Maia lamenta ataque a exposi��o e Coronel Tadeu diz que defendeu policiais

Depois de parlamentares da oposi��o anunciarem que iriam esvaziar o plen�rio da C�mara em protesto ao ocorrido na exposi��o sobre racismo, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou sobre o fato. "Hoje � um dia em que n�s dever�amos estar defendendo a inclus�o dos negros na pol�tica, em igualdade e oportunidade, e n�o agredindo cartaz que pode, inclusive, ser injusto com parte da pol�cia, mas isso n�s dever�amos ter resolvido com di�logo e n�o com agress�o", disse na mesa do plen�rio.

O deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) arrancou da parede da mostra, realizada nos corredores da C�mara, uma charge do artista Carlos Henrique Latuff de Sousa em que aparecia um policial, de arma na m�o, e um rapaz negro estendido no ch�o, com a camisa do Brasil e algemado. No cartaz, lia-se a frase "O genoc�dio da popula��o negra".

Maia fez o discurso na mesa do plen�rio, na qual tamb�m estava sentado o pr�prio Coronel Tadeu.

Alguns minutos depois, o deputado pediu a palavra. Ele disse que estava passando pelo corredor quando "me deparei inicialmente com uma bela exposi��o sobre o racismo". "E quero aqui deixar bem claro que tenho muitos amigos negros, amigos de verdade, mas infelizmente, no trajeto e observando essa exposi��o eu me deparei com um cartaz ofensivo � corpora��o a qual perten�o que � Pol�cia Militar", afirmou.

Segundo ele, n�o era conceb�vel a charge estar ali. "Quem sabe n�o tivesse sido naquele momento a melhor forma de se tratar aquela agress�o. Ai, eu endosso as palavras do presidente Maia, mas eu retirei, retirei em nome de 600 mil profissionais de seguran�a que socorrem voc�s 24 horas por dia", afirmou.

"Naquele momento me veio simplesmente o ato de retirar aquele cartaz e continuar a bater palma pelo dia da Consci�ncia Negra. Espero que os senhores at� reflitam sobre a minha atitude, mas principalmente coloquem-se na minha posi��o", completou o deputado.

Debate

O debate sobre o racismo dominou o plen�rio da C�mara nesta noite depois do epis�dio. O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) questionou o genoc�dio negro. "Quando falam essa fal�cia aqui que o negro morre por ser negro � uma grande mentira", disse. "Alguns v�o � m�dia para falar que acham que o negro morre, porque ele � negro. Ele morre, porque sustenta um fuzil", afirmou.

Parlamentares da oposi��o criticaram a atitude do deputado Coronel Tadeu. "A viol�ncia de rasgar uma placa de uma exposi��o dentro do Congresso � compat�vel com a viol�ncia que se v� nas periferias e favelas por parte do Estado", afirmou o deputado Marcelo Freixo (PSOl-RJ).

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) classificou como "inaceit�vel" a atitude. "� inaceit�vel, � desonroso para esta Casa que um Deputado Federal n�o tenha toler�ncia, n�o respeite a hist�ria dos negros no Brasil, n�o perceba a gravidade do genoc�dio praticado nessa sociedade contra a juventude negra e pobre da periferia do Brasil", disse.

A bancada do PSOL afirmou que ir� protocolar representa��o no Conselho de �tica da C�mara e na Procuradoria Geral da Rep�blica contra o deputado Coronel Tadeu.