O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que o anivers�rio do golpe militar de 31 de mar�o de 1964 � um "grande dia da liberdade". Ele fez a declara��o ap�s um coment�rio de um simpatizante sobre a data na portaria do Pal�cio da Alvorada. A deposi��o do presidente Jo�o Goulart, naquele ano, foi o in�cio de uma ditadura de 21 anos que cassou direitos pol�ticos, torturou e exterminou advers�rios e censurou a imprensa e a cultura.
Ainda pela manh�, o vice-presidente Hamilton Mour�o escreveu no Twitter que as For�as Armadas "intervieram na pol�tica nacional para enfrentar a desordem, subvers�o e corrup��o que abalavam as institui��es e assustavam a popula��o". "Com a elei��o do general Castello Branco, iniciaram-se as reformas que desenvolveram o Brasil", afirmou. Mour�o ainda divulgou a hashtag #31deMar�opertence�Hist�ria.
Na v�spera, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, numa "Ordem do Dia", lida nos quart�is, j� havia afirmado que o golpe foi "um marco para a democracia brasileira". "O Brasil cresceu at� alcan�ar a posi��o de oitava economia do mundo", ressaltou na nota. Tanto Bolsonaro, quanto o vice e o ministro seguiram uma interpreta��o, que hoje se limita � caserna, desqualificada por historiadores brasileiros e brasilianistas, de que o Pa�s avan�ou na economia e na liberdade pol�tica com a queda de Jo�o Goulart.
Entidades como a Associa��o Nacional de Hist�ria e o Instituto Vladimir Herzog, que leva o nome do jornalista morto pela ditadura, fizeram subir na rede social a hashtag #DitaduraNuncaMais. A campanha recebeu o apoio de l�deres pol�ticos e organiza��es. Entidades de direitos humanos estimam que 434 pessoas foram mortas por agentes do Estado no per�odo. Quando o poder voltou �s m�os de civis, em 1985, o Pa�s vivia uma longa crise econ�mica, al�m de den�ncias de corrup��o.
No ano passado, Bolsonaro chegou a propor ao Minist�rio da Defesa que o 31 de mar�o fosse festejado. Ju�zes reagiram e o governo teve de recuar.
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