
De dentro dos seus carros os manifestantes, v�rios deles usando m�scaras cir�rgicas, imitavam armas com as m�os, gritavam "fora Doria" e bord�es contra o comunismo como "nossa bandeira jamais ser� vermelha". V�rios ve�culos levavam bandeiras do Brasil, outros bandeiras de S�o Paulo. Um deles carregava s�mbolos do imp�rio e outro uma bandeira dos EUA.
O governador, que atrelou sua imagem � de Bolsonaro na elei��o de 2018, virou alvo do bolsonarismo depois de adotar uma pol�tica de isolamento, seguindo as orienta��es das autoridades locais (inclusive o Minist�rio da Sa�de) e mundiais em sa�de, como estrat�gia de combate � pandemia do coronav�rus.
Al�m disso, os apoiadores do presidente veem em Doria um poss�vel advers�rio de Bolsonaro nas elei��es presidenciais de 2022.
Procurado, o governo de S�o Paulo informou que "respeita o direito � livre express�o de todos que desejam participar de manifesta��es no Estado" mas reiterou que "o isolamento social � essencial para diminuir os casos e mortes de covid-19, de acordo com a recomenda��o da OMS (Organiza��o Mundial da Sa�de) e do Minist�rio da Sa�de".

Na regi�o da Rua Estados Unidos, havia apenas duas pessoas acompanhando a manifesta��o na cal�ada. Uma delas era a publicit�ria Marisa Fonseca, de 57 anos, que mora na vizinhan�a. "Moro ali na esquina. Desci para comprar cigarro e aproveitei para vir aqui. O Doria em plena epidemia s� pensa nele mesmo. N�o estou falando que as medidas n�o t�m que ser respeitadas, mas o cara est� brigando com o Bolsonaro, n�o com a epidemia", disse ela.
A outra pessoa na cal�ada era o vendedor ambulante Gilmar de Oliveira, que vendia bandeiras do Brasil a R$ 20 para os participantes da carreata. "Foram umas 50. Bolsonaro vende", disse ele.
A reportagem contou ao menos 70 carros na manifesta��o. Em v�rios deles os ocupantes eram pessoas aparentando ter mais de 60 anos, integrantes do grupo de risco da pandemia.
Era o caso do homem que acompanhava Marisa Barros, que se identificou como embaixadora de um movimento de direita. Ele disse ter 72 anos. Questionado se n�o deveria estar em casa, respondeu que n�o. "Tenho boa sa�de", justificou.
Enquanto a carreata passava, outros motoristas e moradores de pr�dios vizinhos se manifestaram contra os participantes aos gritos de "fora Bolsonaro" e "fica em casa".
Apesar do isolamento, a carreata tumultuou o tr�nsito da regi�o. O militar da reserva Juarez Concei��o chegou a fechar o tr�fego na esquina da Rua Estados Unidos e Bela Cintra para permitir que os manifestantes passassem.
"Comunismo aqui n�o! Estamos pelo Brasil", gritava ele.