
Ao avaliar que a situa��o � "grav�ssima" e que "n�o h� qualquer d�vida" de que a infec��o por Covid-19 representa uma amea�a � sa�de e � vida da popula��o, Barroso acolheu pedido da Rede Sustentabilidade contra uma campanha intitulada "O Brasil n�o pode parar". Para o ministro, uma pe�a publicit�ria nesse sentido n�o est� voltada para "informar, educar ou orientar socialmente" no interesse da popula��o, e sim para desinformar as pessoas..
"Em momento em que a Organiza��o Mundial de Sa�de, o Minist�rio da Sa�de, as mais diversas entidades medicas se manifestam pela necessidade de distanciamento social, uma propaganda do governo incita a popula��o ao inverso. Trata-se, ademais, de uma campanha 'desinformativa': se o poder p�blico chama os cidad�os da "P�tria Amada" a voltar ao trabalho, a medida sinaliza que n�o h� uma grave amea�a para a sa�de da popula��o e leva cada cidad�o a tomar decis�es firmadas em bases inver�dicas acerca das suas reais condi��es de seguran�a e de sa�de", alertou Barroso.
Ministros do Supremo Tribunal Federal dizem, em conversas reservadas, que se Bolsonaro levar adiante a ideia de reabrir o com�rcio, a medida ser� barrada pela Corte. A reportagem apurou que o Supremo n�o autorizar� a��o que confronte as recomenda��es das autoridades de sa�de do Brasil e do mundo com rela��o ao combate do novo coronav�rus. A principal delas � o isolamento social.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou no �ltimo domingo que a divulga��o do v�deo da campanha "O Brasil n�o pode parar" foi um vazamento. Ap�s a repercuss�o, a Secretaria Especial de Comunica��o Social da Presid�ncia da Rep�blica afirmou em nota que o v�deo estava sendo divulgado de "forma equivocada". A Secom chegou a dizer que o material foi produzido em car�ter experimental e n�o foi aprovado para veicula��o.
Distanciamento. Em sua decis�o, Barroso destacou que as medidas de distanciamento social s�o as medidas recomendadas para ganhar tempo no combate � transmiss�o do v�rus e assegurar maior capacidade de resposta para o sistema p�blico de sa�de. "Os pa�ses que as adotaram de forma mais r�pida e rigorosa sofreram menos", observou.
O ministro frisou ainda que o Brasil � um pa�s em desenvolvimento, com "muitas comunidades pobres" e milh�es de pessoas que vivem em "situa��o de precariedade sanit�ria".
"Estudo do Imperial College COVID-19 Response Team aponta justamente que as estimativas de cont�gio e de colapso dos sistemas de sa�de em pa�ses em desenvolvimento e em cen�rios de baixa renda podem se revelar ainda mais graves do que aquelas j� expostas em cen�rios em que esse componente n�o est� presente", escreveu Barroso.
"Portanto, nada recomenda que as medidas de conten��o da propaga��o do v�rus sejam flexibilizadas em pa�ses em desenvolvimento. Ao contr�rio, tais medidas, em cen�rios de baixa renda, s�o urgentes e devem ser rigorosas, dado que as condi��es de vida em tais cen�rios - grandes aglomera��es e falta de condi��es sanit�rias adequadas - favorecem o cont�gio e a propaga��o do v�rus", concluiu o ministro.