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Estado de Minas LEGISLATIVO

Rodrigo Maia se une a FHC para criticar governo Bolsonaro

Presidente da C�mara diz em palestra na Funda��o FHC que aliados do governo t�m usado as redes sociais para colocar as institui��es como inimigas da sociedade e disseminar o �dio


postado em 07/03/2020 04:00 / atualizado em 07/03/2020 08:09

Maia ao lado do ex-presidente FHC: ''O governo prometeu muito, não entregou. Tinha uma previsão de crescimento de 2,5% e cresceu 1,1%'' (foto: Hélvio Romero/Estadão conteúdo)
Maia ao lado do ex-presidente FHC: ''O governo prometeu muito, n�o entregou. Tinha uma previs�o de crescimento de 2,5% e cresceu 1,1%'' (foto: H�lvio Romero/Estad�o conte�do)
S�o Paulo – A nove dias das manifesta��es convocadas por grupos e lideran�as bolsonaristas contra o que chamam de "parlamentarismo branco" do Congresso Nacional, o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), subiu o tom nas cr�ticas ao Executivo em palestra realizada nessa sexta-feira (6), na Funda��o Fernando Henrique Cardoso, na capital paulista. Segundo o parlamentar, o "entorno do governo" age para atacar as institui��es nas redes sociais.

"N�o queremos um mil�metro do que � responsabilidade do Executivo, mas queremos que as prerrogativas parlamentares do Congresso Nacional sejam respeitadas. Criam-se conflitos onde n�o existe em um pa�s com 11 milh�es de desempregados. N�o podemos discutir uma coisa criada para viralizar o �dio, que � essa quest�o de parlamentarismo branco. Essas teses s�o criadas para arranjar alvos para que os presidentes da C�mara, do Senado e do Supremo sejam atacados. Isso s� atrasa as solu��es", disse Maia em entrevista coletiva ap�s sua palestra.

O presidente da C�mara foi al�m: "N�o temos os recursos e a estrutura que o entorno do governo tem para viralizar tantas fake news como tem sido feito nas �ltimas semanas. Desde o in�cio o entorno do governo tem operado uma estrat�gia nas redes sociais para criar as institui��es como inimigas da sociedade, o que n�o � verdade." Sobre os motivos da convoca��o para os atos, Maia citou como exemplo o "parlamentarismo branco". "Essas teses s�o criadas para que o Congresso, o presidente da C�mara, do Senado e do Supremo sejam atacados", afirmou. "Eu sou contra o parlamentarismo. O Parlamento precisa dar muitos passos para recuperar a credibilidade."

Desequil�brio


Mesmo ap�s o acordo entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso que resultou na manuten��o aos vetos ao Or�amento Impositivo e definiu uma nova partilha do or�amento, lideran�as e deputados bolsonaristas mantiveram os atos e o tom agressivo contra o Congresso. "Eles inventam essas mat�rias para poder ter alvo. Transformam temas falsos em verdades nas redes sociais para gerar um inimigo contra o governo, como se a gente quisesse tirar as prerrogativas do presidente da Rep�blica. De forma alguma", disse o parlamentar.

Maia tamb�m criticou diretamente o General Augusto Heleno, chefe do Gabinete da Seguran�a Institucional, que a acusou o Congresso de chantagear o Executivo. Foi ap�s a declara��o que os atos ganharam for�a nas redes sociais. Segundo o presidente da C�mara, Heleno deveria ser o "ministro do equil�brio", mas se tornou o "ministro do desequil�brio".

O an�ncio do PIB pelo IBGE de crescimento 1,1% tamb�m foi alvo de Maia. "O governo prometeu muito, n�o entregou. Tinha uma previs�o de crescimento de 2,5% e cresceu 1,1%". Apesar das cr�ticas, Maia disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, � um "ponto de equil�brio". Mesmo assim, ele insinuou que Guedes tentou jogar a culpa pela demora na aprova��o das reformas no Parlamento. "O ministro Paulo Guedes disse que temos 15 semanas. L�gico, j� que eles perderam o ano passado inteiro". Durante sua palestra, o presidente da C�mara voltou a criticar o ministro da Educa��o, Abrahan Weintraub. "� ruim um minist�rio daquela import�ncia ser tratado de forma ideol�gica".

O evento come�ou com a apresenta��o de um v�deo da Funda��o Fernando Henrique Cardoso, que criticou a "onda global de governos autorit�rios" e pediu "respeito �s diverg�ncias. Pol�tica n�o � guerra". Em seguida, FHC disse que o Brasil est� em um "imbr�glio" e que o pa�s est� "sem rumo". "Quando o presidente n�o exerce o poder pol�tico, outras for�as exercem", afirmou.

Movimentos mant�m manifesta��o no dia 15

O acordo selado entre o governo e o Congresso para manter os vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que definiu como os recursos p�blicos ser�o gastos em 2020 n�o arrefeceu os movimentos que organizam manifesta��es no pr�ximo dia 15. A possibilidade de os parlamentares imporem uma derrota ao Pal�cio do Planalto era um dos argumentos para a convoca��o dos atos. "A gente j� vinha maturando essa manifesta��o faz tempo. O que pegou fogo foi a declara��o do general Heleno", disse o coordenador do Avan�a Brasil, Nilton Cacc�os. Na semana passada, o ministro do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) gerou atrito na rela��o com o Congresso ao dizer que o Executivo � v�tima de "chantagem" de parlamentares.

A partir da�, grupos bolsonaristas come�aram a criticar a demora dos parlamentares em votar projetos do governo ou mesmo as amea�as de anular o veto que Bolsonaro imp�s �s emendas do relator. De acordo com o que foi aprovado, somente um deputado, o relator-geral do Or�amento, Domingos Neto (PSD-CE), definiria o destino de R$ 30 bilh�es.

Ap�s o acordo, no entanto, o poder de Neto segue alto. Mas em vez de comandar R$ 30 bilh�es, ele ter� influ�ncia sobre R$ 19 bilh�es – o valor inclui uma reserva de R$ 1,5 bilh�o. A manuten��o dos vetos foi aprovada na quarta-feira, por 398 votos a favor e apenas dois contr�rios. Mas a vota��o n�o encerrou o debate. O governo enviou tr�s projetos com as novas regras para a distribui��o dos recursos, que devem ser votadas na pr�xima ter�a-feira.

"N�o acredito que isso (a vota��o de quarta) v� esvaziar as manifesta��es. Esse era apenas um dos temas", disse Cacc�os. A convoca��o feita pelo Avan�a Brasil defende pautas gen�ricas: "N�o � chantagem do Congresso, n�o ao parlamentarismo branco, n�o �s fake news di�rias, respeito � Constitui��o Federal, respeito � divis�o entre os Poderes, respeito ao resultado das elei��es."

Fake News

Parlamentares se articulam para prolongar, por mais seis meses, os trabalhos da Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) das Fake News. O requerimento para a prorroga��o j� tem as 30 assinaturas necess�rias de senadores. Falta, agora, completar as 90 de deputados. O clima � favor�vel. A expectativa � de que esse n�mero seja alcan�ado nas pr�ximas semanas, tendo em vista a rela��o do Congresso com o governo, que azedou ap�s o presidente Jair Bolsonaro compartilhar com apoiadores v�deos convocando para manifesta��es contra o parlamento e o Supremo Tribunal Federal (STF).
 



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