
Uma das frases mais marcantes do agora ex-ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica S�rgio Moro n�o deixa d�vidas por que ele renunciou ao minist�rio: a disputa travada com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para controlar as investiga��es da Pol�cia Federal.
"Foi me prometido que eu teria carta branca", enfatizou Moro ao destacar que tinha acordado com o presidente que conservaria autonomia de nomear para cargos de confian�a na estrutura do minist�rio.
Dor de cabe�a
No entanto, as investiga��es da Pol�cia Federal sob o comando de Moro resultaram em muita dor de cabe�a ao presidente e aos filhos dele – caso das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, envolvendo o senador Fl�vio Bolsonaro; o assassinato da vereadora Marielle Franco e, agora, a mais recente, a produ��o de fake news contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, atribu�das ao chamado 'gabinete do �dio', que seria comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Acostumado ao pulso forte dado pelo controle da Opera��o Lava-Jato, que outorgou a Moro uma imagem de super-her�i nacional, o ent�o ministro sempre resistiu �s investidas do presidente para que pudesse abrir m�o de comandar a Pol�cia Federal.
Nesta sexta-feira (24), ao deixar o cargo, ele lembrou que nem mesmo a possibilidade de ser indicado para uma das cadeiras do Supremo Tribunal Federal o fez arrefecer da decis�o de manter a PF sob seu comando. "Foi dado equivocadamente como condi��o ( o cargo de minsitro) eu assumir uma nomea��o no Supremo Tribunal Federal".
Comparando
E por fim, Moro destacou a import�ncia da autonomia da Pol�cia Federal, citando a ex-presidente Dilma Rousseff como contraponto � conduta do presidente Jair Bolsonaro.
" Ele (Bolsonaro) me disse mais de uma vez que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, colher relatos de intelig�ncia.... As investiga��es (Pol�cia Federal) t�m que ser preservadas.. Imaginem se durante a investiga��o da Lava-Jato,o ministro, o diretor-geral da Pol�cia Federal, a ent�o presidente Dilma, ficassem ligando para Curitiba, para colher informa��es sobre as investiga��es em andamento".