Apesar das declara��es controversas e das cr�ticas de ambientalistas em meio � crise do desmatamento, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, vai permanecer no Novo, se assim desejar. As principais lideran�as da legenda defenderam o titular da pasta e disseram que ele cumpre com as obriga��es dos filiados.
"O que a gente pode exigir dos filiados � que eles sejam ficha limpa e que paguem a contribui��o, que s�o R$ 30 por m�s. Mas a nossa inger�ncia sobre a atua��o dos filiados � limitada, temos 48 mil membros", disse ao Estado o presidente do Novo, Jo�o Amoedo, durante o 5.� encontro nacional da legenda, ontem, em S�o Paulo. Salles n�o participou do evento. Segundo Amoedo, a pauta do meio ambiente gerenciada pelo ministro n�o � necessariamente a pauta do Novo, mas a do governo Bolsonaro. "A pasta dele do Meio Ambiente n�o tem nenhuma inger�ncia (nossa), a gente sabe das coisas pelo jornal."
Salles n�o foi uma indica��o do partido para assumir o Minist�rio. Depois que ele j� estava � frente da pasta, o diret�rio nacional do Novo emitiu resolu��o determinando a suspens�o de filiados que ocupem cargos p�blicos sem que tenham sido apontados pela legenda. A regra, por�m, n�o tem efeito retroativo e, portanto, n�o se aplica a Salles. Atualmente, o ministro n�o participa de atividades partid�rias e n�o tem cargo no partido.
Em agosto, em meio � crise das queimadas na Amaz�nia, alguns membros do Novo protocolaram um pedido para que Salles tivesse a filia��o suspensa.
Alguns dos correligion�rios de Salles ouvidos pelo Estado tecem cr�ticas sobre as declara��es explosivas do ministro, mas n�o sobre a sua atua��o.
"A pauta ambiental que ele tem tocado tem muito a ver com os valores do Novo", disse o deputado federal ga�cho Marcel van Hattem, l�der da bancada na C�mara. "A abertura para a iniciativa privada, por exemplo, de parques nacionais � important�ssima e no Rio Grande do Sul n�s temos alguns que est�o abandonados pelo poder p�blico."
Perguntado sobre as falas controversas, o deputado fez uma ressalva � atua��o de Salles: "Acredito que essa ret�rica, tanto dos ecoxiitas, como s�o conhecidos, como muitas vezes do pr�prio ministro, que de fato acaba extrapolando, n�o contribui para um ambiente de discuss�o com base em fatos".
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, disse que n�o � apto a avaliar a atua��o do ministro � frente da pasta. "Estou t�o ocupado apagando inc�ndios em Minas que eu n�o posso dizer. Tive todo o apoio dele por ocasi�o da trag�dia de Brumadinho", afirmou. "Essa quest�o do petr�leo eu n�o tenho tido condi��es de acompanhar", acrescentou, sobre as a��es de monitoramento e retirada do �leo encontrado nas praias do Nordeste.
Zema defendeu a condu��o da quest�o ambiental "com racionalidade e sem extremismos e emo��es". "Precisamos basear tudo em estudos cient�ficos, porque achismo � o que mais se tem", concluiu.
Paulo Ganime (RJ) e Tiago Mitraud (MG) tamb�m dizem n�o ver motivos para puni��o, mas creem que as declara��es pol�micas deveriam ser evitadas. Vinicius Poit (SP) se limitou a lembrar do post que publicou no in�cio da crise das queimadas. L�, ele disse que a press�o popular sobre Salles era importante, mas que n�o iria tratar do tema "como bode expiat�rio s� pra fazer oposi��o".
A defesa mais contundente do ministro ficou a cargo de Adriana Ventura (SP): "Quanto a ser muito explosivo, ele realmente tem muita personalidade. � uma pessoa que fala as coisas diretamente e tem pessoas que n�o aceitam isso bem". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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