
Ele cita, em seu acordo, supostos operadores do senador Jaques Wagner (PT), al�m de personagens j� condenados na Opera��o Lava-Jato, como o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto.
Tamb�m cita Armando Tr�podi, ex-chefe de gabinete de Jos� S�rgio Gabrielli na presid�ncia da estatal. Ele j� � denunciado em outra a��o da Lava Jato por propinas em troca da promessa de facilitar acesso ao ent�o presidente da Petrobras - Gabrielli n�o � alvo desta den�ncia, nem da acusa��o referente � Torre.
O acordo envolveu o advogado Roberto Podval, experiente criminalista que usualmente n�o trabalha com dela��o premiada, e defende r�us da Lava Jato, como o ex-ministro petista Jos� Dirceu.
Esta n�o � a primeira vez que a sede do PT � citada como destino de supostas propinas no �mbito de investiga��es. O doleiro Alberto Youssef j� confessou tamb�m ter levado R$ 800 mil para Vaccari no diret�rio, que chegou a ter o sigilo telef�nico quebrado na Opera��o.
A Opera��o Sem Fundos mira suposto esquema de propinas de R$ 68 milh�es para o PT e ex-dirigentes do Fundo Petros e da Petrobras no �mbito das obras de constru��o da Torre Pituba, sede da estatal petrol�fera em Salvador.
Os investigadores trabalham com a suspeita de superfaturamento de R$ 1 bilh�o nas obras - inicialmente or�adas em R$ 320 milh�es, sa�ram por R$ 1,32 bilh�o.
Suarez foi s�cio da Mendes Pinto Engenharia. Ele afirma que houve um acerto por contratos na estatal para a empreiteira, que envolveu Newton Carneiro, ex-diretor do Petros, Tr�podi, e Paulo Afonso - falecido s�cio da empreiteira. Eles teriam feito a aproxima��o com Vaccari, na qualidade de "caixa do PT".
Segundo o delator, "nesse momento, ainda n�o havia um estudo pr�vio que indicasse o valor total de investimento, mas apenas uma promessa de pagamento de vantagem indevida, sem qualquer valor estabelecido" e que "os valores foram firmados mais � frente".
O empres�rio narra que Vaccari teria acertado com Paulo Afonso propinas de R$ 9,6 milh�es, que seriam divididas entre o PT Nacional, representado pelo ex-tesoureiro, a diretoria da Petros, representada por Newton Carneiro e Wagner Pinheiro; e a Petrobras, representada por Tr�podi.
Outra parte seria destinada ao PT da Bahia, a Carlos Daltro, apontado como operador do senador Jaques Wagner.
O empres�rio afirma que Vaccari indicou intermedi�rios para receber o dinheiro, como uma cunhada sua, e o doleiro de Salvador Luiz Eduardo, que usava um correspondente em S�o Paulo para efetuar entregas na pr�pria sede do PT em S�o Paulo, na Rua Silveira Martins, 32 - bairro da S�.
O delator relata que "em duas ocasi�es, Sormany, funcion�rio de Paulo Afonso, esteve em S�o Paulo, na sede do PT, para realizar a entrega de valores".
Ele afirma que "na primeira entrega, ele e Alexandre Fernandes, tamb�m funcion�rio da Mendes Pinto Empreendimentos, viajaram em voo comercial a partir de Belo Horizonte, e que Sormany recebeu 200 mil reais de Paulo Afonso, colocou em dois envelopes e ambos levaram os valores nas costas, dentro da camisa" e que, "chegando em S�o Paulo, Alexandre Fernandes entregou o envelope a Sormany, que ficou encarregado de fazer a entrega no PT".
O empres�rio forneceu, inclusive, os dados do taxista que o levou at� a sede do PT, no centro de S�o Paulo. Os valores teriam sido entregues a uma secret�ria de Vaccari. Al�m disso, forneceu aos investigadores outros dados, como de liga��es telef�nicas entre o partido e a empreiteira.
Defesas
VACCARI
Em nota, o advogado Luiz Fl�vio Borges D'urso, que defende Vaccari, afirmou: "Mais uma vez se verifica um delator, interessado no acordo para diminui��o de sua pena, acusar o Sr. Jo�o Vaccari Neto de forma inver�dica e destitu�da de qualquer prova a confirmar a palavra desse delator.
O Sr. Vaccari jamais foi tesoureiro de campanha pol�tica de quem quer que seja, sendo t�o somente tesoureiro do PT, partido para o qual sempre solicitou doa��es legais, as quais foram depositadas em conta banc�ria, com o devido recibo e presta��o de contas �s autoridades."
ASSESSORIA DE IMPRENSA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES
"O depoimento divulgado hoje (14/01) pela Lava Jato � mais uma den�ncia fantasiosa, sem sentido e sem provas que visa a atingir o PT, no momento em que as aten��es do mundo se voltam para a den�ncia do golpe do impeachment contra Dilma Rousseff, com a indica��o para o Oscar do document�rio "Democracia em Vertigem".
N�o pode haver outra raz�o para vazarem justamente hoje um depoimento de quatro meses atr�s, no qual um acusado diz que ouviu falar que lhe contaram sobre epis�dios que teriam se passado h� uma d�cada. � assim que fabricam suas manchetes.
Sergio Moro e seus parceiros da Lava Jato n�o se conformam com o fato de que a sociedade brasileira e a comunidade internacional percebem cada vez mais claramente a farsa que comandaram para derrubar uma presidenta eleita e impedir, pela viol�ncia judicial, a participa��o do ex-presidente Lula nas elei��es de 2018.
A manipula��o do sistema judicial e de agentes do estado para fins de persegui��o pol�tica � mais um crime contra o pa�s, perpetrado pelos mesmos respons�veis pelas farsas do impeachment e da Lava Jato."
JAQUES WAGNER
A defesa do senador Jaques Wagner informa que "n�o teve acesso ao conte�do de suposta dela��o premiada divulgada pela imprensa, de modo que n�o comentar� o assunto antes de acessar sua �ntegra.
Tamb�m lamenta que, mais uma vez, pretensos conte�dos de processos que tramitam em segredo de justi�a sejam divulgados por ve�culos de comunica��o antes que as partes citadas sejam notificadas. � reprov�vel que essas pr�ticas continuem ocorrendo, mesmo ap�s a divulga��o de compl�s formados para acusar pessoas sem provas, atentando contra o Estado Democr�tico de Direito."
GABRIELLI
Procurada, a defesa de S�rgio Gabrielli n�o se manifestou.
OUTROS
A reportagem busca contato com os demais citados. O espa�o est� aberto para manifesta��o.
