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Estado de Minas POL�TICA

Ap�s 8 horas, Moro conclui depoimento sobre 'interfer�ncia pol�tica' de Bolsonaro


postado em 03/05/2020 09:42

O ex-ministro S�rgio Moro concluiu depoimento de oito horas na Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba no fim da noite deste s�bado, 2. O ex-juiz da Lava Jato foi ouvido sobre suas acusa��es de tentativa de interfer�ncia pol�tica do presidente Jair Bolsonaro na corpora��o. Ele deixou a sede da Pol�cia Federal por volta das 23h e disse estar 'cansado'.

A oitiva come�ou por volta das 14h e foi at� 22h40, conduzida pela delegada Christiane Corr�a Machado, chefe do Setor de Inqu�ritos do Supremo Tribunal Federal. As investiga��es apuram as acusa��es do ex-juiz da Lava Jato em seu an�ncio de demiss�o, na semana passada.

O ex-juiz da Lava Jato apresentou conversas, �udios e e-mails trocados com o presidente Jair Bolsonaro durante o per�odo que ocupou o Minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica.

Durante o depoimento de Moro, grupos de manifestantes pr�-governo chamavam o ex-ministro de 'rato' e 'Judas', xingamento utilizado por Bolsonaro nas redes sociais antes da oitiva. "Com tantos crimes maiores, porque ele quis se voltar contra o presidente e sua fam�lia?", gritavam do carro de som.

Um grupo de apoiadores de Morro tamb�m esteve no local, com faixas de suporte ao ex-juiz e a Opera��o Lava Jato. Durante a noite, um entregador de delivery levou pizzas para a equipe que acompanhava a oitiva - naquela hora, o depoimento de Moro j� durava mais de sete horas. Foram feitas duas pausas durante o dia.

Moro acusou Bolsonaro de trocar o comando da PF para obter informa��es e relat�rios sigilosos de investiga��es ao anunciar demiss�o, na semana passada. O Planalto se preocupa com o andamento de inqu�ritos que apuram esquemas de divulga��o de 'fake news' e financiamento de atos antidemocr�ticos realizados em abril, em Bras�lia.

"O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informa��es, relat�rios de intelig�ncia, seja diretor, superintendente, e realmente n�o � o papel da Pol�cia Federal prestar esse tipo de informa��o. As investiga��es t�m de ser preservadas. Imagina se na Lava Jato, um ministro ou ent�o a presidente Dilma ou o ex-presidente (Lula) ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informa��es", disse Moro, ao comentar as press�es de Bolsonaro para a troca no comando da PF.

A troca de comando na PF foi barrada por liminar do ministro Alexandre de Moraes, que viu ind�cios de desvio de poder na nomea��o de Alexandre Ramagem, diretor da Abin, para a chefia da PF. Ramagem � pr�ximo de Bolsonaro e amigo dos filhos do presidente. A indica��o foi anulada pelo Planalto e o presidente ainda estuda recursos contra a decis�o judicial.

Moro prestou depoimento e acredita-se que tenha apresentado provas que sustentem suas acusa��es contra o presidente. � revista Veja, o ex-ministro afirmou que apresentaria provas 'em momento oportuno' - isso incluiu �udios e in�meras trocas de mensagens pessoais e de governo trocadas com o presidente pelo WhatsApp, aplicativo favorito de Bolsonaro para delegar ordens a subordinados.

O ex-juiz da Lava Jato prestou depoimento acompanhado de advogado e n�o falou com a imprensa ao chegar e deixar a sede da PF em Curitiba.

O inqu�rito aberto a pedido do procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, mira tanto o presidente quanto Moro. O ex-ministro � investigado por suposta denuncia��o caluniosa e crime contra a honra. A PGR foi representada pelos procuradores Jo�o Paulo Lordelo Guimar�es Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita - este �ltimo integrou o grupo de trabalho da Lava Jato dentro da Procuradoria-Geral desde a gest�o Raquel Dodge.

Ao autorizar na �ltima segunda-feira, 27, a abertura do inqu�rito, em uma decis�o de 17 p�ginas, o ministro Celso de Mello observou que o presidente da Rep�blica 'tamb�m � s�dito das leis', apesar de ocupar uma 'posi��o hegem�nica' na estrutura pol�tica brasileira, 'ainda mais acentuada pela expressividade das elevadas fun��es de Estado que exerce'.

Horas antes do depoimento de Moro, o presidente utilizou suas contas nas redes sociais chamou o ex-ministro de 'Judas' ao divulgar v�deo em que uma pessoa n�o identificada diz ter ouvido vozes de outras pessoas que falariam com Ad�lio no momento do crime - mesmo com dois inqu�ritos da Pol�cia Federal, um deles j� conclu�do, apontarem que o esfaqueador agiu sozinho.

Durante a manh�, ao deixar o Pal�cio do Alvorada, o presidente n�o quis falar com a imprensa, mas disse a apoiadores que n�o ser� alvo de nenhum 'golpe' em seu governo."Ningu�m vai fazer nada ao arrepio da Constitui��o. Ningu�m vai querer dar o golpe para cima de mim, n�o", disse.


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