
Ap�s citar um ministro nazista em pronunciamento ao anunciar uma s�rie de pr�mios art�sticos do Governo Federal, o secret�rio de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, ser� exonerado. O homem forte do presidente da Rep�blica para o setor cultural chegou a dizer que a refer�ncia fascista em seu discurso foi uma "coincid�ncia ret�rica".
A decis�o de demiti-lo teria vindo ap�s um posicionamento da c�pula militar do governo, que pediu que Jair Bolsonaro agisse r�pido, antes que a crise causada pelo pronunciamento fascista para anunciar planos de governo ficasse fora de controle.
Alvim disse mais cedo, em entrevista ao programa Chamada Geral da r�dio Ga�chaZH, que tinha conversado sobre o assunto com o presidente por telefone e que Bolsonaro havia entendido que "n�o houve m� intencionalidade e que eu n�o sabia a origem da men��o".
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%u2014 Secretaria Especial da Cultura (@CulturaGovBr) 16 de janeiro de 2020
Trecho copiado de Goebbels
No v�deo, Alvim diz que "a arte brasileira da pr�xima d�cada ser� heroica e ser� nacional, ser� dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e ser� igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada �s aspira��es urgentes do nosso povo – ou ent�o n�o ser� nada”.
A fala � semelhante a um discurso de Joseph Goebbels em 8 de maio de de 1933, no hotel Kaiserhof, em Berlim."A arte alem� da pr�xima d�cada ser� heroica, ser� ferreamente rom�ntica, ser� objetiva e livre de sentimentalismo, ser� nacional com grande p�thos e igualmente imperativa e vinculante, ou ent�o n�o ser� nada". Na ocasi�o, ele falava para diretores de teatro.
O trecho do discurso do ministro nazista est� relatado no livro "Joseph Goebbels: Uma biografia" (Ed. Objetiva), escrito pelo historiador alem�o Peter Longerich. Al�m da cita��o, a m�sica de fundo do v�deo � um trecho da �pera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma obra que Hitler contou em sua autobiografia ter sido decisiva em sua vida.
Joseph Goebbels tornou-se ministro da Propaganda de Adolf Hitler em 1933. Esse era um dos cargos mais importantes do governo alem�o, j� que era atribui��o desse minist�rio a tarefa de convencer a popula��o sobre os ideais nazistas. Cabia a Goebbels tamb�m o controle de toda a produ��o jornal�stica da Alemanha, o que acarretou em censura e persegui��o a jornalistas judeus e outros grupos de oposi��o.
Sob ordens de Hitler, Goebbels convocou a popula��o a boicotar neg�cios judeus e incentivou e organizou a queima de livros considerados “n�o alem�es”. Ap�s a morte de Hitler, Goebbels exerceu a fun��o de chanceler por um dia. Ele e a esposa tiraram a pr�pria vida em 1º de maio de 1945, ap�s envenenarem os seis filhos.