O esvaziamento das fun��es da Casa Civil e a demiss�o de assessores da pasta, anunciados nesta quinta-feira, 30, pelo presidente Jair Bolsonaro, foram vistos por integrantes do governo como o "fim da linha" para o ministro Onyx Lorenzoni, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. O comportamento do ministro tem incomodado n�o apenas o presidente, mas seus colegas de Esplanada, que o acusam de fazer a velha pol�tica, ao us�-los para atender a demandas do baixo clero do Congresso, e de ter indicado para o governo nomes que viraram dor de cabe�a para seu chefe, como o ministro da Educa��o, Abraham Weintraub.
Bolsonaro decidiu nesta quinta tirar das m�os de Onyx o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que cuida das privatiza��es de estatais e concess�es, uma das grandes vitrines do governo. O programa havia migrado para o guarda-chuva da Casa Civil em julho do ano passado, como uma esp�cie de "pr�mio de consola��o" ap�s Onyx perder a articula��o pol�tica do Planalto. Agora, foi transferido para o Minist�rio da Economia, comandado por Paulo Guedes.
Sem o PPI e sem a articula��o pol�tica, Bolsonaro deixou a Casa Civil totalmente esvaziada.
A situa��o se agravou ap�s o vai e vem envolvendo o agora ex-secret�rio executivo da pasta, Vicente Santini, bra�o direito de Onyx. Ele havia sido demitido publicamente por Bolsonaro na ter�a-feira ap�s ter utilizado um avi�o da For�a A�rea Brasileira (FAB) para ir � Europa e � �sia. Na quarta-feira, foi readmitido em outra fun��o. Nesta quinta, voltou a ser exonerado.
A segunda demiss�o de Santini ocorreu ap�s cr�ticas que Bolsonaro recebeu nas redes sociais e foi decidida ap�s Bolsonaro receber a informa��o de que o assessor de Onyx usou o nome do ministro Paulo Guedes para justificar sua pol�mica ida a Davos num avi�o oficial, o que custou aos cofres p�blicos ao menos R$ 740 mil. Ao checar a hist�ria, o presidente descobriu que foi enganado.
Para Bolsonaro, Santini disse que foi a Davos, a pedido de Guedes, ajudar na defesa do PPI. Para Guedes, o assessor afirmou que viajou a mando do presidente. Ao saber das vers�es, Bolsonaro teria ficado possesso: "Mentiroso!". O que nenhum interlocutor explica � por que, mesmo assim, Santini foi recontratado na quarta-feira.
Um dos primeiros apoiadores de Bolsonaro antes da elei��o, Onyx coordenou a transi��o do governo no fim de 2018. Depois, na Casa Civil, acumulava a articula��o pol�tica e a Subchefia de Assuntos Jur�dicos (SAJ), por onde passam as principais decis�es do governo.
Na metade do ano passado, Bolsonaro tirou a articula��o de Onyx e a passou para a Secretaria de Governo. J� a SAJ foi transferida para a Secretaria-Geral da Presid�ncia. Considerado um "pr�mio de consola��o", Onyx ganhou o PPI, que agora foi para a Economia. A secret�ria especial do PPI, Martha Seillier, tamb�m est� na corda bamba, embora tenha apoio do ministro da Infraestrutura, Tarc�sio Freitas, para se manter no cargo.
Coordena��o
Em outro foco de desgaste, o ministro da Casa Civil tem recebido cr�ticas nos bastidores por n�o coordenar a atua��o de todas as pastas da Esplanada, o que tamb�m seria sua fun��o. Um sinal de que Bolsonaro est� insatisfeito com o trabalho foi o fato de ter passado o Conselho da Amaz�nia, no in�cio do m�s, para o vice-presidente Hamilton Mour�o.
Para integrantes do governo, apesar de a situa��o de Onyx ser a mais grave, as mudan�as na Casa Civil anunciadas nesta quinta por Bolsonaro s�o vistas como um pren�ncio de uma poss�vel minirreforma ministerial.
Diante do esvaziamento de sua pasta, Onyx decidiu antecipar seu retorno ao Brasil e, segundo apurou o Estado, tem a expectativa de se reunir ainda hoje com Bolsonaro. Oficialmente, o ministro s� voltaria ao trabalho na segunda-feira, ap�s duas semanas nos Estados Unidos. Procurados, Onyx e Santini n�o responderam. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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