A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) anunciou nesta quinta-feira, 19, que o partido do presidente Jair Bolsonaro est� fora da discuss�o do grupo de trabalho que analisa o pacote anticrime. A sa�da ocorre ap�s o relator da proposta e aliado do governo, deputado Capit�o Augusto (PL-SP), fazer cr�ticas p�blicas � base. De acordo com Augusto, os deputados governistas "n�o se apresentam" para defender a proposta do ministro da Justi�a, Sergio Moro.
"Cad� os deputados do governo? N�o tem ningu�m aqui. Quero que registre em ata as aus�ncias", cobrou Augusto logo no in�cio da sess�o, ao criticar a inclus�o da proposta que cria o juiz de garantias na pauta do dia.
Carla Zambelli e nenhum deputado da base estavam no plen�rio da comiss�o na hora da cr�tica. Quase meia hora depois da fala de Augusto, a deputada chegou e pediu a palavra.
"O governo n�o vai ficar discutindo em um grupo que vai ficar discutindo, discutindo, discutindo num grupo que n�o representa o plen�rio. Estar aqui � s� compactuar e validar algo que n�o concordamos", afirmou Carla Zambelli, abandonando a reuni�o.
Desde o in�cio da discuss�o do pacote anticrime, os deputados governistas reclamam da composi��o do grupo de trabalho. Formado em mar�o pelo presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em resposta �s cobran�as p�blicas de Moro para acelerar a proposta, o grupo n�o seguiu a regra de proporcionalidade da Casa que daria ao PSL mais cadeiras.
A divis�o foi feita a crit�rio do presidente da C�mara, que optou por um grupo mais "legalista", ou seja, de parlamentares que defendem mais o direito do indiv�duo e, normalmente, s�o os mais cr�ticos � atua��o da Lava Jato. A atitude de Carla Zambelli incomodou os membros do grupo que classificaram as palavras como "ditatorial", "intransigentes" e "infantis".
"Ningu�m pode ficar ofendido porque a sua ideia n�o foi majorit�ria. Perdi v�rios pontos aqui que queria endurecer o crime, mas isso � a democracia", afirmou o presidente da sess�o, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).
"� triste ver componente desse grupo agir de forma autorit�ria. O parlamento n�o � espa�o para capachos, que abaixam a cabe�a para tudo que o governo faz. O relator por vezes ganhou, outras perdeu, mas est� aqui defendendo o seu trabalho. A atitude da deputada � desrespeitosa. O que foi feito pela deputada n�o � democr�tico", afirmou Marcelo Freixo (PSOL-RJ).
Vota��o
Deputados do grupo de trabalho aprovaram nesta quinta-feira, 19, a cria��o da figura do "juiz de garantias". A medida � vista como uma rea��o a Moro, que teve sua imparcialidade no julgamento das a��es da Lava Jato questionada ap�s a divulga��o de supostas mensagens hackeadas de integrantes da for�a-tarefa em Curitiba, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em agosto.
Na pr�tica, dois ju�zes cuidariam de cada caso. Ap�s a apresenta��o da den�ncia, o caso passaria a ser conduzido por outro juiz, respons�vel pelo julgamento.
O grupo de trabalho encerraria as atividades esta semana, mas o prazo foi adiado na �ltima sexta-feira por mais 30 dias. A previs�o � que o presidente da C�mara, Rodrigo Maia, leve o texto final direto ao plen�rio.
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POL�TICA
PSL abandona grupo de trabalho que analisa pacote anticrime
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