
Apesar da gravidade, a puni��o acabou sendo mais branda do que estava inicialmente previsto no relat�rio do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), que pediu a cassa��o de Boca Aberta por quebra de decoro parlamentar. Um acord�o costurado por l�deres decidiu dar um "aviso" ao paranaense antes de uma medida mais dr�stica.
Em seu primeiro mandato, Boca Aberta � campe�o de representa��es no Conselho de �tica da Casa. At� o momento, as queixas dos colegas parlamentares resultaram em dois processos que foram unificados e julgados nesta ter�a-feira, 10. Outras sete reclama��es est�o em aberto.
O parlamentar que se auto intitula como a "metralhadora verborr�gica" usou um tom mais comedido durante sua defesa. Ele apelou para a liberdade de express�o do parlamento e pediu para a C�mara deixasse de lado a representa��o, vista por ele como uma disputa pol�tica local.
"Quero ver quem vai calar a minha boca", esbravejou o deputado Boca Aberta (PROS-PR) no plen�rio da C�mara, no dia 15 de agosto, enquanto era contido por seguran�as. Toda vez que ele se dirige para usar o microfone, os agentes se preparam para evitar confus�o. A reportagem presenciou por duas vezes, no m�s passado, os policiais legislativos se aproximarem do parlamentar antes mesmo de ele come�ar a soltar a sua metralhadora verbal.
Em setembro, ao jornal O Estado de S. Paulo, Boca Aberta se definiu: "Sou a trilha sonora dos exclu�dos. Terrorista verbal. Sanguin�rio na fala e eloquente no discurso". O estilo boquirroto do "terrorista verbal" conquistou eleitores, mas desagrada os colegas de plen�rio, que procuram o Conselho de �tica. "� um golpe. Um tapet�o. Querem me calar porque eu falo o que eles n�o querem ouvir. Mas n�o v�o. Nunca!", disse a �poca sobre as representa��es contra ele no conselho.
Na decis�o desta ter�a, os deputados consideraram que ele abusou de suas prerrogativas constitucionais para expor ao rid�culo um m�dico que estava descansando.
"Seis meses de suspens�o est� de bom tamanho. Assim, ele perde o gabinete, perde o pessoal, o suplente ser� chamado. Quem sabe assim ele 'conserta'", afirmou o deputado Mauro Lopes (MDB-MG).
Tr�mite
Agora, Boca Aberta ainda pode recorrer da decis�o � CCJ que s� pode analisar se teve ou n�o alguma irregularidade durante o processo. Ap�s a an�lise do recurso, o caso vai ao Plen�rio da C�mara que definir� sobre a suspens�o.