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Estado de Minas

Em discurso na ONU, Bolsonaro l� carta afirmando que''acabou o monop�lio da era Raoni''

O presidente recha�ou a lideran�a de mais de quatro d�cadas do cacique Raoni ao ler uma carta assinada pelo Grupo de Agricultores Ind�genas do Brasil


postado em 24/09/2019 12:41 / atualizado em 24/09/2019 13:26

Cacique Raoni(foto: John Lamparski / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)
Cacique Raoni (foto: John Lamparski / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

Um �cone mundialmente conhecido da luta dos povos ind�genas brasileiros pela preserva��o da Amaz�nia, o cacique Raoni, foi duramente criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, na manh� desta ter�a-feira, durante seu discurso na abertura da 74ª Assembleia Geral das Organiza��es das Na��es Unidas (ONU). Leia mat�ria sobre discurso do presidente.

"A vis�o de um l�der ind�gena n�o representa a de todos os �ndios brasileiros. Muitas vezes alguns desses l�deres, como o Cacique Raoni, s�o usados como pe�a de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avan�ar seus interesses na Amaz�nia. Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar e manter nossos �ndios como verdadeiros homens das cavernas", disse Bolsonaro. Leia  aqui a �ntegra do discurso

Bolsonaro endossou a cr�tica por meio de uma carta, lida por ele, e assinada  pelo Grupo de Agricultores Ind�genas do Brasil, formado por diversas etnias, que afirmam representar lideran�as ind�genas  em todas as  unidades da federa��o. "Acabou o monop�lio da era Raoni", decreta o texto da carta lida pelo presidente.

De acordo com Bolsonaro, o povo ind�genas n�o quer ser pobre morando em terras vasto potencial de riquezas naturais e que n�o aceitar�  "instrumentaliza��o  internacional"  da quest�o ambiental ou p�l�tica ind�genista  "em prol de interesses pol�ticos e econ�micos externos".

Quem � Raoni


N�o h� registro da data de nascimento do Cacique Raoni, que h� mais de quatro d�cadas milita pela  manuten��o do territ�rio e da cultura ind�gena.
Estima-se que ela tenha nascido na d�cada de 1930, num vilarejo chamado Krajmopyjakare, lugar que hoje se chama Kap�t, no cora��o do Mato Grosso, no Centro-Oeste  do pa�s.

De uma tribo chamada de Caip�, n�mades, Raoni n�o fugiu � regra, com sua inf�ncia sendo marcada por  v�rios deslocamentos.

Em 1954, ele conheceu   os irm�os Villas Boas, famosos indigenistas brasileiro. Naquela �poca, Raoni  j� usava  seu labret, adorno portado sobre o l�bio inferior,  marca de reconhecimento dos guerreiros prontos a morrer por sua terra. Com os irm�os Villas Boas, o cacique aprendeu a l�ngua portuguesa.

No fim dos anos 1950, encontrou-se com o primeiro presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek.  Do Brasil para o mundo, por meio da tela do cinema, Raoni fica conhecido  em um document�rio feito pelo belga e  jovem cineasta  Jean Pierre Dutilleux, que  fica fascinado pela personalidade e o carisma do cacique.

O filme Raoni � apresentado no festival de Cannes em 1977. Foi um sucesso de cr�tica mas Jean Pierre Dutilleux transforma o teste conseguindo implicar Marlon Brando, filmando-o para uma vers�o inglesa.

Raoni foi ent�o indicado aos Oscars e exibido no Mann's Chinese Theatre de Los Angeles. O Brasil aclama o filme e Raoni torna-se o �ndio mais famoso do pais continente. Este toma ent�o consci�ncia de que Kritako, o homem do nariz de faca, apelido ind�gena de Dutilleux, e sua c�mera deram para ele o poder de divulgar as preocupa��es do povo Caiap� quanto ao desmatamento que amea�a seu meio ambiente.

Sting


Em 1989, com ajuda do cantor Sting,  que o conheceu por meio de  Dutilleux,  Raoni deixa o Brasil pela primeira vez e lan�a, em 17 pa�ses, um pedido de ajuda. Divulgado pela maior parte das redes de televis�o,  a campanha  de conscientiza��o da import�ncia da Amaz�nia, em especial pela preserva��o das terras ind�genas, ganha o apoio de organiza��es internacionais.

Doze Funda��es Rainforest (Selva Virgem) s�o ent�o criadas, com o primeiro objetivo de obter recursos para ajudar na cria��o, na Amaz�nia, na regi�o do Xingu, de um parque nacional com uma superf�cie de mais ou menos 180 000 km2 (cerca de um ter�o da Fran�a).

A miss�o foi cumprida em 1993,  coma cria��o  do parque situado nos estados do Mato Grosso e do Par�,  que constitui hoje uma das maiores reservas de florestas tropicais do planeta.

O projeto do imenso complexo de barragens, batizada de Belo Monte,  no Par�, que amea�a diretamente o territ�rio que Raoni  sempre protegeu que o fez,  em 2009, lan�ar-se em nova  campanha para procurar apoio na Europa e dar um novo impulso ao Instituto Raoni.


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