitiva brasileira, sentado na primeira fila, passou informa��es ao ministro quando Ara�jo foi questionado sobre novidades na parceria com os EUA. O ministro est� em Washington desde quarta-feira, 11, em reuni�es com o governo americano.

Ara�jo respondeu que os americanos ofereceram um time de especialistas e um avi�o especializado. Segundo o ministro, os peritos e o avi�o teriam chegado na sexta-feira, 13. O Minist�rio da Defesa informou no portal de not�cias que peritos dos EUA chegaram na quinta-feira, 12. N�o h� men��o a avi�o cedido pelos EUA.

O ministro disse, na entrevista, n�o saber quanto tempo e onde ficar�o baseados os especialistas americanos. Questionado, na sequ�ncia, sobre o que os especialistas far�o, ele ouviu novamente um integrante da equipe antes de sua resposta e afirmou que os peritos trabalhar�o na investiga��o de inc�ndio. "Eu acho que (trabalhar�o) sobre a origem do inc�ndio, porque uma das principais quest�es � que n�o identificamos onde estamos lidando com ocorr�ncias naturais e onde lidamos com ocorr�ncias criminosas ou atividade humana, n�o necessariamente criminosa", disse.

Ara�jo tamb�m n�o detalhou o que ser� o fundo privado � Amaz�nia. O "fundo de investimento de impacto", no valor de US$ 100 milh�es, liderado pelo setor privado, j� havia sigo negociado na visita de Bolsonaro ao presidente Donald Trump, em mar�o, e foi novamente anunciado pelo secret�rio de Estado, Mike Pompeo, nesta sexta. O ministro pediu para um auxiliar passar mais informa��es sobre o fundo - e a resposta foi de que a montagem ainda est� em estudo.

Viagem foi a sexta de Ara�jo para os Estados Unidos

Em pouco mais de nove meses de governo, Ara�jo, esteve seis vezes nos Estados Unidos, sendo cinco na capital americana. Nesta sexta-feira, 13, o chanceler teve sua quarta reuni�o com secret�rio de Estado americano, Mike Pompeo, para o que os dois pa�ses chamam de "Di�logo de Parceria Estrat�gica". Os dois tiveram trinta minutos de encontro privado e depois fizeram um pronunciamento � imprensa que repetiu a base do comunicado conjunto assinado pelos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro em mar�o.

Desde a ocasi�o, o governo brasileiro vem trabalhando para destravar rela��es comerciais com os americanos e mostrar o alinhamento com Trump. A boa vontade do Brasil se traduziu em interlocu��o frequente com a alta c�pula do governo americano, mas, como nas �ltimas passagens do chanceler pela cidade depois disso, n�o houve an�ncio de medidas concretas.

A retomada do 'Di�logo de Parceria Estrat�gica' entre os dois pa�ses, paralisado nos �ltimos sete anos, foi previsto na visita presidencial e serve para rever a agenda bilateral estabelecida pelos dois presidentes - e fazer o balan�o do que saiu do papel. Seis meses depois do encontro dos dois l�deres, os representantes da diplomacia do Brasil e dos EUA anunciaram, novamente, que os pa�ses vivem uma "nova era".

"Quando o presidente Trump e o presidente Bolsonaro se reuniram na Casa Branca em mar�o passado, eles se comprometeram a expandir e fortalecer nossa parceria estrat�gica. � por isso que hoje estamos realizando nosso primeiro di�logo estrat�gico em sete anos. Mas a mudan�a em nosso relacionamento � muito maior do que qualquer reuni�o ou conjunto de reuni�es. Entramos em uma nova era profunda e importante nos la�os EUA-Brasil", disse Pompeo. "Eu o vi outro dia na Casa Branca", completou o americano.

H� duas semanas, o chanceler acompanhou o filho do presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro, em uma visita rel�mpago a Trump. Na ocasi�o, Ara�jo disse que a novidade do encontro com Trump era "a reuni�o em si". Desta vez, Ara�jo disse que sua frequ�ncia nos EUA "mostra claramente" o comprometimento de construir uma alian�a forte com os americanos e disse que a reuni�o de "Di�logo Estrat�gico" era um "importante avan�o".

Ara�jo tamb�m esteve em conversas no com Robert Lighthizer, representante para o com�rcio internacional dos Estados Unidos, e com Wilbur Ross, secret�rio de com�rcio americano. Os dois pa�ses t�m negociado medidas de facilita��o de com�rcio e investimentos, para lan�ar um acordo de facilita��o de com�rcio - a ideia � deixar discuss�o sobre redu��o de tarifas para o futuro e come�ar por medidas de desburocratiza��o.

Ainda h� n�s n�o desatados na rela��o comercial entre os dois pa�ses, como a reabertura do mercado americano para a carne bovina in natura brasileira. Depois da visita presidencial, os EUA concordaram em fazer uma inspe��o no Brasil com intuito de abrir novamente o mercado para a importa��o de carne do Pa�s. At� agora, no entanto, as autoridades americanas n�o divulgaram o relat�rio da inspe��o - que permitiria avan�ar no tema. No in�cio do m�s, o Brasil atendeu um pleito dos americanos para reavaliar a cota de importa��o de etanol imposta pelo Brasil. O movimento foi avaliado no Departamento de Estado dos EUA e na comunidade empresarial como um sinal concreto de que o Pa�s est� disposto a negociar.

No pronunciamento � imprensa feito no Departamento de Estado, Ara�jo disse que os "amigos dos Estados Unidos sabem que n�o s�o verdadeiras" avalia��es de que o Brasil "n�o � capaz de lidar com o problema do desenvolvimento sustent�vel". Pompeo, por sua vez, n�o fez men��es ao apoio americano ao governo Bolsonaro em meio � crise diplom�tica gerada ap�s a repercuss�o internacional das queimadas na Amaz�nia.

A �nica men��o de Pompeo � Amaz�nia foi a reitera��o sobre o fundo de investimento para a regi�o, sem mais detalhes. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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