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Estado de Minas POL�TICA

Investiga��o apura 'rede de amigos' que deu apoio a Adriano


postado em 27/04/2020 08:50

O Minist�rio P�blico do Rio e a Pol�cia Civil investigam a exist�ncia de uma "rede de amigos" que teria dado sustenta��o financeira e operacional ao ex-policial militar Adriano da N�brega, o capit�o Adriano, e seus familiares. O objetivo � saber quem ajudou o miliciano a ocultar patrim�nio, blindando neg�cios e crimes, e participou de sua fuga. Foragido da Justi�a por um ano, Adriano foi morto pela pol�cia em fevereiro, durante uma opera��o em Esplanada, na Bahia.

Com pris�o decretada desde janeiro de 2019, alvo da Opera��o Os Intoc�veis, que mirou crimes da mil�cia que domina a comunidade de Rio das Pedras, no Rio, o miliciano virou alvo de outra apura��o no ano passado: a de suposto esquema de "rachadinha" (apropria��o de sal�rios de assessores) no gabinete do ent�o deputado estadual Fl�vio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Atualmente senador pelo Republicanos, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro ocupou cadeira na Assembleia de 2003 a 2018.

Foram encontrados ind�cios, nas duas frentes de apura��o, de que pol�ticos, magistrados, policiais, agentes p�blicos e empres�rios podem ter integrado essa rede de prote��o, que, segundo investiga��es, garantiu apoio log�stico e financeiro para a fuga de Adriano e a defesa de aliados. Parte deles � apontada como "s�cios ocultos" dos neg�cios da mil�cia. Investigadores buscam identificar quem custeou e ajudou nas defesas.

H� suspeita de tentativa de obstru��o da Justi�a. As apura��es s�o concentradas no Rio, mas envolvem investiga��es de outros Estados, como Sergipe, Tocantins e Bahia. As investiga��es conduzidas pelos promotores do Grupo de Atua��o Especializada no Combate � Corrup��o (Gaecc) foram retomadas no m�s passado, ap�s a terceira paralisa��o por ordem de tribunais superiores, em atendimento a questionamentos das defesas dos alvos. S�o apurados crimes de organiza��o criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

Ex-capit�o do Bope, Adriano empregou a m�e e a ex-mulher no gabinete de Fl�vio na Alerj. As duas foram indicadas pelo ent�o chefe de gabinete de Fl�vio, Fabr�cio Queiroz, apontado pela Promotoria como respons�vel por comandar a rachadinha. Homem de confian�a da fam�lia Bolsonaro, Queiroz trabalhou com Adriano no 18.� Batalh�o da PM, no Rio.

'Elo'

De acordo com os investigadores, Queiroz era o principal elo de Adriano e seus familiares com essa "rede de amigos". Mensagens de um celular apreendido em 2019 na casa da ex-mulher do miliciano registram conversas entre Danielle, Adriano e Queiroz. Nelas, os tr�s falam de "cargo fantasma" - uma refer�ncia, segundo a investiga��o, ao trabalho dela no gabinete de Fl�vio. Menciona, ainda, assuntos como defesa jur�dica e "os amigos".

No dia 15 de janeiro de 2019, por exemplo, Adriano falou com Danielle sobre o depoimento que ela teria de prestar, dois dias depois, no MP do Rio, na investiga��o da rachadinha. Na semana seguinte, seria deflagrada a Opera��o Os Intoc�veis e sua pris�o seria decretada. Na conversa, o miliciano repassa � ex-mulher uma orienta��o do "amigo" para que ela evitasse a intima��o. Para a Promotoria, esse "amigo" � Queiroz.

"Boa noite. O amigo pediu para voc� n�o ir a lugar nenhum e tamb�m para n�o assinar nada", escreve Capit�o Adriano para Danielle. "Ol�, acabei de sair do advogado indicado", responde ela. "Assinei semana passada o oficio que recebi", completa. Na sequ�ncia, envia ao miliciano c�pia da intima��o do Minist�rio P�blico. "Vou passar para ele", diz Adriano.

Em 16 de janeiro, Danielle trocou mensagens com Queiroz. O ex-assessor de Fl�vio � quem a procura. Queiroz apagou a maior parte das mensagens, mas as respostas, segundo os investigadores, indicam o teor da conversa. "Um policial veio aqui. Amanh� ser� o dia do depoimento", escreve Danielle. Ela envia a Queiroz a mesma intima��o que havia mostrado a Adriano. Depois de mensagens enviadas por Queiroz, apagadas do aplicativo, Danielle afirma: "Eu j� fui orientada. Ontem eu fui encontrar os amigos". Ele diz: "Eu sei". Ela termina: "Todos n�s ficaremos bem". Danielle n�o foi prestar depoimento.

"Apesar das mensagens de Queiroz estarem apagadas, foi poss�vel compreender, pelo contexto das respostas de Danielle, que Fabr�cio Queiroz queria saber se ela fora chamada a depor pelo Minist�rio P�blico e, diante da confirma��o, determinou que faltasse, al�m de deixar claro ter ci�ncia de que a organiza��o criminosa ('os amigos') teria providenciado advogados para os envolvidos", afirmam os investigadores em documento do processo.

Fl�vio nega irregularidades

O senador Fl�vio Bolsonaro (Republicanos-RJ) nega irregularidades em seu gabinete na Assembleia e diz ser alvo de investiga��o ilegal desde o in�cio do caso, em 2019. Por meio de sua defesa, busca a anula��o das apura��es e de provas, como as quebras de sigilos fiscal, banc�rio e telef�nico. O criminalista Frederick Wassef, que defende Fl�vio, afirmou que os investidores do Rio "quebraram ilegalmente" o sigilo fiscal e banc�rio do senador.

Sobre a contrata��o de familiares do miliciano Adriano da N�brega, a defesa de Fl�vio afirmou em nota que desconhecia o passado de crimes do ex-policial militar, considerado, at� ent�o, um ex-policial do Bope. Adriano chegou a ser homenageado por Fl�vio quando estava preso. "Sobre as homenagens prestadas a militares, sempre atuei na defesa de agentes de seguran�a p�blica e j� concedi centenas de outras homenagens. Aqueles que cometem erros devem responder por seus atos", disse Fl�vio na ocasi�o.

A defesa de Fabr�cio Queiroz n�o foi localizada. Em nota divulgada anteriormente, o advogado que representava o ex-assessor no caso informou que ele "repudiava veementemente qualquer tentativa esp�ria de vincular seu nome � mil�cia". Queiroz confirmou que "solicitou a nomea��o da esposa e m�e" de Adriano porque a fam�lia "passava por grande dificuldade". E desconhecia o suposto envolvimento dele com "eventuais atividades milicianas". A defesa de capit�o Adriano e seus familiares n�o foi localizada pela reportagem. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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