O presidente Jair Bolsonaro deve oficializar o ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presid�ncia, como o novo ministro da Justi�a. Pr�ximo da fam�lia, Oliveira n�o queria aceitar o cargo, mas Bolsonaro disse a ele que se tratava de uma "miss�o", segundo fontes do Pal�cio do Planalto.
Com a confirma��o de Oliveira como substituto de Sergio Moro, o atual secret�rio de Assuntos Estrat�gicos (SAE), almirante Fl�vio Rocha, � o mais cotado para assumir como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia.
Bolsonaro tamb�m deve confirmar no comando da Pol�cia Federal o delegado Alexandre Ramagem, atual diretor-geral da Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin).
Integrantes do Planalto, no entanto, alertam que, apesar de o presidente ter tomado a decis�o, at� a publica��o do Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) ainda pode haver mudan�as. Isso porque, na noite de sexta-feira, 24, as nomea��es de Oliveira e Ramagem era consideradas certas, mas Bolsonaro foi aconselhado a repensar pela proximidade de ambos com a fam�lia.
O presidente foi alertado que nome�-los neste momento pode potencializar as acusa��es de Moro, que ao se demitir disse que Bolsonaro queria fazer interfer�ncia pol�tica na Pol�cia Federal e ter acesso a relat�rios de intelig�ncia.
O pr�prio chefe da Secretaria-Geral � um dos que alertaram para o risco de sua indica��o ser encarada como uma comprova��o de que as acusa��es de Moro estavam corretas.
Oliveira acumula tamb�m o comando da Subchefia de Assuntos Jur�dicos (SAJ), �rg�o que presta consultoria jur�dica para atos do presidente. O posto exige uma pessoa de confian�a de Bolsonaro. Ainda n�o h� uma defini��o sobre o futuro da SAJ.
Ao longo de todo o s�bado, auxiliares do presidente tentaram convencer o presidente a aceitar o ex presidente do Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o (TRF-4), o desembargador Carlos Thompson Flores, como novo ministro da Justi�a. O magistrado atuou no julgamento que condenou o ex-presidente Lula no caso do s�tio em Atibaia (SP).
No entanto, Bolsonaro resistiu, alegando n�o ter contato pr�vio com Thompson Flores. Segundo interlocutores, o presidente tamb�m queria evitar um desgaste como o que ocorreu com o Moro. Outra pondera��o feita nos bastidores � que o desembargador � pr�ximo do ex-juiz da Lava Jato.
Outro nomes que foram cotados para assumir o Minist�rio da Justi�a foi do advogado-geral da Uni�o, Andr� Luiz Mendon�a, e do ex-presidente do Tribunal de Justi�a de S�o Paulo Ivan Sartori.
Homens de confian�a
Al�ado ao cargo de ministro em junho de 2019, Jorge Oliveira tem uma rela��o familiar com o cl� Bolsonaro, onde � chamado de Jorginho. Filho do capit�o do Ex�rcito Jorge Francisco, morto em 2018, que por 20 anos foi chefe de gabinete de Bolsonaro, Oliveira � advogado, major da Pol�cia Militar. Ele foi chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e tamb�m padrinho de casamento do parlamentar.
Oliveira iniciou o governo no comando da Subchefia de Assuntos Jur�dicos (SAJ), mas, ainda na transi��o, mostrava sua influ�ncia. Ele ajudou Bolsonaro na escolha de ministros, como o advogado-geral da Uni�o, Andr� Luiz Mendon�a.
Ao chegar � Secretaria-Geral, se tornou um dos mais influentes ministros do governo. Considerado discreto por amigos e "astuto" por seus cr�ticos, Oliveira tamb�m passou a ser cotado para ser indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
J� Alexandre Ramagem, delegado da Pol�cia Federal, entrou para o rol auxiliares de confian�a do Planalto com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ao filho do presidente, � atribu�do a nomea��o de Ramagem para a Abin, em julho do ano passado.
A aproxima��o entre Carlos e Ramagem, delegado da PF desde 2005, ocorreu durante a campanha eleitoral, em 2018. Na �poca, o policial assumiu a coordena��o da seguran�a de Bolsonaro ap�s a facada sofrida pelo ent�o candidato em Juiz de Fora (MG). Como chefe da Abin, Ramagem passou a frequentar o gabinete presidencial com frequ�ncia.
Ao anunciar sua sa�da do governo, Moro relatou que Bolsonaro demonstrou preocupa��o com o andamento de inqu�ritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), como o que apura amea�as, ofensas e fake news disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares.
Na �ltima ter�a-feira, o ministro Alexandre de Moraes abriu outro inqu�rito para apurar "fatos em tese delituosos" envolvendo a organiza��o de atos antidemocr�ticos, ap�s Bolsonaro participar de protesto em Bras�lia convocado nas redes sociais com mensagens contra o STF e o Congresso e favor�veis a uma interven��o militar.
Outra apreens�o do presidente � a apura��o sobre o senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que trata de um esquema de "rachadinha" em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O caso foi revelado pelo Estado.
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