
O Grupo de Agricultores Ind�genas do Brasil n�o tem uma data de funda��o definida, mas j� organizou um �nico evento para celebrar a safra 2018/2019. O “1º Encontro do Grupo de Agricultores Ind�genas do Brasil” aconteceu entre os dias 11 e 13 de fevereiro deste ano, nas aldeias Bacaval e Matsene Kalore, da tribo Parecis, em Mato Grosso.
Na ocasi�o, chamada tamb�m de “Festa da Colheita”, os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Tereza Cristina (Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento) prestigiaram o evento. Segundo o Minist�rio da Agricultura, a tribo Parecis plantou, somente na cidade de Campo Novo dos Parecis, em Mato Grosso, 8,7 mil hectares de soja, mil de milho e 300 de arroz.
Um trato entre Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama), Funda��o Nacional do �ndio (Funai) e Minist�rio P�blico Federal propiciou aos ind�genas do grupo a planta��o de 18 mil hectares no territ�rio matogrossense. Os dados, de autoria da Funai e da cooperativa Coopihanama, levam em conta a produ��o das tribos Parecis, Nambiquara e Manoki.
A ideia desse grupo vai contra o pensamento do cacique Raoni, um �cone mundialmente conhecido da luta dos povos ind�genas brasileiros pela preserva��o da Amaz�nia. Entre os diversos atos do l�der Xingu, est� o aux�lio na viabiliza��o de um parque situado nos estados do Mato Grosso e do Par�, iniciado em 1993. Ele constitui uma das maiores reservas de florestas tropicais do planeta, com uma superf�cie de cerca de 180 mil km² (cerca de um ter�o da Fran�a).
�ntegra da carta do Grupo de Agricultores Ind�genas do Brasil lida na ONU:
"O Grupo de Agricultores Ind�genas do Brasil, formado por diversas etnias, e com representantes por todas as unidades da federa��o, que habitam uma �rea mais de 30 milh�es de hectares do territ�rio brasileiro, vem respeitosamente perante a sociedade brasileira endossar total e irrestrito apoio � ind�gena Ysani Kalapalo, aqui presente, do Parque Ind�gena do Xingu, do Mato Grosso, para que a mesma possa da Assembleia Geral das Na��es Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos, externar toda a realidade vivida pelos povos ind�genas do Brasil, bem como trazer � tona o atual quadro de mentiras propagado pela m�dia nacional e internacional, que insiste em fazer dos povos ind�genas do Brasil uma reserva de mercado sem fim, atendendo aos interesses estrangeiros de pa�ses que ainda enxergam o Brasil como uma col�nia sem regras e sem soberania.
O Brasil possui 14% de seu territ�rio nacional regularizado em terras ind�genas, e muitas comunidades est�o sedentas para que o desenvolvimento desta parte do Brasil finalmente ocorra sem amarras ideol�gicas ou burocr�ticas. Isso facilitar� o alcance de uma maior qualidade de vida nas �reas de empreendedorismo, sa�de e educa��o.
Uma nova pol�tica indigenista no Brasil � necess�ria. O tempo urge. Medidas arrojadas podem e devem ser incentivadas na busca pela autonomia econ�mica dos ind�genas. Certamente, que se um conjunto de decis�es vier neste sentido, poderemos vislumbrar um novo modelo para a quest�o ind�gena brasileira.
Um novo tempo para as comunidades ind�genas � fundamental, a situa��o de extrema pobreza em que se encontram, sobrevivendo t�o somente do Bolsa Fam�lia e de cestas b�sicas nunca representou dignidade e desenvolvimento.
O ambientalismo radical e o indigenismo ultrapassado e fora de sintonia com o que querem os povos ind�genas representam o atraso, a marginaliza��o e a completa aus�ncia de cidadania.
A realidade ora posta imp�e que o mundo na arena da Assembleia das Na��es Unidas possa reconhecer nossos desejos e aspira��es na voz da ind�gena Ysani Kalapalo que transmitir� o real quadro do meio ambiente e das comunidades ind�genas brasileiras.
Portanto, Ysani Kalapalo goza da confian�a e do prest�gio das lideran�as ind�genas interessadas em desenvolvimento, empoderamento e protagonismo, estando apta para representar as etnias relacionadas’.
Acabou o monop�lio do senhor Raoni".