O ministro da Justi�a, S�rgio Moro, mudou de opini�o e passou agora a se opor � federaliza��o das investiga��es do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Em documento sigiloso obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, o ministro defende prestigiar o entendimento dos familiares de Marielle, que s�o contr�rios � transfer�ncia do caso.
A manifesta��o da pasta comandada por Moro subsidia o parecer da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), que se manifestou contra retirar a apura��o das m�os das autoridades do Rio.
Marielle foi assassinada a tiros no centro do Rio, em um caso que aguarda solu��o h� quase dois anos. Na v�spera de deixar o cargo, em setembro do ano passado, a ent�o procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, pediu a federaliza��o das investiga��es, sob a alega��o de que deixar o inqu�rito com a Pol�cia Civil do Rio podia gerar "desvios e simula��es". O Superior Tribunal de Justi�a (STJ) ainda n�o decidiu se aceita o pedido.
Em entrevista na noite desta segunda-feira, 20, ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Moro afirmou que as cr�ticas de familiares de Marielle a uma poss�vel federaliza��o do caso o fizeram mudar de posi��o.
"(Os familiares) Levantaram, de uma forma n�o muito justa, que a ideia de federalizar era para que o governo federal, de alguma forma, obstru�sse as investiga��es, o que era falso. Foi o pr�prio governo federal, com a investiga��o na Pol�cia Federal, que possibilitou que a investiga��o tomasse o rumo correto", disse Moro. "O governo n�o tem nenhuma inten��o de proteger os mandantes desse assassinato."
Questionado, durante o programa, se Bolsonaro concordou com a mudan�a de opini�o, Moro disse ter "comentado" com o presidente, mas n�o entrou em detalhes.
"O presidente sempre apoiou, sempre entendeu que isso deveria ser investigado. Houve essa investiga��o da PF (sobre obstru��o) e nunca houve qualquer interfer�ncia indevida por parte do presidente. Nunca houve qualquer afirma��o 'n�o fa�a isso, n�o fa�a aquilo', sempre se trabalhou para que os fatos fossem, da melhor maneira, elucidados", afirmou. "O governo � o maior interessado em elucidar esse crime", concluiu o ministro.
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