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Estado de Minas POL�TICA

L�deres projetam cen�rio com Lula em liberdade


postado em 26/10/2019 12:00

A possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) abrir caminho para a liberdade do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, anular a condena��o no caso do triplex do Guaruj� e restaurar a elegibilidade do petista elevou a temperatura pol�tica. Nos bastidores, dirigentes de v�rios partidos avaliam que um eventual retorno de Lula � corrida presidencial teria potencial para beneficiar seu principal antagonista, o presidente Jair Bolsonaro, e refor�ar a polariza��o da �ltima campanha, marcada por um discurso anti-PT.

Dois julgamentos que ser�o retomados em breve trazem reflexos diretos na situa��o do petista. Em novembro, o Supremo concluir� a an�lise de a��es sobre a execu��o antecipada de pena, que pode resultar na sa�da de Lula da pris�o. Para retomar o direito de se candidatar, o petista aposta as fichas em outro julgamento, que trata da acusa��o de que o ex-juiz da Lava Jato S�rgio Moro agiu com parcialidade ao conden�-lo e depois assumir o cargo de ministro da Justi�a no governo Bolsonaro.

"� muito poss�vel que a pol�tica fique ainda mais polarizada e tamb�m radicalizada, j� que Lula e Bolsonaro s�o duas for�as pol�ticas muito antag�nicas", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente do PSB, Carlos Siqueira, que lan�ou d�vidas sobre a capacidade de Lula aglutinar a esquerda.

Questionado se o PSB poderia seguir "de olho fechado" com Lula, ele n�o tergiversou. "De olho fechado n�o caminhamos com ningu�m", respondeu. "Vamos deixar as coisas acontecerem. S� vamos raciocinar a partir de dados concretos."

Na avalia��o do cientista pol�tico Marco Aur�lio Nogueira, se o ex-presidente voltar ao jogo pol�tico haver� o prolongamento de um quadro "conflituoso" no Pa�s. "Ele seria, talvez, o principal polo de contesta��o do bolsonarismo e receberia em troca uma radicaliza��o do outro lado da din�mica pol�tica."

Para o ex-governador do Esp�rito Santo Paulo Hartung (sem partido), "n�o d� para prever" as consequ�ncias pol�ticas de um cen�rio no qual Lula esteja solto e volte a se cacifar para disputar as elei��es. "2022 � uma miragem. Ningu�m sabe a hora que pode haver um curto circuito, como aconteceu em 2013 no Brasil e agora no Chile", afirmou Hartung, ao ser indagado sobre a chance de confronto entre esquerda e direita.

Atualmente na iniciativa privada, o ex-governador participa do Movimento RenovaBR e � conselheiro e articulador de uma poss�vel candidatura do apresentador de TV Luciano Huck ao Planalto. Ao participar ontem do 12� Encontro de L�deres da Comunitas, em S�o Paulo, Huck disse que o Brasil pode sofrer uma "convuls�o social em m�dio prazo", se n�o aliar pol�ticas sociais eficientes a a��es liberais.

O apresentador quase entrou no p�reo em 2018, mas desistiu. Agora, ainda n�o bateu o martelo sobre a candidatura, mas tem sido bastante assediado pelo Cidadania (ex-PPS). Seus apoiadores querem construir uma alternativa de centro, mas � justamente esse espectro pol�tico que corre o risco de ser asfixiado com a divis�o persistente na sociedade, o que pode se acirrar com eventual retorno de Lula ao cen�rio pol�tico.

Ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) avalia que o ex-presidente "muda completamente" o xadrez eleitoral, ainda que ele seja impedido de concorrer pois ele "pode criar consenso em tempos de muita polariza��o."

Suspense

No Supremo, ministros ouvidos sob reserva pelo jornal O Estado de S. Paulo d�o como certo que Lula sair� da pris�o, onde est� desde abril do ano passado. A quest�o � "quando" e "como". O petista j� foi condenado em terceira inst�ncia por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guaruj�.

A expectativa na Corte � que, apesar do placar provis�rio de 4 a 3 a favor da pris�o ap�s condena��o em segunda inst�ncia, haja uma reviravolta no julgamento. Se o STF decidir que a pris�o deve ocorrer apenas depois de esgotados todos os recursos, o chamado "tr�nsito em julgado", Lula deixar� a superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba, no Paran�. Nesse cen�rio, o petista poderia aguardar em liberdade at� uma decis�o definitiva da Justi�a, mas seguiria ineleg�vel.

Para voltar a ser candidato, Lula espera que a Segunda Turma do Supremo julgue procedente a a��o que pede a suspei��o de Moro. A discuss�o do caso foi iniciada em dezembro do ano passado, quando o ministro Gilmar Mendes pediu vista - mais tempo para an�lise. Agora, o julgamento deve ser retomado, ganhando novos contornos depois da divulga��o de supostas trocas de mensagens privadas entre Moro e procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato, reveladas pelo site The Intercept Brasil.

O relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, e a ministra C�rmen L�cia j� votaram contra o pedido de Lula, mas os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski devem se posicionar a favor do petista, deixando o desempate para o decano, Celso de Mello. O Estado de S. Paulo apurou que Celso j� demonstrou desconforto com as mensagens privadas de Moro e sinalizou que poderia acompanhar a diverg�ncia.

Para o ministro Marco Aur�lio Mello, n�o h� risco de convuls�o social no Pa�s com o resultado desses julgamentos. "Eu achei l� atr�s que a pris�o dele poderia causar alguma como��o, turbul�ncia, mas n�o. Nenhum risco. H� firmeza do Supremo", disse.

Embora n�o agrade nem um pouco � caserna a possibilidade de Lula ser solto e voltar a concorrer �s elei��es, caso seja aprovada suspei��o das decis�es de Moro, os militares n�o devem se pronunciar sobre os julgamentos do STF. O discurso oficial � o de que, em democracias, decis�es da Justi�a n�o s�o comentadas, apenas cumpridas.

A portas fechadas, a avalia��o de integrantes da c�pula das For�as Armadas � a de que soltar Lula significaria condenar todo o sistema jur�dico do Pa�s. Conforme esse entendimento, magistrados de tribunais de inst�ncias inferiores teriam "votado erroneamente" e, dessa forma, refor�ado a sensa��o de impunidade. Na quinta-feira, o voto da ministra Rosa Weber, que indicou a tend�ncia de o Supremo rever a pris�o ap�s a condena��o em segunda inst�ncia, foi mal recebido no Alto Comando do Ex�rcito. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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