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Estado de Minas CRISE DO CORONAV�RUS

Relembre o hist�rico de confrontos entre Bolsonaro e Mandetta

Presidente da Rep�blica e ex-ministro da Sa�de travaram batalhas seguidas sobre o n�vel de isolamento social necess�rio para combater a COVID-19


postado em 16/04/2020 15:44 / atualizado em 16/04/2020 20:06

(foto: Agência Brasil )
(foto: Ag�ncia Brasil )
Desde o agravamento da crise do coronav�rus no Brasil, o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, e o ex-ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta, vinham se desentendendo sobre como enfrentar o problema. Depois de um m�s de atritos, nesta quinta-feira (16), o presidente decidiu demitir Mandetta do cargo. O principal ponto da disc�rdia entre os dois era sobre a necessidade e o n�vel do isolamento social empregado para frear o avan�o do v�rus.



Relembre, em ordem cronol�gica, os principais atritos que marcaram a rela��o do presidente com o ex-ministro desde o agravamento da pandemia no Brasil.

Inicialmente, enquanto a crise ia se agravando e mais casos eram confirmados no Brasil, Mandetta tentava alinhar seu discurso ao do chefe. Os dois falavam em p�blico um ao lado do outro. Por�m, � medida que Bolsonaro n�o s� defendia o chamado "isolamento vertical" como tamb�m desrespeitava a orienta��o de seu ministro, saindo �s ruas frequentemente, Mandetta come�ou a defender mais expressamente a sua posi��o. 

15 de mar�o 


Jair Bolsonaro participou de manifesta��es que se diziam contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. O presidente cumprimentou apoiadores e postou v�deos dos atos nas redes sociais. Por�m, o presidente havia dito, pouco antes, que os atos deveriam ser repensados. Ele havia acabado de voltar de viagem dos EUA, de onde boa parte de sua comitiva contraiu o coronav�rus.

Procurado para comentar, Mandetta minimizou a situa��o. Disse que era v�lido criticar o presidente, mas que as praias estavam lotadas. “Eu tenho minhas falhas tamb�m, cometo meus erros. N�o � por isso que vamos ficar apontando dedos”, afirmou. 

22 de mar�o 

Bolsonaro e Mandetta participaram de uma reuni�o por videoconfer�ncia com prefeitos de capitais. O presidente criticou o “alarmismo”, com que a imprensa tratava a crise, em sua avalia��o. Tamb�m disse que o Brasil n�o pode ser comparado com a It�lia- um dos pa�ses mais afetados pelo coronav�rus – por ser uma na��o com mais idosos e densidade populacional maior.

Nesse dia, Mandetta n�o fez nenhuma considera��o contr�ria ao que o chefe falou. Por�m, depois, com o avan�o da crise, o ministro refor�ou a gravidade da situa��o e apontou o quadro da It�lia como um dos que o Brasil poderia alcan�ar caso n�o fossem tomadas medidas.


29 e 30 de mar�o 


Em um domingo, Bolsonaro saiu �s ruas de Bras�lia, conversou e tirou foto com apoiadores. Contrariando a recomenda��o de isolamento de seu pr�prio Minist�rio da Sa�de. “O povo quer trabalhar”, disse ao p�blico que o acompanhou. Enquanto isso, o Brasil contabilizava 4.309 casos e 139 mortes por coronav�rus.

No dia seguinte, em entrevista coletiva no Pal�cio do Planalto, Mandetta n�o pode comentar a sa�da do presidente. Quando um rep�rter questionou o ministro se Bolsonaro podia ter feito o que fez, o ministro chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, encerrou a coletiva.

2 e 3 de abril  


Talvez o maior volume de cr�ticas de Jair Bolsonaro contra o ministro da Sa�de veio em entrevista � r�dio Jovem Pan, na quinta-feira (2). O presidente declarou que faltava “humildade” a Mandetta, e que ele deveria ouvi-lo mais sobre o combate ao coronav�rus. Apesar de dizer que n�o pensava em demitir o ministro “no meio da guerra”, Bolsonaro disse que nenhum ministro do governo � “indemiss�vel”. “O Mandetta j� sabe que a gente est� se bicando h� algum tempo. Agora, em algum momento ele extrapolou”, afirmou o presidente.

Na entrevista, Bolsonaro ainda comentou que n�o enfrentou Mandetta na quest�o do isolamento social por temer acusa��es de opositores de que teria agravado a crise do coronav�rus no Brasil. O presidente afirmou que analisaria a possibilidade de liberar a circula��o e o funcionamento do com�rcio na pr�xima semana.

No dia seguinte a essa entrevista, Mandetta participou da coletiva de imprensa di�ria do governo federal no Pal�cio do Planalto. Questionado sobre a possibilidade de ser demitido, Madetta respondeu: “M�dico n�o abandona paciente”. Na entrevista, o ministro se mostrou preocupado com ideias de relaxar o isolamento social, como defendidas pelo presidente. “N�o adianta algu�m tamb�m na primeira semana, na segunda semana que a gente est� enfrentando a situa��o, a gente j� chegar e falar: ‘ah,n�o, vou n�o, chega, pra mim t� bom, j� deu, vamos deixar acontecer’”, argumentou o ministro.

