No lan�amento de campanha publicit�ria para aprova��o do pacote anticrime, o presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira, 3, que registros de mortes por "autos de resist�ncia" s�o sinais de que os policiais trabalham.
"Muitas vezes a gente v� um policial ser al�ado para uma fun��o e a imprensa dizer: 'tem 20 autos de resist�ncia'. Tinha de ter 50. � sinal de que trabalha. Que faz sua parte e que n�o morreu", disse Bolsonaro. Autos de resist�ncia s�o mortes enquadradas como consequ�ncia da atividade do policial, como uma rea��o para leg�tima defesa.
O presidente afirmou ter certeza de que haver� consentimento para aprova��o do pacote proposto pelo Executivo, mas reconheceu que o governo sofreu "alguns reveses". "Devemos entender que n�o pudemos mudar de hora pra outra o rumo de transatl�ntico que, h� no m�nimo 30 anos, est� no caminho errado", disse Bolsonaro.
Apresentado em fevereiro deste ano como carro-chefe do projeto do ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, Sergio Moro, para combate ao crime, o pacote sofreu derrotas em grupo de trabalho de deputados, como a derrubada de dispositivo sobre excludente de ilicitude.
O plano
"Pacote Anticrime. A lei tem que estar acima da impunidade" � o slogan da campanha, que ter� v�deos de 30 segundos com depoimentos reais. O presidente afirmou que o governo est� "vagarosamente" conseguindo vencer a "guerra de informa��es" sobre seguran�a no Pa�s.
Moro afirmou na cerim�nia que, no governo Bolsonaro, o Brasil n�o ser� mais "para�so para criminosos". Segundo o ministro, o pacote � uma aspira��o importante da sociedade brasileira. "H� n�o muito tempo havia certa percep��o de que viv�amos em terra sem lei e sem Justi�a", disse ele.
Para o ministro, o Pa�s vivenciou "principalmente" nos �ltimos cinco anos "revela��es de um grande sistema de corrup��o que gerava incredulidade at� daqueles que tinham conhecimento destes fatos". O ex-juiz disse ainda que Bolsonaro � o "grande mentor" do governo e da proposta de endurecimento contra o crime.
Para uma plateia composta por congressistas, entre eles o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ), filhos do presidente, o ministro mandou recados. "A��es do Executivo s�o importantes, mas mudan�as legislativas s�o igualmente fundamentais. Para que n�o s� governo, mas tamb�m o Congresso, possa mandar mensagem clara para sociedade de que os tempos do Brasil sem lei e sem Justi�a chegaram ao fim", disse Moro.
Moro disse ainda que "nada foi perdido" com rela��o ao pacote anticrime, mesmo ap�s mudan�as no texto feitas por grupo de trabalho da C�mara dos Deputados.
"O processo legislativo ainda est� em tr�mite. A vota��o est� aberta e nada foi perdido. Outros pontos podem ser, no final, aprovados. E outros, rejeitados. O papel do governo � convencer os parlamentares", disse o ministro.
Moro afirmou compreender que o Congresso tenha deixado o pacote em segundo plano para analisar a reforma da Previd�ncia. "Mas temos de lembrar que ambiente com menos criminalidade tamb�m favorece desenvolvimento econ�mico", afirmou.
Segundo o ministro, a ideia da campanha publicit�ria pr�-pacote � "lembrar que essa necessidade de enfrentar a criminalidade � para defender as pessoas". "Por tr�s de cada um desses n�meros, estat�sticas, existem l� pessoas que foram vitimadas por crimes muitas vezes terr�veis."
Caso �gatha F�lix
O ministro disse lamentar a morte da estudante �gatha F�lix, de 8 anos, baleada no dia 20 passado no Rio de Janeiro, mas n�o quis comentar sobre o presidente Bolsonaro n�o ter feito declara��es sobre o caso. "A pergunta n�o � apropriada", afirmou.
"Foi, no fundo, quest�o mais relativa ao governo estadual (a morte da estudante), mas o projeto anticrime visa proteger todas as pessoas. Objetivo maior � reduzir a criminalidade em geral e poupar a vida de muitas '�gathas'", disse Moro.
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POL�TICA
Pacote anticrime: Bolsonaro defende que policiais tenham 50 autos de resist�ncia
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