
O diretor-geral da Pol�cia Federal, delegado Maur�cio Valeixo, volta de f�rias nesta quinta-feira, 19, e deve continuar no cargo, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes com conhecimento do assunto. O ministro da Justi�a, S�rgio Moro, j� teria dado a Valeixo a informa��o de que ele n�o ser� substitu�do pelo menos por enquanto. Procurado, o ministro disse que n�o comentar� o assunto.
A sa�da de Valeixo era dada como certa internamente na PF ap�s o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, ter declarado, no m�s passado, que poderia trocar a dire��o do �rg�o. Sua perman�ncia � considerada uma vit�ria de Moro. O combinado � que ningu�m na PF comente mais sobre o assunto, para evitar novas rusgas com Bolsonaro.
O presidente ficou irritado especialmente com a recusa de Valeixo de indicar para a superintend�ncia do Rio de Janeiro o delegado Alexandre Saraiva, atual chefe da unidade do Amazonas, no lugar do delegado Ricardo Saadi.
Na ocasi�o, Bolsonaro afirmou que havia determinado a sa�da de Saadi por "quest�o de produtividade". Horas ap�s o an�ncio, por�m, a PF contradisse o presidente e, em nota, afirmou que a troca j� estava planejada e n�o tinha rela��o com o trabalho do delegado. Ainda anunciou um outro nome para o cargo, contrariando Bolsonaro.
Desde o in�cio da crise, Moro se esfor�ou para manter Valeixo, uma indica��o sua para o cargo. Eles trabalharam juntos na Lava-Jato em Curitiba. Em conversa com Bolsonaro, o ministro chegou a atribuir as pol�micas a uma "rede de intrigas" que atuava para desgastar a rela��o entre os dois.
Como forma de "aparar arestas" com o presidente, Moro determinou, na semana passada, que a PF apure um suposto direcionamento de investiga��o ao deputado Helio Lopes (PSL-RJ), aliado do presidente.
O ministro apontou poss�vel fraude na inclus�o do nome em um inqu�rito como meio de tentar voltar o presidente contra Saadi e a c�pula do �rg�o.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou, a Pol�cia Federal suspeita que o delegado Leonardo Tavares, lotado na Delegacia de Repress�o a Crimes Previdenci�rios (Deleprev) no Rio de Janeiro, foi o respons�vel por tentar direcionar uma investiga��o previdenci�ria para um alvo chamado 'H�lio Neg�o', o mesmo apelido usado pelo deputado.
Nos bastidores, o gesto de Moro foi visto como importante para mudar o ambiente e impedir a demiss�o de Valeixo.