
Al�m de contratos da Maersk, a a��o tamb�m investiga acordos intermediados pelos shipbrokers Tide Maritime e Ferchem. A 13ª etapa da Lava Jato deste ano, chamada de �bolo, realiza buscas nas empresas e nas resid�ncias de seus representantes, al�m de vasculhar os endere�os de ex-funcion�rios da Petrobr�s.
A opera��o apura o fornecimento de informa��es privilegiadas �s empresas em troca do pagamento de propina a funcion�rios da Petrobras. Somados, os valores dos contratos investigados ultrapassam R$ 6 bilh�es.
Com rela��o a Maersk, o Minist�rio P�blico Federal registrou que h� evid�ncias de que o armador, por meio de uma empresa intermedi�ria, efetuou pagamentos de propina ao ent�o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo os investigadores, est�o sob suspeita pelo menos 15 contratos de afretamento mar�timo vigentes entre 2006 e 2014, no valor total de R$ 658 milh�es.
A investiga��o tem como base informa��es prestadas pelo pr�prio Costa, em dela��o premiada. A estimativa inicial da Procuradoria, de que houve pagamento de ao menos US$ 3.402.941,58 no �mbito de 11 contratos do armados, foi extra�da de uma planilha apreendida com o ex-executivo da estatal no est�gio inicial das investiga��es da Lava Jato, em 2014.
Na �poca, a Pol�cia Federal havia apontando evid�ncias de pagamento de US$ 6,2 milh�es em propinas, entre 2006 e 2010, por parte de uma empresa supostamente ligada � Maersk.
Segundo a for�a-tarefa, h� evid�ncias de que as informa��es privilegiadas chegavam � empresa dinamarquesa por Wanderley Gandra. A Procuradoria apontou ainda que Gandra constituiu uma shipbroker, a Gandra Brokerage, para repassar propina a Paulo Roberto Costa. A Maersk teve de contratar uma segunda empresa para realmente realizar os trabalhos, "dobrando seu custo operacional", diz o MPF.
A Procuradoria tamb�m apontou que o ent�o gerente executivo de Log�stica da Petrobras teria auxiliado Costa no esquema, firmando contratos com a Maersk em situa��es apontadas como irregulares em apura��o interna da Petrobr�s.
Com rela��o �s contrata��es de afretamento feitas pela Petrobras com a intermedia��o dos shipbrokers Tide Maritme e Ferchem, a Lava Jato investiga contratos para al�m de 2020, em valores superiores a US$ 100 milh�es.
Em nota, a for�a tarefa destacou provas que basearam as investiga��es, entre elas mensagens que apontavam envolvimento do ex-tesoureiro do Partido Progressista (PP) Jo�o Cl�udio Genu no direcionamento de contratos de afretamentos para os armadores representados pela Tide Maritime e pela Ferchem.
Segundo a Procuradoria, tais provas foram encontradas em celular apreendido com Jo�o Cl�udio Genu na opera��o Politeia.
Os procuradores destacaram uma conversa entre Genu e Gustavo de S�, empres�rio da Tide Maritime, que tratava da reestrutura��o da diretoria de Abastecimento da Petrobras ap�s a sa�da de Paulo Roberto Costa. Segundo a for�a-tarefa, Genu disse que S� poderia ficar tranquilo, pois ele e "Niter�i" ficariam bem.
O codinome "Niter�i", segundo a investiga��o, faz refer�ncia a Pedro Blyth, executivo da Ferchem.
A investiga��o tamb�m identificou ind�cios de que Dalmo Monteiro, ent�o gerente de Afretamentos da Petrobras, atuava em benef�cio da Ferchem, recomendando a armadores que contratassem a empresa de Pedro e Rodolfo Blyth como shipbroker. O ex-funcion�rio da Petrobras � r�u por suposta lavagem de propinas pagas tamb�m no contexto de contrata��o de navios pela estatal.
Defesas
A Maersk confirma, em nota, "que a Pol�cia Federal esteve hoje (quarta-feira) em seus escrit�rios no Rio de Janeiro e em S�o Paulo, para averigua��es. Por se tratar de uma investiga��o em andamento, a Maersk n�o ir� fazer coment�rios. A Maersk informa ainda que est� cooperando com as autoridades, e reitera que trabalha contra todos os tipos de ilegalidade."
A reportagem busca contato com Tide Maritime, a Ferchem e com outros citados. O espa�o est� aberto para as manifesta��es de defesa.