Por outro lado, Mandetta disse entender a posi��o do presidente, j� que ele estaria sofrendo press�o de empres�rios para liberar a circula��o. A avalia��o do chefe da Sa�de � ver aos poucos a possibilidade de afrouxar o isolamento. O ministro disse entender as cr�ticas, e que para ele o atrito com o chefe � “muito tranquilo”. Mandetta reconheceu que n�o � “dono da verdade” e que n�o h� “f�rmula pronta” para enfrentar o v�rus.  

Em 3 de abril, uma pesquisa do Datafolha indicava que 76% dos brasileiros aprovavam a atua��o do Minist�rio da Sa�de na crise, enquanto 30% aprovaram as a��es do presidente Bolsonaro.

5 e 6 de abril  


Em conversa com apoiadores no Pal�cio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que “algo subiu na cabe�a” de integrantes do governo, que estariam “se achando”. Sem citar Mandetta, o presidente ressaltou que a “hora” dessas pessoas iria chegar, e que sua "caneta funciona'.

Mais tarde, questionado por um jornalista sobre a fala do presidente, Mandetta disse que estava dormindo e procuraria saber sobre no outro dia.

No dia 6, o jornal O Globo informou que Bolsonaro havia decidido demitir Mandetta, e substitu�-lo pelo deputado federal e ex-ministro da Cidadania Osmar Terra (DEM-RS). Por�m, depois de uma reuni�o com ministros, Bolsonaro decidiu manter o ministro da Sa�de no cargo. De noite, em entrevista no Minist�rio da Sa�de, Mandetta voltou a afirmar novamente que "m�dico n�o abandona paciente". Esse epis�dio chegou a ser chamado de "O dia do fico" do ministro. 

Na fala, Mandetta defendeu o trabalho de seus suburdinados na pasta. "O trabalho que fazemos � trabalho t�cnico. A �nica coisa que eu fa�o � ser porta-voz do trabalho t�cnico de voc�s. De vez em quando, n�o � muito comum, dou apenas alguns pequenos palpites. Alguns pequenos palpites", afirmou.

8 de abril


Bolsonaro e Mandetta tiveram uma reuni�o privada no Pal�cio do Planalto, como n�o faziam h� algum tempo. Na sa�da do encontro, Mandetta n�o falou com a imprensa. Logo depois, quem entrou no gabinete presidencial foi Osmar Terra. 

Mais tarde, Mandetta elogiou o presidente. “� muito parceiro, muito voluntarioso e tem um pensamento muito forte no Brasil. A gente vai dando passos rumo a uma unidade muito boa por parte do governo”, disse.


9 de abril  

Na transmiss�o ao vivo semanal no Facebook, Bolsonaro ironizou a fala de Mandetta, sobre um m�dico n�o abandonar o paciente. "O m�dico n�o abandona o paciente, mas o paciente pode trocar de m�dico", afirmou. 

11 de abril 

Bolsonaro foi at� �guas Lindas, em Goi�s, inspecionar o hospital de campanha que est� sendo constru�do na cidade.  O governador do estado, Ronaldo Caiado (DEM) recebeu a comitiva do presidente, que contava, entre outros ministros, com Mandetta. Como Caiado � um ex-aliado que rompeu politicamente com o presidente e Mandetta n�o aparecia ao lado de Bolsonaro h� algum tempo, o evento foi visto como uma tentativa de reaproxima��o.

Por outro lado, Bolsonaro voltou a descumprir orienta��es das autoridades de sa�de durante a pandemia de coronav�rus nessa visita. Sem Mandetta e Caiado, o presidente cumprimentou apoiadores de perto e tirou a m�scara que estava usando. 

12 de abril  


Mandetta deu uma entrevista ao programa Fant�stico, da TV Globo, em que cobrou uma “fala �nica” do governo federal. O ministro afirmou que entende as preocupa��es de Bolsonaro com a economia, mas que as propostas para lidar com a crise precisam ser validadas. As declara��es n�o foram bem vistas por integrantes do governo, como o vice-presidente Hamilton Mour�o. Ele afirmou que o ministro “cruzou a linha da bola”, em refer�ncia ao jogo p�lo, e que merecia “levar um cart�o”. 


15 de abril 


O secret�rio nacional de Vigil�ncia em Sa�de, Wanderson de Oliveira, pediu demiss�o do cargo. Ele � considerado um homem de confian�a de Mandetta na pasta. Em carta de despedida aos funcion�rios do minist�rio, Oliveira disse que a sa�da do ministro da Sa�de j� estava planejada, mas que n�o era poss�vel saber quando viria. 

Mais tarde, o ministro da Sa�de anunciou que recusou o pedido de demiss�o do secret�rio. Em entrevista coletiva ao lado do Oliveira, Mandetta afimou que "entramos juntos e sa�remos todos juntos" do minist�rio. 


16 de abril 


Mandetta afirmou, em um semin�rio videoconfer�ncia, que a sua demiss�o poderia vir neste dia ou no outro. "N�s temos uma perspectiva de troca aqui no minist�rio. Deve ser hoje, mais tardar amanha, mas enfim isso deve ser concretizar", admitiu. 
 
Na parte da tarde, Mandetta foi chamado para uma reuni�o com o presidente Bolsonaro no Pal�cio do Planalto. Na conversa, Bolsonaro informou o ministro de sua demiss�o. Segundo Mandetta, a conversa foi "amistosa" e "agrad�vel".  


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