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Estado de Minas POL�TICA

Hacker acreditava que ficaria impune, afirma PF


postado em 30/09/2019 07:42

Investigados por grampear as principais autoridades do Pa�s, os hackers presos pela Pol�cia Federal em duas fases da Opera��o Spoofing se tornaram alvo da mesma t�cnica que empregaram contra suas v�timas: o vasculhamento de mensagens alheias.

Munida de autoriza��o judicial, a PF coletou um extenso acervo de textos trocados pelo grupo durante o per�odo em que eles teriam cometido v�rios il�citos, que v�o de fraudes banc�rias a crimes contra a seguran�a nacional. Nos textos, ironias sobre o ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, S�rgio Moro, informa��es sobre transfer�ncias de valores e demonstra��o de autoconfian�a sobre ficar � margem da lei - "hacker aqui n�o deixa rastros", escreveu Walter Delgatti Neto (o "Vermelho").

Procurada, a defesa de Delgatti Neto informou que aguarda a conclus�o das investiga��es. As conversas constam em relat�rios anexados ao inqu�rito sigiloso da segunda fase da Opera��o Spoofing, ao qual a reportagem teve acesso. Segundo a PF, as mensagens, al�m de demonstrar que Delgatti Neto n�o agia sozinho, ajudam a desvendar o modus operandi do grupo. Em grande parte dos di�logos, Delgatti Neto aparece reclamando de dificuldade financeira. "Cad� o meu dinheiro?", questiona ele ao tamb�m investigado Danilo Cristiano Marques, por meio de aplicativo de mensagens, em 29 de abril de 2019. Em 14 de maio de 2019, mais uma vez, ele reclama: "E a� mano? T� pobre 'f.....'".

Nas mensagens, os hackers tamb�m trocavam impress�es sobre o cen�rio pol�tico nacional e manifestavam especial preocupa��o com a repercuss�o do caso "Vaza Jato". Em uma sequ�ncia de mensagens entre Delgatti Neto e outro membro do grupo, n�o identificado, em 22 de julho de 2019, por volta da 1 hora da manh�, Delgatti Neto se queixa de que S�rgio Moro estava demorando para voltar das f�rias de cinco dias.

A licen�a n�o remunerada para "tratar de assuntos particulares" foi publicada no Di�rio Oficial da Uni�o do dia 8 de julho e amplamente divulgada na m�dia. Valeria entre os dias 15 e 19 de julho, mas no dia 22 Delgatti Neto estava preocupado com o fato de o ministro ainda n�o ter retornado. "Viu que Moro ia ficar 4 dias e n�o voltou at� hoje?"

Receio

Em seguida, o membro do grupo n�o identificado no relat�rio demonstra receio com a aus�ncia do ministro: "(Moro) descobriu algo ser�"? Delgatti Neto, em tom de ironia, o tranquiliza: "Ele (Moro) t� com medo, isso sim. Hacker aqui n�o deixa rastros", diz, completando: "Hacker de hacker. Voc� n�o entendeu ainda. Quem nasceu para ser crash-overlong nunca vai ser hacker aqui".

Em outra conversa, trocada em 26 de junho de 2019, Delgatti Neto narra que estava "confiscando" bens de um pessoa que tinha d�vida com ele. Dentre os bens "confiscados", estariam um notebook, uma c�mera e um celular. "Eu falei: manda a� que eu compro. Confisquei tudo. Pobre, f..... N�o tava fazendo nada, o cara me devendo R$ 12 mil", disse o hacker.

As mensagens trocadas pelo grupo foram recuperadas pela pol�cia por meio das per�cias realizadas no material apreendido nas buscas feitas na primeira fase da Spoofing. Ap�s a quebra de sigilos banc�rios, autorizados pela Justi�a Federal, os investigadores conseguiram rastrear 14 transfer�ncias banc�rias de Delgatti Neto para o programador Thiago Eliezer Martins Santos, que foi preso na segunda fase da opera��o, no dia 19.

Nas mensagens, o grupo trata de valores oriundos, segundo a PF, da pr�tica de fraudes banc�rias. Em 7 de maio, Delgatti Neto diz a Danilo Cristiano Marques, preso na primeira fase da opera��o, que havia pago valores a Thiago Eliezer: "Juro que paguei a parte dele, cheia ainda". Na mesma mensagem, Delgatti Neto encaminha tr�s comprovantes que demonstram transfer�ncias nos valores de R$ 12,5 mil, R$ 4 mil e R$ 4,5 mil.

Em meio a v�rias mensagens, os hackers deixam escapar detalhes de fraudes banc�rias cometidas pelo grupo. Essas mensagens foram fundamentais para a PF pedir a pris�o dos demais integrantes da quadrilha.

Segunda fase

Na segunda fase da Opera��o Spoofing, tamb�m foram cumpridos quatro mandados de busca e apreens�o em im�veis ligados ao grupo, em S�o Paulo e em Bras�lia. Al�m de Eliezer, foi preso Luiz Moli��o, que estava em Sert�ozinho, no interior de S�o Paulo.

No endere�o ligado a Moli��o, os policiais aprenderam um bilhete, escrito � m�o, com os dizeres: "T� tudo bem, blindados com as pitadas, t� junto com os presos pol�ticos".

A PF investiga a origem do bilhete, mas j� sabe que se trata de um recado tranquilizando o membro do grupo no per�odo em que ele ainda estava solto e Delgatti Neto j� estava na cadeia. Isso porque Delgatti Neto est� detido no Complexo da Papuda, em Bras�lia, numa ala junto com presos como Geddel Vieira Lima. Da� a express�o "presos pol�ticos" presente no bilhete.

Ao formular o pedido de busca e apreens�o da segunda fase da opera��o, a Pol�cia Federal afirma que Delgatti Neto n�o atuava sozinho nas invas�es das contas de Telegram de suas v�timas. Em depoimento � PF, ele disse que foi respons�vel pelo desenvolvimento da t�cnica utilizada para realizar os ataques cibern�ticos. Os investigadores do caso, no entanto, n�o acreditam mais nessa vers�o.

Ap�s a an�lise dos arquivos armazenados nos dispositivos telem�ticos apreendidos com Delgatti Neto, a Pol�cia Federal afirma no relat�rio do inqu�rito que Thiago Eliezer Martins Santos, o programador preso em Bras�lia, atuou no desenvolvimento de t�cnicas voltadas � invas�o de redes de computadores e comunica��o e teria conhecimento dos crimes cibern�ticos praticados por Delgatti Neto.

Clonagem

De acordo com a PF, Danilo Marques tamb�m tinha conhecimento das pr�ticas de Delgatti Neto no caso das clonagens do aplicativo Telegram de autoridades, al�m de ser parceiro em pr�ticas de crimes envolvendo fraudes banc�rias.

No relat�rio do inqu�rito obtido pela reportagem, os investigadores ainda sustentam que "Moli��o atuou diretamente nas invas�es de dispositivos inform�ticos e na intercepta��o e divulga��o de comunica��es realizadas pelas v�timas atrav�s do aplicativo Telegram". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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