
O continente americano � o que, atr�s da Europa, registra as melhores condi��es para o exerc�cio do jornalismo. "Ainda que os pesos-pesados regionais, os Estados Unidos e o Brasil, tenham se tornado verdadeiros antimodelos." A raz�o disso, segundo o relat�rio, est� nas a��es de dois chefes de Estado eleitos democraticamente: Donald Trump, dos Estados Unidos, e Jair Bolsonaro, no Brasil. Ambos estariam "desmoralizando a imprensa e encorajando o �dio aos jornalistas em seus pa�ses".
O documento diz que, no caso brasileiro, a queda no ranking "est� largamente associada � chegada de Bolsonaro ao poder", pois ele contribuiria com a "deteriora��o do ambiente em que operam jornalistas, marcado por hostilidade permanente que atravessa a rela��o do governo com a imprensa". A organiza��o trata ainda do chamado gabinete do �dio, que afirma cercar o presidente e promover ataques em larga escala a jornalistas que fazem revela��es sobre pol�ticas do governo. "Desde o in�cio da epidemia de coronav�rus, Jair Bolsonaro redobrou seus ataques � imprensa, que ele considera respons�vel por uma 'histeria' destinada a gerar p�nico no Pa�s", afirmou a ONG.
A organiza��o conclui que o presidente "insulta e ataca sistematicamente alguns dos jornalistas e meios de comunica��o mais importantes do Pa�s, o que estimula aliados a fazerem o mesmo, alimentando um clima de �dio e desconfian�a para com os diferentes atores da informa��o". O Pa�s mant�m tend�ncia de queda - em 2019 j� havia ca�do duas posi��es -, mas permanece a frente de Venezuela (147.ª) e Cuba (171.ª). A metodologia do ranking baseia-se num sistema de pontos que analisa pluralismo, independ�ncia, ambiente e autocensura, arcabou�o jur�dico, transpar�ncia e qualidade das infraestruturas de apoio � produ��o de informa��es.
"Na Am�rica Latina, os ataques f�sicos � profiss�o costumam ser acompanhados de campanhas de ass�dio cibern�tico, ou cyberbullying, realizadas por ex�rcitos de trolls e/ou apoiadores dos regimes autorit�rios. Esses m�todos de censura online est�o proliferando perigosamente e s�o particularmente violentos contra as mulheres jornalistas", afirma a RSF.