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Estado de Minas

Anastasia diz que Bolsonaro n�o pode fazer o que quiser

Presidente interino do Senado afirma que o presidente deve prestar conta de suas a��es e defende o cumprimento das determina��es da OMS. %u201C� momento de uni�o de esfor�os%u201D, diz


30/03/2020 04:00 - atualizado 30/03/2020 00:00

(foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(foto: Minervino J�nior/CB/D.A Press)


Desde que o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), testou positivo para o coronav�rus, o comando da Casa passou, interinamente, �s m�os do mineiro Antonio Anastasia (PSD). Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, ele detalhou o trabalho dos senadores no combate � pandemia e comentou o papel do Pal�cio do Planalto para a supera��o da crise.
 
Indagado sobre os questionamentos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a necessidade de isolamento social, Anastasia � enf�tico quanto � import�ncia de seguir � risca as instru��es da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS). “Sabemos que o v�rus gera consequ�ncias mais graves para pessoas idosas e determinados grupos de risco. Mas quem de n�s dormiria bem sabendo que pode ter sido respons�vel pela morte de algu�m?”, questiona.
 
Bolsonaro tem a fun��o de liderar o Brasil neste momento de crise, observa. “Isso n�o quer dizer que o presidente possa fazer o que quiser”, completa, dizendo que o chefe do Executivo deve prestar contas de suas a��es aos poderes Legislativo e Judici�rio e ao povo.
 
O senador comentou a proposta de retirar do or�amento fiscal os gastos ligados ao combate � doen�a. Embora simp�tico � ideia, Anastasia acredita que sem a participa��o do Planalto, de nada vale o desejo dos deputados e senadores. O chamado “or�amento de guerra” ser� apresentado aos congressistas na forma de Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC).
 
“N�o adianta a boa vontade do Congresso nem t�o somente a aloca��o de recursos, se n�o houver um planejamento adequado e estrat�gico, buscando prever cen�rios e apontando as necessidades de cada regi�o para o enfrentamento da pandemia”, comenta. 
 
O mineiro � cauteloso ao falar do cancelamento das elei��es municipais. Anastasia pensa que a mudan�a de data s� deve ser discutida caso o cen�rio a ser enfrentado pelo Brasil nos pr�ximos meses se agrave muito.
 
Como o senhor avalia a atua��o do presidente Bolsonaro ante a pandemia?
Neste momento de grave dificuldade pelo qual passa nosso pa�s, n�o cabe a mim, como presidente em exerc�cio do Senado, avaliar o presidente da Rep�blica. � claro que h� erros, mas n�o � hora de apont�-los. � momento – e � isso que tenho defendido aqui no Senado – de converg�ncia de esfor�os em prol de um bem maior, que � a supera��o desta fase dif�cil para preservarmos a vida, a sa�de e o emprego dos brasileiros.

O presidente tem dado declara��es que, de certa forma, tentam minimizar os efeitos do coronav�rus sobre a sa�de da popula��o. Tais falas podem isol�-lo politicamente?
Espero que n�o. Independentemente de quem ocupe a cadeira, a Presid�ncia da Rep�blica � um cargo institucional e important�ssimo, que precisa ser respeitado. O chefe do Executivo tem uma responsabilidade muito grande e precisa liderar a Na��o. Isso n�o quer dizer que o presidente possa fazer o que quiser. Pelo contr�rio. Exatamente por ter muita responsabilidade, ele deve prestar contas aos outros poderes e � sociedade como um todo. � momento de uni�o de esfor�os, n�o de isolamento ou de a��es pontuais e desajustadas.

As falas de Bolsonaro podem induzir a popula��o a n�o cumprir o isolamento social?
A maioria das pessoas no Brasil, felizmente, parece compreender a gravidade da situa��o. Sabemos que o v�rus gera consequ�ncias mais graves para pessoas idosas e em determinados grupos de risco. Mas quem de n�s dormiria bem sabendo que pode ter sido respons�vel pela morte de algu�m? A vida de todos vale muito. E o que queremos neste momento � justamente proteger a vida e a sa�de de todos. Ent�o temos, de fato, que continuar obedecendo �s orienta��es da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e dos especialistas em sa�de p�blica para evitarmos a prolifera��o do v�rus e a superlota��o dos hospitais.
 
Como o Senado pode atuar para ajudar os estados a lidar com o v�rus?
Discutindo e deliberando os projetos para combate � pandemia. S� sobre esse tema, n�s oferecemos ao col�gio de l�deres cerca de 60 propostas para serem votadas. Na segunda-feira (hoje), vamos reunir os l�deres novamente, de forma remota, para elencarmos as propostas que ser�o priorit�rias. Especificamente quanto aos estados, apresentei uma nova proposta que cria a decis�o coordenada no �mbito da Federa��o. O objetivo � unificar e racionalizar as a��es da Uni�o, dos estados, do Distrito Federal e dos munic�pios, de forma planejada e coordenada, em situa��es de emerg�ncia de sa�de p�blica de import�ncia nacional ou internacional, como no caso da COVID-19. Com isso, vamos evitar o desperd�cio de tempo e de dinheiro em a��es que, muitas vezes, s�o concorrentes e contradit�rias entre si. Caber� aos l�deres pautar, ou n�o, o projeto neste momento.
 
O presidente da C�mara, Rodrigo Maia, fala em dar forma a um projeto para separar do or�amento fiscal os gastos para conter a crise do coronav�rus. Qual � a sua opini�o?
Essa � uma boa possibilidade. Mas, de novo, o Executivo precisa participar dessas decis�es. N�o adianta a boa vontade do Congresso nem t�o somente a aloca��o de recursos se n�o houver um planejamento adequado e estrat�gico, buscando prever cen�rios e apontando as necessidades de cada regi�o para o enfrentamento da pandemia e das suas consequ�ncias, tanto na �rea da sa�de, quanto na �rea econ�mica e suas repercuss�es no emprego e na renda dos brasileiros.

O que o senhor pensa das medidas tomadas pelos governadores em tempos de coronav�rus?
Os governos estaduais est�o agindo bem, dentro de suas possibilidades, buscando orientar a popula��o. � preciso que se preparem tamb�m, como disse, de forma planejada, imaginando cen�rios otimistas e pessimistas, com a��es coordenadas para cada caso e regi�o. Felizmente, conseguimos algum prazo desde o an�ncio da possibilidade de pandemia at� o momento atual, onde os casos come�aram a aumentar, e foi poss�vel, de alguma forma, controlar a curva e ganhar tempo para planejar essas a��es. Espero que consigamos evitar o m�ximo de mortes poss�vel.

No Senado, dois parlamentares que defendem o adiamento das elei��es municipais para 2022. O senhor � favor�vel ao adiamento?
Ainda n�o � poss�vel tra�armos um cen�rio nesse sentido. Antes dessa preocupa��o, n�s temos de nos debru�ar sobre os problemas atuais, o controle da prolifera��o do v�rus e suas consequ�ncias, que j� est�o sendo graves. Haver� um baque forte na economia, por exemplo. Precisamos pensar em alternativas. � claro que, no momento oportuno, se o cen�rio piorar por muitos meses – e todos esperamos e precisamos colaborar e trabalhar para que isso n�o aconte�a –, n�s teremos que pensar na possibilidade de adiamento das elei��es. Mas acredito que este n�o � o momento oportuno para essa discuss�o.


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