Coordenador da Lava Jato na PGR pede desligamento do cargo

O coordenador da Lava Jato na Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), subprocurador Jos� Adonis Callou de Ara�jo S�, pediu o desligamento do cargo, segundo o Estad�o/Broadcast Pol�tico apurou. O pedido de Adonis para sair da equipe n�o surpreendeu fontes da PGR ouvidas pela reportagem, mas o epis�dio representa um desgaste interno da gest�o do procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras.

Em outubro de 2019, Aras escolheu os sete membros do Minist�rio P�blico Federal (MPF) para compor o grupo de trabalho da Lava Jato. Entre as atribui��es do grupo, que atua em casos da opera��o no Supremo Tribunal Federal (STF), est�o participar de depoimentos, audi�ncias, solicitar informa��es e documentos para embasar as investiga��es e participar das tratativas para celebra��o de acordos de colabora��o premiada.

Segundo apurou a reportagem, o objetivo de Adonis � deixar Aras � vontade para fazer ajustes na equipe. Um integrante do MPF avalia que n�o h� a independ�ncia prometida � equipe na an�lise dos casos da Lava Jato. De acordo com procuradores, Aras � "centralizador" e "bem liberal" em alguns processos.

Natural de Juazeiro do Norte (CE), Adonis j� foi conselheiro do Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) e � procurador da Rep�blica desde 1992. Em parecer encaminhado ao STF no final do ano passado, defendeu a atua��o dos procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato em Curitiba em processos que investigam o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).

Hist�rico

Esta n�o � a primeira vez que o grupo de trabalho da Lava Jato na PGR sofre baixas. Em setembro do ano passado, a ent�o procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, sofreu a maior baixa de sua gest�o com a entrega coletiva de cargos entre os procuradores que investigam os casos da Lava Jato. At� o bra�o-direito de Raquel Dodge � �poca na �rea criminal, Raquel Branquinho, deixou o posto.

A equipe pediu o desligamento sob a alega��o de "incompatibilidade" com o entendimento de Raquel Dodge. No centro da pol�mica estava a dela��o premiada do executivo L�o Pinheiro, ex-presidente da OAS.

Ao encaminhar o acordo para o STF, Raquel pediu o arquivamento de parte da dela��o que trazia implica��es ao presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e um dos irm�os do presidente do STF, ministro Dias Toffoli.