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Estado de Minas POL�TICA

Sa�da de Moro antecipa a disputa eleitoral prevista para 2022

Bolsonaro j� se apresentou como candidato a novo mandato


postado em 25/04/2020 13:16 / atualizado em 25/04/2020 15:05

Bolsonaro pode ter Moro como adversário em 2022(foto: Alan Santos/Presidência da República)
Bolsonaro pode ter Moro como advers�rio em 2022 (foto: Alan Santos/Presid�ncia da Rep�blica)
A sa�da do ministro da Justi�a, S�rgio Moro, n�o s� indica o agravamento da crise pol�tica e uma guinada no governo como p�e as cartas na mesa para a disputa eleitoral de 2022. At� hoje, o presidente Jair Bolsonaro era um jogador praticamente solit�rio no campo da direita e da extrema direita, mas agora ter� Moro como desafiante de peso.

Bolsonaro j� se apresentou como candidato a novo mandato, embora, nos bastidores da pol�tica, 2022 seja visto como o ano mais imprevis�vel dessa temporada. Com a ren�ncia, Moro jogou o governo nas cordas e abriu caminho para um processo de impeachment. Na pr�tica, ao denunciar que o presidente agia para interferir politicamente na Pol�cia Federal e queria monitorar relat�rios de intelig�ncia, preocupando-se com o rumo de investiga��es no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-juiz da Lava Jato exp�s o que opositores de Bolsonaro classificam como "farsa" do combate � corrup��o.

Moro se tornou o principal algoz do presidente e alimenta agora a polariza��o com a esquerda. Em um tempo de pandemia de coronav�rus, com Bolsonaro distribuindo cargos em troca de apoio no Congresso e prestes a se casar de papel passado com partidos do Centr�o - a quem sempre chamou de "velha pol�tica" -, aliados de Moro dizem que "a Lava Jato pulou fora do governo" para n�o naufragar com ele.

"� o princ�pio do fim desse governo", resumiu o deputado Capit�o Augusto (PL-SP), coordenador da Frente Parlamentar da Seguran�a P�blica. "Vemos com preocupa��o esta postura intransigente do presidente Jair Bolsonaro, que o fez perder um dos seus grandes aliados na luta pela constru��o de um Brasil mais justo e honesto".

A c�pula do PT, por sua vez, iniciou a campanha do "Fora Bolsonaro". Em post publicado no Twitter, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva - que foi condenado por Moro e ficou 580 dias preso - disse n�o saber como as institui��es ainda n�o reagiram a Bolsonaro. "� preciso come�ar o Fora Bolsonaro porque n�o � poss�vel a gente permitir que ele destrua a democracia", afirmou o petista.

Filia��o

Em seu pronunciamento, Moro deu todas as pistas de que almeja uma candidatura ao dizer estar disposto a servir o Brasil a qualquer tempo. "Independentemente de onde esteja, sempre foi estar � disposi��o do Pa�s'', disse. O Podemos, partido do senador �lvaro Dias (PR), � um dos que querem filiar o ex-ministro.

"A sa�da do ministro S�rgio Moro (...), uma op��o do presidente da Rep�blica, representa o afastamento do governo Bolsonaro do sentimento popular e do combate � corrup��o. � a derrota da �tica", afirmou Dias, em nota.

No Congresso a bancada lavajatista j� se move para lan�ar o ex-juiz como candidato ao Pal�cio do Planalto, em 2022.

Na pr�tica, a ferida aberta no bolsonarismo com a demiss�o do titular da Justi�a, at� ent�o o mais popular da equipe, � maior do que se imagina. O agora ex-ministro escancarou bastidores de conversas com Bolsonaro com detalhes que deixaram a Rep�blica perplexa. Ao relatar press�es para defenestrar o ent�o diretor-geral da Pol�cia Federal, Maur�cio Valeixo, Moro afirmou: "Falei ao presidente que seria interfer�ncia pol�tica. Ele disse que seria mesmo".

A abertura de inqu�rito no STF para investigar quem organizou e financiou manifesta��es em defesa da ditadura militar, no domingo, � apenas uma das pontas dessa hist�ria. H� uma CPI das Fake News no Congresso em andamento e outras apura��es em curso, envolvendo at� mesmo filhos de Bolsonaro.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o presidente da C�mara, Rodrigo Maia, (DEM-RJ), n�o pretende autorizar agora um processo de impeachment contra Bolsonaro. Apesar da press�o sofrida por l�deres de v�rios partidos, Maia disse a interlocutores com quem conversou na sexta-feira que � preciso cautela.

A avalia��o � de que, embora haja uma grave deteriora��o do governo Bolsonaro, a pandemia do coronav�rus no Brasil deve adiar qualquer decis�o sobre impeachment neste momento.

H� na c�pula do Congresso e at� do Supremo a percep��o de que � preciso aguardar os pr�ximos cap�tulos da crise. O argumento � o de que n�o h� impeachment sem povo na rua - o que n�o deve ocorrer nos pr�ximos dias, por causa da covid-19 - e sem o desmoronamento da economia. Mesmo assim, pol�ticos observam que tudo pode mudar a qualquer instante.

No Planalto, Bolsonaro aparece agora como um presidente fraco e encurralado. Vem perdendo apoio at� mesmo da ala militar do governo.

Os generais n�o planejam abandon�-lo, mas, em conversas reservadas, admitem que Bolsonaro pode ter trilhado caminho sem volta por ouvir mais o n�cleo ideol�gico, conhecido como "gabinete do �dio", do que seus antigos companheiros de jornada. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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