A declara��o do ministro da Economia, que nesta sexta-feira, 7, comparou os funcion�rios p�blicos a "parasitas" continua provocando rea��es. Neste s�bado foi a vez da Associa��o dos Auditores Fiscais no Brasil (Anfip) divulgar nota de rep�dio ao que a entidade classifica de ataque aos servidores. "A Anfip vem a p�blico demonstrar o seu rep�dio �s declara��es do ministro Paulo Guedes, em que compara os servidores p�blicos a parasitas", diz o abre da nota.
Para os dirigentes da Associa��o, "� prov�vel que declara��es similares recebam e continuem a receber aplausos daqueles a quem interessa o desmonte do Estado Brasileiro e o enfraquecimento das suas institui��es como forma de ampliar seus pr�prios neg�cios".
Diz ainda o manifesto que "esta onda de ataques aos servidores e ao servi�o p�blico em nada contribui para a melhoria dos servi�os prestados � popula��o. Pelo contr�rio, acaba por gerar um amplo, geral e irrestrito descontentamento, desest�mulo e desmotiva��o �queles que, mesmo sem condi��es dignas e ideais de trabalho, se mantiveram em seus postos de trabalho ao lado dos cidad�os para lhes prestar servi�os ou informa��es ao longo de toda a sua vida laboral".
Segundo a nota da Anfip, "se, porventura, a presta��o de servi�o se encontra prec�ria, n�o se deve atribuir, �nica e exclusivamente, tal defici�ncia ao servidor, mas sim, deve-se tamb�m imput�-la �queles que formularam as correspondentes pol�ticas p�blicas, aos que comandaram o or�amento, aos que desviaram recursos para outras finalidades, aos que contrataram, a pre�os exorbitantes, obras que, muitas vezes, n�o foram conclu�das".
Se h� precariedade nos servi�os p�blicos, continua a nota, ela deve ser atribu�da "aos que comandaram a aquisi��o de m�quinas e equipamentos que pereceram pela obsolesc�ncia ou aus�ncia de destina��o ou sem sequer terem cumprido suas finalidades, isso, dentre tantos outros desmandos na administra��o p�blica, ainda pendentes de apura��o ou puni��o dos respons�veis. E por a� vai um sem n�mero de casos cujas decis�es, na maioria das vezes, n�o foram tomadas por servidores de carreira, mas sim, por aqueles indicados para o comando das respectivas pastas".
� certo, segundo a Anfip, que o servi�o p�blico e os servidores t�m como norte os princ�pios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efici�ncia, aliados aos princ�pios da lealdade e boa-f�. "Tamb�m � certo que tais princ�pios devem ser seguidos por todos os agentes p�blicos em todos os poderes da Rep�blica e nas diferentes esferas de governo, ainda que nunca tenham exercido nenhuma atividade no servi�o p�blico, que n�o sejam servidores de carreira e que n�o tenham convivido com a burocracia estatal, esta entendida, no bom sentido, como mecanismo em que se desenvolvem as diversas atividades do Estado e seus servidores organizados em carreiras e remunera��es condizentes com as respectivas responsabilidades assumidas", diz a nota.
Para a entidade, cabe ao governo e aos seus auxiliares a promo��o da paz e n�o a propaga��o da guerra, motivar e n�o desagregar, evitar o caos administrativo e n�o jogar a popula��o contra os servidores, como se fossem os �nicos culpados pelas defici�ncias do servi�o p�blico, estas, em grande parte, causadas por pol�ticas p�blicas inadequadas propostas por aqueles que nem sempre continuar�o para comemorar o seu sucesso ou corrigir os rumos do seu fracasso.
"E na hip�tese de fracasso, quando ocorrerem as consequ�ncias nefastas, provavelmente nem estar�o residindo no territ�rio da nossa P�tria Amada Brasil, para assistir de perto a convuls�o social, a exemplo do que tem ocorrido em pa�ses da Am�rica Latina, principalmente no Chile. Denegrir a imagem do servidor p�blico � denegrir a imagem do Estado e, por consequ�ncia, do pr�prio governo. Observados os princ�pios da Administra��o P�blica, atentando-se para a lealdade e boa-f�, cabe a cada servidor atuar com �tica, cumprindo e fazendo cumprir a legisla��o, observadas as suas �reas de compet�ncia", emenda a nota.
Por fim, completa a nota da Anfip, "promover a valoriza��o da Administra��o P�blica, respeitando seus servidores e melhorando a presta��o dos servi�os p�blicos como contrapartida pelos tributos pagos pelos cidad�os, revela-se a melhor receita para evitar risco de imagem do governo e do Estado Brasileiro frente � comunidade nacional e internacional e assim, cumprir os fundamentos, os objetivos e os princ�pios da Rep�blica Federativa do Brasil".
POL�TICA