O ex-presidente da Rep�blica Michel Temer afirmou que sugeriu ao presidente Jair Bolsonaro, em telefonema no �ltimo s�bado, a decreta��o do isolamento social em todo o Pa�s, preservando servi�os essenciais, por 10 dias, com a reavalia��o da decis�o ap�s esse per�odo a cada 10 dias, com o objetivo de centralizar a a��o de combate ao coronav�rus.
"Me julguei no direito e no dever de dar um telefonema, que ele recebeu muito bem. Mas no dia seguinte foi na feira da Ceil�ndia, um pouco fora dos padr�es do isolamento social", disse Temer, em live organizada pela Necton Investimentos.
Temer lembrou que, nos epis�dios da greve dos caminhoneiros e da Opera��o Carne Fraca, o governo constituiu um gabinete de crise, pelo qual era feito o contato com os governadores. "Pacifica a situa��o", disse. "Bolsonaro tem feito o poss�vel no combate ao coronav�rus. Mas acho que ele deveria centralizar isso tudo. Temos sistema federativo, em que os governadores e prefeitos podem tomar decis�es. Mas no presidencialismo quem d� o tom � o presidente."
Em rela��o � avalia��o do governo Bolsonaro, Temer disse que ele "vinha muito bem" no plano econ�mico. "Eu penso que ele foi bem at� certo momento. Nesse momento, come�ou a ter muita diverg�ncia em momento que n�o deveria ter diverg�ncia. Se todos est�o na mesma dire��o, para qu� disputa pol�tica?", questionou, citando medidas de combate ao v�rus em S�o Paulo.
Comentando a intera��o entre o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, e ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, Temer disse que "� momento se unir contra o inimigo comum".
O emedebista ainda avaliou que Bolsonaro deveria "preservar sua palavra" e que o h�bito de falar com a imprensa toda a manh� acaba criando contesta��es sobre o que foi dito durante o dia todo. "A palavra do presidente tem grande significado, por isso Bolsonaro precisaria preserv�-la."
Sobre as a��es econ�micas para atenuar o efeito da crise do coronav�rus, Temer avaliou que agora o importante � salvar vidas e que os impactos fiscais devem ser enfrentados depois. Ele ainda disse que concorda um pouco que a execu��o das medidas est� um pouco demorada e que o governo tem de ser �gil, principalmente no socorro � popula��o mais vulner�vel, sob o risco de aumentar a viol�ncia por algo "trivial": a fome.
Temer ainda afirmou que � fundamental a aprova��o do "Or�amento de Guerra" para apartar as despesas tempor�rias dos outros gastos do governo.
Ele tamb�m comentou que n�o acredita que o liberalismo do governo ser� revertido depois dessa crise, e, que mesmo que fosse, n�o conseguiriam regredir no processo hist�rico de redu��o do Estado.
Durante a live, o ex-presidente disse tamb�m que os bancos p�blicos devem come�ar o trabalho de apoio � economia, mas os bancos privados tamb�m t�m de ser chamados. Segundo ele, o governo deve pedir a colabora��o dos bancos.
"O governo tem de chamar os bancos, ningu�m que tabelar juros, mas tem de pedir colabora��o. Para continuar ganhando o que ganham, precisam do Pa�s recuperado. Portanto, tem de dizer para os bancos: n�o pode ter juros superiores a tal e tal", disse, referindo-se � discuss�o de que o BNDES repassou recursos para bancos ajudarem empresas, mas o cr�dito tem sa�do caro.
Ele ainda completou que os bancos t�m a obrigatoriedade de repassar os recursos do BNDES e que isso talvez possa ser feito por Medida Provis�ria (MP), mas, se n�o, via projeto de lei tamb�m seria c�lere com a disposi��o dos presidentes das casas legislativas.
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