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Estado de Minas

As cr�ticas e rea��es contra atitude de Bolsonaro de desafiar a democracia

Rodrigo Maia e Dias Toffoli repudiam divulga��o de v�deo pelo presidente com convoca��o para ato de apoio ao governo e contra Congresso e STF. Ele fala em ''ila��es'' fora do contexto


postado em 27/02/2020 04:00 / atualizado em 27/02/2020 07:52

''No WhatsApp tenho algumas poucas dezenas de amigos onde, de forma reservada, trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República'' - Jair Bolsonaro, presidente da República (foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
''No WhatsApp tenho algumas poucas dezenas de amigos onde, de forma reservada, trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ila��o fora desse contexto s�o tentativas rasteiras de tumultuar a Rep�blica'' - Jair Bolsonaro, presidente da Rep�blica (foto: Dida Sampaio/Estad�o Conte�do)

O ato do presidente Jair Bolsonaro de divulgar um v�deo convocando para manifesta��es no dia 15 de mar�o (ato em defesa do governo federal que faz ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal) foi repudiado nessa  quarta-feira de cinzas (26) por membros do Poder Judici�rio e do Legislativo. O presidente da C�mara, deputado Rodrigo Maia (DEM), divulgou nota afirmando que “criar tens�o institucional n�o ajuda o pa�s” e o ministro Celso de Mello considerou uma “grav�ssima conclama��o que revela a face sombria de um presidente da Rep�blica”.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli avaliou que o pa�s n�o pode viver em clima permanente de disputa. Por meio de suas redes sociais, Bolsonaro afirmou que usa o aplicativo para trocar mensagens pessoais e que “qualquer ila��es fora do contexto s�o tentativas rasteiras de tumultuar a Rep�blica”.

Na ter�a-feira, o presidente compartilhou por meio do WhatsApp para amigos um v�deo que convoca a popula��o a ir �s ruas no m�s que vem defender o seu governo. Apesar de o v�deo n�o citar o Congresso Nacional, grupos apoiadores que divulgam o ato usam cr�ticas a lideran�as parlamentares que estariam “chantageando” o Pal�cio do Planalto em troca de apoio aos projetos defendidos pelo governo. O ex-deputado federal Alberto Braga, pr�ximo de Bolsonaro, confirmou que o presidente enviou o v�deo, mas disse que n�o viu inten��o de afrontar o Parlamento.

No mesmo dia houve rea��o por parte dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz In�cio Lula da Silva (PT). Nessa quarta-feira de cinzas (26) foi a vez do presidente da C�mara dos Deputados cobrar exemplo das autoridades do pa�s. Sem citar Bolsonaro, Maia usou suas redes sociais para comentar o epis�dio. “Criar tens�o institucional n�o ajuda o pa�s a evoluir. Somos n�s, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito �s institui��es e � ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir. S� a democracia � capaz de absorver sem viol�ncia as diferen�as da sociedade e unir a na��o pelo di�logo”, escreveu o presidente da C�mara.

Ministros do STF tamb�m se manifestaram sobre o compartilhamento feito por Bolsonaro. O ministro Celso de Mello, o mais antigo do tribunal, foi o que se posicionou de forma mais dura. Ele considerou o epis�dio grav�ssimo e afirmou que o presidente da Rep�blica, “embora possa muito, n�o pode tudo”. “Essa grav�ssima conclama��o, se confirmada, revela a face sombria de um presidente da Rep�blica que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separa��o de Poderes, que demonstra uma vis�o indigna de quem n�o est� � altura do alt�ssimo cargo que exerce”,

O ministro Gilmar Mendes pediu respeito pelas institui��es e lembrou que as autoridades devem honrar as institui��es que representam. “A Constitui��o de 1988 garantiu o nosso maior per�odo de estabilidade democr�tica. A harmonia e o respeito m�tuo entre os poderes s�o pilares do Estado de direito, independentemente dos governantes de hoje ou de amanh�. Nossas institui��es devem ser honradas por aqueles aos quais incumbe guard�-las”, postou o magistrado em suas redes sociais.

No final da tarde dessa quarta-feira de cinzas (26), o presidente o STF, ministro Dias Toffoli, divulgou nota citando que n�o h� democracia sem um Legislativo atuante e um Judici�rio independente. “Sociedades livres e desenvolvidas nunca prescindiram de institui��es s�lidas para manter a sua integridade. N�o existe democracia sem um parlamento atuante, um Judici�rio independente e um Executivo j� legitimado pelo voto. O Brasil n�o pode conviver com um clima de disputa permanente”, afirmou Toffoli. Assim como os outros ministros, o presidente do tribunal n�o citou Bolsonaro em sua nota.


“Tumultuar a Rep�blica”


Em meio �s cr�ticas de representantes dos outros poderes, o presidente usou suas redes sociais nessa  quarta-feira de cinzas (26) para criticar as interpreta��es sobre ele ter compartilhado o v�deo de apoio aos atos do dia 15 de mar�o. Segundo Bolsonaro, foram “tentativas rasteiras de tumultuar a Rep�blica” que foram retiradas de contexto. Lideran�as do governo negaram que houve algum tipo de afronta � democracia e aliados foram orientados a n�o incentivar o protesto.

“Tenho 35 milh�es de seguidores em minhas m�dias sociais (Facebook, Instagram, Youtube e Twitter), onde mantenho intensa agenda de not�cias n�o divulgadas por parte da imprensa tradicional. J� no Whats App tenho algumas poucas dezenas de amigos onde, de forma reservada, trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ila��o fora desse contexto s�o tentativas rasteiras de tumultuar a Rep�blica”, escreveu o presidente.

Respons�vel pela articula��o do governo com o Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, minimizou o caso e afirmou que Bolsonaro “n�o seria maluco” de atacar o Parlamento. Segundo o ministro, o presidente decidiu compartilhar o v�deo com amigos ap�s ficar sensibilizado com as imagens, que incluem cenas de quando tomou uma facada, durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora.

“O v�deo n�o fala do Congresso. � um v�deo de apoio ao governo, que ele recebeu, como recebeu muitos outros, e pelo tom emotivo, apenas repassou para uma lista reservada de pessoas. S� no privado. Qual � a culpa dele nisso?”, questionou o general Luiz Eduardo Ramos.

O vice-presidente da Rep�blica, general Hamilton Mour�o, afirmou que n�o autorizou o uso de sua imagem nos v�deos compartilhados para convocar as pessoas para o protesto, mas defendeu o direito das pessoas de irem �s ruas se manifestarem. “N�o autorizei o uso de minha imagem por ningu�m, mas protestos fazem parte da democracia, que n�o precisa de pescadores de �guas turvas para defend�-la. O presidente n�o atacou as institui��es, que est�o funcionando normalmente”, afirmou Mour�o.
 



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