
O presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cancelou toda sua agenda desta segunda-feira (20). Ele tinha confirmado participa��es em duas "lives", uma �s 11h, com o Banco Safra, e outra mais tarde, �s 17h, com o jornal Folha de S.Paulo. No entanto, a assessoria do deputado informou que todos os compromissos da agenda foram cancelados, mas n�o disse o motivo.
N�o � comum o presidente da C�mara cancelar toda sua agenda di�ria. Al�m disso, a a��o ocorre um dia ap�s a participa��o do presidente da Rep�blica Jair Bolsonaro em ato pr�-ditadura, com ataques ao Congresso Nacional, o que elevou a temperatura nos bastidores de Bras�lia.
"N�s n�o queremos negociar nada. N�s queremos a��o pelo Brasil", declarou Bolsonaro na manifesta��o. "Chega da velha pol�tica. Agora � Brasil acima de tudo e Deus acima de todos", bradou. Al�m de defender o governo e clamar por interven��o militar e um novo AI-5 - o mais radical ato institucional da ditadura militar (1964-1985), que abriu caminho para o recrudescimento da repress�o -, os manifestantes aglomerados em frente ao quartel-general do Ex�rcito defenderam o fechamento do STF e do Congresso.
Sem citar diretamente a manifesta��o ou Bolsonaro, Maia repudiou o ato no Twitter ainda na noite de domingo. "O mundo inteiro est� unido contra o coronav�rus. No Brasil, temos de lutar contra o corona e o v�rus do autoritarismo. � mais trabalhoso, mas venceremos. Em nome da C�mara dos Deputados, repudio todo e qualquer ato que defenda a ditadura, atentando contra a Constitui��o", escreveu.
Segundo interlocutores, os acontecimentos de domingo geraram forte preocupa��o em rela��o � defesa da democracia e � gest�o da crise da covid-19. Maia e demais l�deres do Congresso, como o presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), tiveram conversas sobre a situa��o depois do ocorrido.
Apesar de entenderem que os atos de ontem, al�m das contrariedades de Bolsonaro em rela��o ao combate � pandemia, como incentivar aglomera��es, podem se encaixar como crime de responsabilidade, a abertura de um processo de impeachment n�o � uma possibilidade na mesa. "Isso n�o seria uma solu��o ainda mais em plena crise", disse uma fonte. Um aliado de Maia classificou a situa��o como uma guerra fria, onde uma atitude mais intensa de um dos lados poderia apenas a agravar o cen�rio e n�o trazer solu��es.
Lideran�as devem continuar as conversas de ontem ao longo desta segunda-feira. Ainda n�o � claro qual o caminho que o Congresso deve seguir frente ao agravamento dos ataques de Bolsonaro e das contrariedades dele em rela��o �s orienta��es sanit�rias para combater o avan�o do coronav�rus no Brasil.