
A cerim�nia contou com ministros, o procurador-geral Augusto Aras, e os filhos do presidente, o senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e poucos convidados do novo ministro da Sa�de, Nelson Teich. Inicialmente, a orienta��o da PresId�ncia era fazer uma cerim�nia pequena, mas, segundo um auxiliar, muitas pessoas apareceram.
A plateia foi acomodada em cadeiras afastadas umas das outras. Havia 50 no local, mas muitas pessoas ficaram em p�. Apesar do p�blico reduzido, ao final, todos se aglomeraram, para os cumprimentos a Teich.
Ao justificar a troca no comando da Sa�de, Bolsonaro usou uma met�fora futebol�stica. "Sempre falei que o nosso minist�rio � um time. E um time de vez em quando alguns jogadores s�o substitu�dos. Por vezes por cansa�o. Por vezes naquele jogo ou a partir daquele momento a gente precise modificar o placar. N�o h� dem�rito para ningu�m neste momento e todos torcem pelo time Brasil", disse o presidente, que, no dia anterior, afirmou que a demiss�o de Mandetta havia sido um "div�rcio consensual".
O ex-ministro, ap�s a cerim�nia, negou que estivesse "cansado", como citado por Bolsonaro, mas admitiu que a separa��o foi em comum acordo e elogiou o presidente. "Gosto muito do presidente, ele � bem-intencionado. Ele est� vendo um problema, o problema econ�mico � muito grande", disse. Ao longo de toda a crise, Mandetta resistiu em pedir demiss�o. N�o queria ficar com o �nus de abandonar o barco, mas, na vis�o de aliados do presidente, for�ou a demiss�o nos �ltimos dias, principalmente ap�s entrevista concedida no �ltimo domingo, 12, ao Fant�stico, na Rede Globo.
Ap�s participar da cerim�nia de posse, Mandetta, ainda no Pal�cio do Planalto, conversou com os jornalistas. No mesmo momento, Bolsonaro passou pelo corredor para subir ao seu gabinete e se posicionou de costas para o ex-ministro quando precisou esperar o elevador. Pouco antes, o vice-presidente Hamilton Mour�o passou pelo mesmo local e, ao ser cumprimentado por rep�rteres, respondeu: "Tudo sob controle. N�o sabemos de quem".
Al�m de diverg�ncias sobre a condu��o do enfrentamento na pandemia do coronav�rus, o protagonismo de Mandetta, que conquistou r�pida popularidade, causou inc�modo em Bolsonaro e em seu cl�, que acusavam o ex-ministro de fazer da covid-19 um palanque pol�tico. At� mesmo o uso do colete com o slogan do Sistema �nico de Sa�de (SUS), adotado por Mandetta, gerava inc�modo no bolsonarismo.
Aos rep�rteres, Mandetta negou que tenha, neste momento, pretens�es eleitorais para 2022. Entretanto, quando questionado sobre seu futuro, deixou o caminho em aberto: "Pol�tica � destino", respondeu, citando frase de Napole�o Bonaparte, um dos l�deres da Revolu��o Francesa que depois se tornou imperador.
A exposi��o na crise do coronav�rus catapultou Mandetta de 120 mil seguidores nas redes sociais, no in�cio do ano, para 1,3 millh�o no Twitter, Instagram e Facebook. No ambiente digital, onde se concentra a for�a do bolsonarismo, o ex-ministro tamb�m foi alvo de ataques. Questionado sobre como usar� a popularidade, Mandetta afirmou que n�o ser� "para falar mal de ningu�m" ou divulgar "fake news".
"Qualquer an�lise pol�tica � precipitada. As coisas passam. Todo mundo tem um v�deo que consegue virar meme. H� um mundo virtual, e o mundo real. Eu trabalhei no mundo real, dos fatos. No mundo virtual, ele est� l�. Interajo, mas tem que ter cuidado. N�o tem filtro, as pessoas s�o muito 'haters', parece t�xica. Precisa compatibilizar bem. Acho que vou reler os di�logos plat�nicos que eu n�o entendi nada", disse nesta sexta-feira. No auge da crise, em entrevista coletiva, Mandetta j� havia citado um dos textos de Plat�o, o Mito da Caverna. A refer�ncia foi recebida como um recado a Bolsonaro.
Ao ser questionado sobre o que far� agora que deixou o governo, o ex-ministro apenas respondeu: "Agora eu vou cortar o cabelo".