
Relembre, em ordem cronol�gica, os principais atritos que marcaram a rela��o do presidente com o ex-ministro desde o agravamento da pandemia no Brasil.
Inicialmente, enquanto a crise ia se agravando e mais casos eram confirmados no Brasil, Mandetta tentava alinhar seu discurso ao do chefe. Os dois falavam em p�blico um ao lado do outro. Por�m, � medida que Bolsonaro n�o s� defendia o chamado "isolamento vertical" como tamb�m desrespeitava a orienta��o de seu ministro, saindo �s ruas frequentemente, Mandetta come�ou a defender mais expressamente a sua posi��o.
15 de mar�o
Procurado para comentar, Mandetta minimizou a situa��o. Disse que era v�lido criticar o presidente, mas que as praias estavam lotadas. “Eu tenho minhas falhas tamb�m, cometo meus erros. N�o � por isso que vamos ficar apontando dedos”, afirmou.
22 de mar�o
Bolsonaro e Mandetta participaram de uma reuni�o por videoconfer�ncia com prefeitos de capitais. O presidente criticou o “alarmismo”, com que a imprensa tratava a crise, em sua avalia��o. Tamb�m disse que o Brasil n�o pode ser comparado com a It�lia- um dos pa�ses mais afetados pelo coronav�rus – por ser uma na��o com mais idosos e densidade populacional maior.
29 e 30 de mar�o
No dia seguinte, em entrevista coletiva no Pal�cio do Planalto, Mandetta n�o pode comentar a sa�da do presidente. Quando um rep�rter questionou o ministro se Bolsonaro podia ter feito o que fez, o ministro chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, encerrou a coletiva.
2 e 3 de abril
Talvez o maior volume de cr�ticas de Jair Bolsonaro contra o ministro da Sa�de veio em entrevista � r�dio Jovem Pan, na quinta-feira (2). O presidente declarou que faltava “humildade” a Mandetta, e que ele deveria ouvi-lo mais sobre o combate ao coronav�rus. Apesar de dizer que n�o pensava em demitir o ministro “no meio da guerra”, Bolsonaro disse que nenhum ministro do governo � “indemiss�vel”. “O Mandetta j� sabe que a gente est� se bicando h� algum tempo. Agora, em algum momento ele extrapolou”, afirmou o presidente.
Na entrevista, Bolsonaro ainda comentou que n�o enfrentou Mandetta na quest�o do isolamento social por temer acusa��es de opositores de que teria agravado a crise do coronav�rus no Brasil. O presidente afirmou que analisaria a possibilidade de liberar a circula��o e o funcionamento do com�rcio na pr�xima semana.
No dia seguinte a essa entrevista, Mandetta participou da coletiva de imprensa di�ria do governo federal no Pal�cio do Planalto. Questionado sobre a possibilidade de ser demitido, Madetta respondeu: “M�dico n�o abandona paciente”. Na entrevista, o ministro se mostrou preocupado com ideias de relaxar o isolamento social, como defendidas pelo presidente. “N�o adianta algu�m tamb�m na primeira semana, na segunda semana que a gente est� enfrentando a situa��o, a gente j� chegar e falar: ‘ah,n�o, vou n�o, chega, pra mim t� bom, j� deu, vamos deixar acontecer’”, argumentou o ministro.
Em 3 de abril, uma pesquisa do Datafolha indicava que 76% dos brasileiros aprovavam a atua��o do Minist�rio da Sa�de na crise, enquanto 30% aprovaram as a��es do presidente Bolsonaro.
5 e 6 de abril
Em conversa com apoiadores no Pal�cio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que “algo subiu na cabe�a” de integrantes do governo, que estariam “se achando”. Sem citar Mandetta, o presidente ressaltou que a “hora” dessas pessoas iria chegar, e que sua "caneta funciona'.
Mais tarde, questionado por um jornalista sobre a fala do presidente, Mandetta disse que estava dormindo e procuraria saber sobre no outro dia.
Na fala, Mandetta defendeu o trabalho de seus suburdinados na pasta. "O trabalho que fazemos � trabalho t�cnico. A �nica coisa que eu fa�o � ser porta-voz do trabalho t�cnico de voc�s. De vez em quando, n�o � muito comum, dou apenas alguns pequenos palpites. Alguns pequenos palpites", afirmou.
8 de abril
Bolsonaro e Mandetta tiveram uma reuni�o privada no Pal�cio do Planalto, como n�o faziam h� algum tempo. Na sa�da do encontro, Mandetta n�o falou com a imprensa. Logo depois, quem entrou no gabinete presidencial foi Osmar Terra.
Mais tarde, Mandetta elogiou o presidente. “� muito parceiro, muito voluntarioso e tem um pensamento muito forte no Brasil. A gente vai dando passos rumo a uma unidade muito boa por parte do governo”, disse.
9 de abril
Na transmiss�o ao vivo semanal no Facebook, Bolsonaro ironizou a fala de Mandetta, sobre um m�dico n�o abandonar o paciente. "O m�dico n�o abandona o paciente, mas o paciente pode trocar de m�dico", afirmou.11 de abril
Bolsonaro foi at� �guas Lindas, em Goi�s, inspecionar o hospital de campanha que est� sendo constru�do na cidade. O governador do estado, Ronaldo Caiado (DEM) recebeu a comitiva do presidente, que contava, entre outros ministros, com Mandetta. Como Caiado � um ex-aliado que rompeu politicamente com o presidente e Mandetta n�o aparecia ao lado de Bolsonaro h� algum tempo, o evento foi visto como uma tentativa de reaproxima��o.
12 de abril
15 de abril
O secret�rio nacional de Vigil�ncia em Sa�de, Wanderson de Oliveira, pediu demiss�o do cargo. Ele � considerado um homem de confian�a de Mandetta na pasta. Em carta de despedida aos funcion�rios do minist�rio, Oliveira disse que a sa�da do ministro da Sa�de j� estava planejada, mas que n�o era poss�vel saber quando viria.
Mais tarde, o ministro da Sa�de anunciou que recusou o pedido de demiss�o do secret�rio. Em entrevista coletiva ao lado do Oliveira, Mandetta afimou que "entramos juntos e sa�remos todos juntos" do minist�rio.
16 de abril
Mandetta afirmou, em um semin�rio videoconfer�ncia, que a sua demiss�o poderia vir neste dia ou no outro. "N�s temos uma perspectiva de troca aqui no minist�rio. Deve ser hoje, mais tardar amanha, mas enfim isso deve ser concretizar", admitiu.
Na parte da tarde, Mandetta foi chamado para uma reuni�o com o presidente Bolsonaro no Pal�cio do Planalto. Na conversa, Bolsonaro informou o ministro de sua demiss�o. Segundo Mandetta, a conversa foi "amistosa" e "agrad�vel".