A Pol�cia Civil do Rio de Janeiro retomou ontem 140 investiga��es sobre lavagem de dinheiro e outros crimes patrimoniais no Estado.
Os inqu�ritos estavam paralisados h� mais de cinco meses, e foram restaurados ap�s a derrubada da liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que impedia o compartilhamento de informa��es do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com �rg�os de investiga��o.
Uma das investiga��es retomadas tem como alvo o sargento reformado da PM Ronnie Lessa, acusado de assassinar a vereadora fluminense Marielle Franco em mar�o do ano passado. Lessa � investigado pela suspeita de lavagem de dinheiro pelo Departamento Geral de Combate � Corrup��o, ao Crime Organizado e � Lavagem, da Pol�cia Civil. A informa��o sobre a retomada do caso foi publicada pelo site G1, e confirmada ao jornal O Estado de S. Paulo pela titular do departamento, a delegada Patr�cia Alemany.
Dep�sito
O inqu�rito teve in�cio ap�s um relat�rio do Coaf alertar sobre um dep�sito de R$ 100 mil feito em uma conta banc�ria de Lessa em outubro do ano passado, sete meses ap�s o crime. "� uma investiga��o (sobre) se h�, al�m desse dep�sito, a eventual pr�tica de lavagem de dinheiro pelo Ronnie Lessa", afirmou a delegada. "Nada impede que se fa�a algum tipo de link (com o assassinato) mas, a princ�pio, n�o � nosso objetivo. � a Delegacia de Homic�dios que est� tratando disso."
O dep�sito j� havia sido noticiado pela imprensa em mar�o. Na ocasi�o, a Justi�a decretou o bloqueio de bens de Lessa. O relat�rio do Coaf, que hoje se chama Unidade de Intelig�ncia Financeira (UIF), tamb�m apontou bens - como uma lancha, um ve�culo blindado avaliado em cerca de R$ 150 mil e uma casa no condom�nio Vivendas da Barra - que seriam incompat�veis com a renda de um sargento reformado da PM.
A delegada ressaltou a import�ncia da derrubada da liminar de Toffoli para a investiga��o de crimes patrimoniais. "� do relat�rio do Coaf que surgem as primeiras informa��es, os primeiros sinais de lavagem e est�vamos sendo muito prejudicados", disse Alemany.
Decis�o
Os ministros do STF ainda devem decidir se a UIF est� autorizada a compartilhar informa��es com o Minist�rio P�blico e a Pol�cia Federal quando h� suspeita de crime. Anteontem, por 9 a 2, os ministros autorizaram esse compartilhamento pela Receita Federal, e devem retomar a discuss�o na pr�xima quarta-feira para tratar do UIF.
O presidente da Corte, Dias Toffoli, chegou a retificar seu voto para acompanhar a decis�o da maioria, e decidiu derrubar liminar que ele mesmo havia concedido e que travava inqu�ritos com base em relat�rios do Coaf. Com isso, Toffoli tamb�m abriu caminho para a restaura��o do inqu�rito contra o senador Fl�vio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. Procuradores do Rio apuram a suspeita de desvios nos sal�rios de funcion�rios que trabalhavam no gabinete de Fl�vio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que era deputado estadual.
Esse inqu�rito foi instaurado ap�s o Coaf identificar movimenta��es at�picas nas contas de Fabr�cio Queiroz, ent�o assessor parlamentar de Fl�vio. Queiroz movimentou R$ 1,2 milh�o entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Ele foi exonerado do gabinete em outubro do ano passado. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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