

Pol�cia federal
A pol�mica de Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal decorre da sa�da bomb�stica do ex-juiz federal Sergio Moro do Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica. Depois de 16 meses no governo, ele pediu demiss�o h� uma semana alegando interfer�ncia pol�tica de Bolsonaro na Pol�cia Federal.
PF tem cincodias para ouvir Moro
Bras�lia – O ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello determinou ontem � noite que a Pol�cia Federal ou�a o ex-ministro da Justi�a Sergio Moro num prazo de cinco dias. Ele dever� prestar depoimento sobre as acusa��es de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no trabalho da PF e em inqu�ritos relacionados a familiares. Na �ltima ter�a-feira, Celso de Mello tinha determinado que o depoimento fosse colhido em at� 60 dias. O inqu�rito, que foi autorizado pelo STF, vai investigar se as acusa��es de Moro s�o verdadeiras. Se n�o, ele poder� responder na Justi�a por denuncia��o caluniosa e crimes contra a honra.
O pedido de redu��o do prazo foi enviado ao STF ontem � tarde pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e pelos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES). "A dilig�ncia ora determinada dever� ser efetuada pela Pol�cia Federal, no prazo de 5 (cinco) dias, consideradas as raz�es invocadas pelos senhores parlamentares que subscrevem, juntamente com seus ilustres advogados, a peti��o a que anteriormente me referi", definiu Celso de Mello.
Ainda ontem, os ataques de Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes causaram rea��o imediata dos integrantes da corte, durante a sess�o virtual. O pr�prio Moraes mandou recados ao Pal�cio do Planalto. Ao votar em uma discuss�o sobre as consequ�ncias do novo coronav�rus, Moraes disse que o Brasil ter� esperan�a de sair da crise apenas se houver lideran�a para conduzir o processo.
“E esperan�a se d� com lideran�a. Quando n�s, que exercemos cargos p�blicos, possamos olhar para a popula��o e afirmar que estamos fazendo o melhor com base em regras t�cnicas, regras de sa�de p�blica, regras internacionalmente conhecidas. E n�o com base em achismos, com base em pseudomonop�lios de poder por autoridade”, disse Moraes.
Ele tamb�m cobrou coordena��o do governo federal com prefeitos e governadores no combate � doen�a. “O Brasil j� chega quase a 6 mil mortos. Enquanto os entes federativos continuarem brigando, judicialmente ou pela imprensa, a popula��o � que sofre. A popula��o n�o est� muito preocupada com a divis�o de compet�ncias administrativas ou legislativas, a popula��o quer um norte seguro para que ela tenha sa�de”, disse.
O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, ressaltou que � testemunha da dedica��o de Moraes “ao direito e � causa p�blica”. “Fica aqui meu carinho e meu abra�o ao querido colega e amigo ministro Alexandre de Moraes”, afirmou. O ministro Lu�s Barroso saiu em defesa do colega. “O ministro chegou ao Supremo Tribunal Federal ap�s s�lida carreira acad�mica e de haver ocupado cargos p�blicos relevantes, sempre com compet�ncia e integridade. No Supremo, sua atua��o tem se marcado pelo conhecimento t�cnico e pela independ�ncia. Sentimo-nos honrados em t�-lo aqui”, disse.
'CENSURA PERSONALISTA'
Gilmar Mendes por sua vez, se manifestou pelas redes sociais. “As decis�es judiciais podem ser criticadas e s�o suscet�veis de recurso, enquanto mecanismo de controle. O que n�o se aceita, e se revela ileg�tima, � a censura personalista aos membros do Judici�rio. Ao lado da independ�ncia, a Constitui��o consagra a harmonia entre os poderes."
A ministra C�rmen L�cia afirmou que o colega “honra a magistratura brasileira” pela sua responsabilidade e pelo “vasto conhecimento que faz com que o Brasil saiba que h�, sim, �timos ju�zes”. O ministro Luiz Edson Fachin foi na mesma linha e disse que se sente honrado em integrar o STF ao lado de Moraes. “Fa�o tr�s cumprimentos: em primeiro lugar, ao nosso eminente colega Alexandre de Moraes, cuja contribui��o intelectual e acad�mica foi real�ada da tribuna virtual e espelha aquilo que de real tem em todos os estudantes e estudiosos do Brasil.”