O procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, escolheu para a Secretaria de Direitos Humanos da PGR o procurador Ailton Benedito, popular nas redes sociais entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro por ser um defensor do conservadorismo.
Contr�rio � descriminaliza��o do aborto e do uso de drogas, Benedito j� aceitou o convite e ser� respons�vel por assessorar Augusto Aras nos temas sobre os quais o PGR dever� se manifestar no Supremo Tribunal Federal dentro da tem�tica de Direitos Humanos.
"Balizas fundamentais: direitos � vida, � liberdade, � igualdade, � propriedade, � seguran�a. Artigo 5� da Constitui��o", disse Ailton Benedito nesta sexta-feira, 27, no Twitter, ao confirmar o aceite.
Outro nome convidado por Augusto Aras para a PGR foi o general Roberto Severo, para ser o Assessor Especial para Assuntos Estrat�gicos. O papel que desempenhar� ainda est� sendo definido internamente. Severo foi chefe de gabinete do ex-ministro Eliseu Padilha na Casa Civil e, entre maio e junho, no governo Bolsonaro, foi o secret�rio-executivo da Secretaria-geral da Presid�ncia, ent�o chefiada por Floriano Peixoto.
Ailton Benedito j� afirmou no Twitter que "aborto � hediondo assassinato de indefeso beb�, durante a gesta��o". "Descriminaliz�-lo, al�m de atentar contra o direito fundamental � vida protegido pela Constitui��o, implica avan�ar a agenda esquerdista de extinguir a responsabilidade do ser humano por seus pr�prios atos", escreveu o procurador, em agosto de 2018.
Na �ltima segunda-feira, o procurador havia postado em suas redes sociais cr�ticas ao discurso de quem � favor�vel � descriminaliza��o do uso de drogas.
"As drogas est�o entre os mais s�rios problemas econ�micos, sociais e pol�ticos do mundo, mas s�o debatidas superficialmente, de forma teleguiada para ficar na rasa contraposi��o: liberdade individual de fumar maconha x ilegitimidade moral do Estado para cercear essa liberdade", disse.
O procurador tamb�m escreveu que, "quanto mais usa drogas, menos liberdade tem o sujeito; na verdade, mais escravo se torna".
Conselho
No m�s passado, Benedito teve barrada a indica��o que recebeu do Minist�rio da Mulher, Fam�lia e Direitos Humanos para integrar a Comiss�o Especial sobre Mortos e Desaparecidos Pol�ticos (CEMDP), vinculada � pasta. Ele diz que a dura��o do grupo n�o pode ser "infinita".
"Discordo do trabalho da comiss�o no sentido de que ela nunca termine, n�o cumpra sua finalidade de encontrar despojos de mortos e as pessoas ainda desaparecidos, e dar uma satisfa��o �s fam�lias e � sociedade. Existe h� 15 anos e at� hoje n�o concluiu o trabalho", disse � reportagem na ocasi�o o procurador.
Segundo Ailton Benedito, � preciso estabelecer metas, objetivos, tempo claros para a realiza��o e a conclus�o dos trabalhos da Comiss�o Especial sobre Mortos e Desaparecidos Pol�ticos. "Meu objetivo � que ela cumpra sua miss�o e n�o sirva � propaganda pol�tico-ideol�gica alheia", afirmou o procurador, defensor da atua��o das For�as Armadas durante a ditadura militar.
POL�TICA