- N�o � um desentendimento entre o Presidente e ALGUNS governadores e ALGUNS prefeitos..
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 1, 2020
- S�o fatos e realidades que devem ser mostradas.
- Depois da destrui��o n�o interessa mostrar culpados. pic.twitter.com/H0ZwUb4Gl4
Um dia ap�s adotar um discurso mais ameno em rela��o � pandemia do coronav�rus, o presidente Jair Bolsonaro voltou a subir o tom contra governadores e prefeitos no Twitter, criticando medidas restritivas para com�rcio e circula��o de pessoas. Bolsonaro publicou um v�deo de um homem que apontava o desabastecimento no CeasaMinas, em Contagem, na Regi�o Metropolitana, dizendo que "a culpa � dos governadores", que, segundo ele, querem "ganhar nome e proje��o pol�tica a custa do sofrimento da popula��o."
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tem afirmado que n�o h� risco de desabastecimento. O ministro Tarc�sio de Freitas, da Infraestrutura, disse na Segunda-feira (30) que a log�stica e o abastecimento est�o funcionando.
No v�deo, gravado na ter�a-feira, 31, o homem saiu em defesa do presidente. "Quem n�o tem dinheiro passa fome. Mas quem tem dinheiro mas n�o tem o que comprar tamb�m passa fome. E n�o vamos esquecer n�o, a culpa disso aqui � dos governadores, viu?", afirmou, mostrando imagens de um galp�o quase vazio. "O presidente da Rep�blica t� brigando incessantemente para que haja uma paralisa��o respons�vel. N�o paralisar todos os setores, quem n�o � do grupo de risco voltar a trabalhar, ok?"
Desde a semana passada, Bolsonaro tem feito cr�ticas a governadores e prefeitos que adotaram medidas como fechamento de escolas, com�rcio e shoppings. O argumento do presidente � de que os efeitos na economia da redu��o de circula��o de pessoas pode causar danos maiores que a doen�a em si.
As restri��es impostas nos Estados, por�m, seguem orienta��o da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) e do pr�prio Minist�rio da Sa�de para estimular o isolamento social, considerado a forma mais eficaz de se evitar a propaga��o do v�rus.
Sob press�o de seus ministros mais pr�ximos, Bolsonaro baixou o tom nesta ter�a em pronunciamento em cadeia nacional de TV e r�dio e colocou a preocupa��o com a "vida" no mesmo patamar que o "emprego". Pediu, ainda, a uni�o do Parlamento, Judici�rio, governadores e prefeitos para enfrentar a pandemia. Diferentemente do pronunciamento feito na semana passada, por�m, Bolsonaro n�o defendeu explicitamente o fim do isolamento social.
O discurso anterior em cadeia nacional de r�dio e televis�o, que foi ao ar h� uma semana, teve a participa��o na elabora��o do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, e foi considerado um "desastre" pelos principais auxiliares do governo. Na ocasi�o, Bolsonaro chamou a covid-19 de "gripezinha" e defendeu que as pessoas voltassem � "normalidade" em suas rotinas.
Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, a mudan�a no tom no mesmo dia em que Carlos Bolsonaro ganhou uma sala no terceiro andar no Planalto foi considerada uma vit�ria para os auxiliares da ala mais moderada.
Apesar disso, este grupo receia que a virul�ncia nas redes seguir� sob o comando de Carlos, considerado o mais radical dos filhos do presidente. O vereador � o respons�vel pelo chamado "gabinete do �dio", que controla os perfis do presidente na internet, e tem estado presente em reuni�es sobre a covid-19.