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Estado de Minas POL�TICA

Marta Suplicy faz mea-culpa e resgata feminismo


postado em 23/09/2019 12:30

A ex-ministra e ex-prefeita Marta Suplicy (sem partido) vive um momento particular de revisionismo. Sem arrependimentos, como no apoio dado ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, por exemplo, ela admite que a passagem pelo MDB n�o foi digerida por seus eleitores e teve papel determinante em sua derrota na disputa pela Prefeitura de S�o Paulo em 2016.

Nessa nova fase, Marta tamb�m busca se reconectar com a esquerda e retomou a milit�ncia feminista. Pouco mais de um ano depois de deixar o MDB e anunciar que n�o disputaria mais cargos eletivos, a ex-prefeita tem suavizado as cr�ticas mais �cidas ao PT e passou a defender a bandeira do "Lula Livre".

Marta recebeu o jornal O Estado de S. Paulo na quarta-feira passada em seu apartamento na capital paulista - um espa�oso im�vel com vista panor�mica para a cidade, no elegante bairro dos Jardins. Ela reviu posi��es, fez autocr�ticas e elaborou cen�rios para as elei��es de 2020 e 2022. Num movimento para voltar � arena pol�tica, Marta se divide agora em duas frentes.

Cotas

A primeira � a luta contra o movimento para flexibilizar as cotas eleitorais para mulheres nos partidos. Em visita a C�mara na semana passada, fez um prele��o sobre a hist�ria do feminismo para convencer as deputadas a aderirem � causa. Em um retorno �s origens de sua milit�ncia nos tempos do programa TV Mulher, lembrou que as mulheres s� puderam votar a partir de 1932, e ainda assim apenas as casadas ou vi�vas com patrim�nio. E se indisp�s com a deputada Renata Abreu, presidente do Podemos e autora do projeto.

"Eu primeiro a parabenizei por ter criado um partido, mas disse que ela tinha um comportamento de cacique, o que eu entendo. Quando a pessoa � um cacique de um partido ela vive um poder, e o poder geralmente � exercido por candidatos masculinos, que s�o mais f�ceis de eleger", afirmou Marta. "Sou feminista como eu respiro. Est� introjetado desde a inf�ncia sendo de uma fam�lia com 3 meninas e 1 menino", concluiu.

A segunda trincheira, segundo ela, � a articula��o de uma frente de centro-esquerda para combater o "bolsonarismo" na disputa pela Prefeitura da capital em 2020, o que seria um laborat�rio para construir um movimento similar na elei��o presidencial de 2022.

A participa��o dela no come�o do m�s no lan�amento do movimento Direitos J�, que reuniu quadros de 16 partidos em oposi��o a Jair Bolsonaro, simbolizou o caminho pol�tico que ela pretende trilhar nesta fase. Na ocasi�o, Marta reencontrou no TUCA, o hist�rico teatro da PUC-SP, antigos companheiros de milit�ncia petista, onde esteve por 33 anos.

"Temos que fazer uma frente e � a ela que estou me dedicando. N�o estou em nenhum partido e n�o sou candidata a nada. Mas quero colaborar para que a gente possa fazer uma frente ampla como j� tivemos no Brasil quando Carlos Lacerda se juntou a Jo�o Goulart e Juscelino. A primeira etapa � a elei��o para a prefeitura de S�o Paulo. Temos que isolar o bolsonarismo. Ser� um aperitivo para 2022."

Marta vem deixando em aberto uma janela para uma reconcilia��o com o passado e n�o descartou apoiar um candidato petista. "� muito importante ter o PT nesse movimento. Tenho conversado com a Gleisi (Hoffmann, presidente do PT) da import�ncia de estarmos juntos."

A ex-petista afirma que "a bandeira do 'Lula Livre' divide", mas avalia que ela � "imperiosa para o PT". "O PT tem o seu maior s�mbolo preso. Ele n�o devia estar na cadeia. Lula � um preso pol�tico."

'Sem identidade'

Sobre as escolhas do passado, Marta disse que n�o se arrepende de ter apoiado o impeachment de Dilma Rousseff, de quem foi aliada e amiga, mas calcula que a ida para o MDB foi decisiva para sua derrota na elei��o de 2016. "Voc� n�o fica 33 anos no PT e acha que em um ano as pessoas v�o deglutir a mudan�a de partido. Fiquei sem identidade naquele momento."

O perfil do candidato que poderia liderar essa frente ampla em 2022, segundo Marta, n�o seria de um outsider. "Mas acho Luciano Huck um nome muito interessante. Ele tem se esfor�ado numa aprendizagem da pol�tica de forma muito focada. N�o vejo como uma candidatura que cai do c�u, como o (Jo�o) Doria (governador de SP), que n�o sabia patavina da cidade", afirma a ex-ministra, que diz que h� algum tempo saiu "dessa hist�ria de esquerda e direita". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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