Vereadores de SP criticam corte de sal�rio e discutem em grupo de WhatsApp

A proposta da Mesa Diretora da C�mara Municipal de S�o Paulo de cortar 30% do sal�rios dos vereadores, 30% das verbas de gabinete e de 20% dos vencimentos dos assessores, em um esfor�o para angariar recursos para combater o coronav�rus, provocou bate-boca no grupo que os parlamentares mant�m no WhatsApp, que terminou com ataques � Mesa Diretora da Casa e acusa��o de mau uso de recursos.

"Doaria 100% do meu sal�rio, mas se tivesse fiscaliza��o dos gastos", disse o vereador Adilson Amadeu (DEM), em um dos diversos �udios mandados pelos vereadores contra o projeto, que deve ser votado na tarde desta quinta-feira, 23. "Ningu�m est� olhando como se gastam essas verbas." Para passar, a medida precisa ter aprova��o de 28 dos 55 vereadores paulistanos.

Segundo Amadeu, que disse que dever� se abster da vota��o, "a Mesa Diretora deveria dar satisfa��o para os 55 vereadores, mas n�o foi isso o que aconteceu. Foi tomada uma decis�o sem consultar os outros vereadores. Estamos h� 30 dias tendo reuni�es virtuais". Ele chamou os integrantes da Mesa de "inteligentes", pois querem "aparecer".

"A C�mara quis se antecipar � Assembleia Legislativa para aparecer. Eu doaria 100% do meu sal�rio, mas o que eles est�o fazendo � demagogia", disse. "Tem de pegar o fundo dos procuradores e dos auditores fiscais, que ganham R$ 50 mil por m�s. Ningu�m sabe direito o que est� sendo comprado", completou.

"Nosso inimigo invis�vel � esse dinheiro, que est� sendo usado sem fiscaliza��o", prossegue Amadeu. "O meu desconforto � que nem a Assembleia aprovou isso a�. A C�mara quer fazer para sair na frente e fazer demagogia."

A Assembleia Legislativa de S�o Paulo (Alesp) deve votar nesta quinta-feira uma proposta de redu��o salarial de 30% para deputados e servidores comissionados. Somando-se cortes de sal�rio, verba de gabinete a renegocia��o de contratos e fundo de reserva, a Casa pretende destinar R$ 320 milh�es para a Sa�de.

Outro vereador que se manifestou contr�rio � medida � Camilo Crist�faro (PSB). Ele afirmou discordar do desconto salarial ao levantar suspeitas sobre o controle dos gastos. "Cad� o R$ 1 bilh�o que a gente aprovou para a Prefeitura?", questionou. No fim de mar�o, os vereadores votaram a desvincula��o de cerca de R$ 1,5 bilh�o de 11 fundos municipais para serem usados pela prefeitura no combate ao novo coronav�rus.

"Os �nibus est�o circulando com 50% da frota, mas v�o receber o subs�dio normalmente, R$ 3,6 bilh�es", disse. "Nos hospitais, est�o faltando equipamentos."

Em S�o Paulo, segundo o Tribunal de Contas do Munic�pio (TCM), todas as compras de emerg�ncia feitas pela Prefeitura no enfrentamento � covid-19 est�o sendo publicadas em uma p�gina especial na internet, cuja atualiza��o e acompanhamento s�o di�rios. A �ntegra dos processos administrativos est� aberta para consulta p�blica.

A reportagem tamb�m recebeu �udio atribu�do ao vereador Reis (PT) no qual ele tamb�m se posiciona contr�rio ao corte salarial, mas por questionar o fato de a proposta ter sido apresentada pela Mesa Diretora sem acordo entre os vereadores. A reportagem n�o conseguiu falar com o vereador.